Adotar um pet é sinônimo de empatia e afeto. Mais que isso, é resgatar um animal esperando que ele seja acolhido por alguma família, que em algum lugar o receba de braços abertos. Tem gente que vive por essa causa, de cuidar e livrar esses bichinhos da vulnerabilidade. Projetos e pessoas engajadas garantem: nunca vão faltar amor e cumplicidade.
Há poucos menos de um ano, o Resgatinhos Bsb nasceu por meio da união de protetores individuais, que atuam no resgate de gatinhos em estado de sobrevivência ou precariedade dentro de zoonoses. A fundadora do projeto, Marianna Santiago, 26 anos, decidiu criar um simples perfil no Instagram (@resgatinhosbsb) para sensibilizar e promover a adoção responsável.
"De lá para cá, conseguimos encaminhar quase 15 resgatinhos para famílias maravilhosas, todos por meio da nossa página nas redes sociais", acrescenta. Com o tempo, naturalmente, o projeto cresceu. Atualmente, mais de 12 gatinhos contam com o cuidado e o zelo de Marianna e outros parceiros. Os bichinhos, inclusive, esperam por uma família que os receba com o mesmo carinho dado hoje.
A proteção individual, segundo a fundadora, é um trabalho de formiguinha, que exige bastante resiliência e apoio da sociedade. Ela explica que existem vários estágios a serem cumpridos antes da adoção. "Depois do resgate, é preciso um lar temporário para que esses animais sejam cuidados. Eles necessitam passar por atendimento veterinário, que envolve, por baixo, exames de sangue, teste fiv/felv, vermifugação, desparasitação, castração e, quando possível, vacinação", descreve Marianna.
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Uma nova casa
Todos esses custos, claro, são bem elevados. No projeto, muitos resgatados também passam por um tratamento emocional especializado, para adquirir confiança dos humanos. Após isso, serão encaminhados
para um lar. Foi o que aconteceu, recentemente, com Danielle Vasconcelos, 34 anos, ao adotar Frida com o Resgatinhos. A paixão por pets começou na vida adulta.
Na infância, ela lembra ter um certo medo de bichos. Mas, depois de se relacionar com pessoas que tinham animais em casa, esse receio diminuiu. "No lugar desse sentimento, surgiu o amor pelos bichinhos. Eles tocam no nosso lado mais lúdico, mais emotivo, na criança que mora em cada um de nós", acredita a psicóloga.
Frida, adotada há quatro meses, é a quarta gatinha de estimação de Danielle, contando com os outros bichanos que o marido já tinha antes de se conhecerem. Para ela, a experiência tem sido ótima. A nova companheira é um presente incrível, amorosa, que chegou em casa como se tivesse sempre pertencido àquele lugar, como descreve a tutora.
"Ela gosta de muito carinho, se aninha na gente, gosta de muito colo. Tem sido uma ótima companheira para filmes e séries, além de ser uma gata serelepe, que ama brincar", acrescenta Danielle. Para o futuro, caso pense em outros pets — sempre gatos — não fará por outra via, senão pela adoção. Depois de Frida, ela entendeu que acolher dessa forma é uma boa maneira de dar amor a esses bichinhos.
Acalanto e acolhimento
Há quase 10 anos, o projeto Acalanto exerce um dos trabalhos de adoção mais importantes da capital federal. A idealizadora, Lucimar Aparecida Pereira, 50, foi movida pela paixão das feiras de adoção, sempre populares no quadradinho. Desde então, zela e promove adoção de cães e gatos, sendo estes 99% resgatados, pois muitos são vítimas de abandono e maus-tratos.
"São inúmeras desculpas para abandonar um pet, ninguém quer cuidar. Hoje, com os protetores do nosso grupo, temos mais de 700 animais", detalha a assistente administrativa. Devidamente cuidados, vacinados e castrados, os bichos, atualmente, esperam por uma família, para reescreverem uma nova história.
Há tanto tempo desempenhando um papel tão essencial, ela acredita que as pessoas precisam enxergar a adoção com um olhar mais pontual, de mais respeito e compaixão. "Hoje, temos vira-latas sensacionais, lindos, inteligentes e amorosos. No momento em que concretizamos uma nova adoção, fazemos o acompanhamento da adaptação e, passado alguns dias, percebemos que deu certo."
Saiba Mais
À primeira vista
Um desses trabalhos realizados pelo projeto Acalanto, há uma semana, fez com que Priscila Bastos Coura, 26 anos, adotasse o cachorro Caramelo. Era uma simples saída para comprar um picolé, que originou um amor à primeira vista. Acredite ou não, essas coisas também acontecem no mundo canino.
"Desci do carro, vi que estava tendo a feira de adoção e pensei comigo: 'não olha, não olha, não olha'. Acabei olhando e vi o Caramelo. Me apaixonei, mas segui reto para a loja. Quando saí, olhei de novo e disse: 'tenho que levá-lo para casa'", relembra, aos risos. Primeiro, ligou para o namorado e pediu autorização, já que contava com outros dois cães em casa.
Antes de ele autorizar, tirou e enviou uma foto do cachorro. Lembra que nem deixou ele pensar muito, com receio de que não o aceitasse. "Era para ser meu", afirma a autônoma. Em seguida, descobriu que Caramelo foi cuidado por uma vizinha, que é veterinária. Agora, só pensar em dar todo amor do mundo ao bichinho.
Para conhecer:
— Resgatinhos Bsb (@resgatinhosbsb)
— Projeto Acalanto (@projetoacalanto.df)
— Resgate Noroeste (@resgatenoroestedf)
— Resgate de Gatos UnB (@resgatosunb)
— Pet Resgate Bsb (@petresgatebsb)
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