Literatura

Romance precursor da literatura LGBTQIAP+ será lançado neste sábado

Escrito por Han Ryner, A menina que não fui continuava inédito em língua portuguesa até o momento. Lançamento ocorrerá na Livraria Circulares, da unidade Quanto Café

Correio Braziliense
postado em 28/07/2023 19:22 / atualizado em 28/07/2023 19:24
A menina que não fui foi escrito na França na virada dos séculos 19 para 21 -  (crédito: Mayara Barbosa)
A menina que não fui foi escrito na França na virada dos séculos 19 para 21 - (crédito: Mayara Barbosa)

A menina que não fui, romance francês de Han Ryner, finalmente ganhou uma edição traduzida para a língua portuguesa. O evento de lançamento em Brasília foi anunciado pela Editora Ercolano e ocorrerá neste sábado (29/07), na Livraria Circulares, da unidade Quanto Café, das 17h às 19h.

O encontro contará com a presença do tradutor, professor e crítico literário Berttoni Licarião, num papo com Régis Mikail, tradutor e editor do livro. A mediação da conversa ficará por conta de Roberto Borges, também editor da Ercolano.

A obra, escrita em 1903, é precursora da literatura LGBTI+, visto que gênero e sexualidade são temas centrais. “Ainda que outras obras ficcionais já tivessem tematizado as relações afetivo-sexuais em colégios internos, aqui certamente não se repete o recurso de botar panos quentes para não escandalizar”, pontuou João Silvério Trevisan, no prefácio.

Contexto

A França vivia, na passagem do século 19 para o 20, um confronto que se mantém atual: a imposição de uma sociedade laica e o enfraquecimento do catolicismo. Ademais, coube ao discurso médico-científico e à então recém-nascida psicanálise ocupar o papel antes realizado pela religião.

Nesse viés, o enredo de A menina que não fui se situa na instituição de ensino Saint Louis de Gonzague, frequentada pelo próprio autor do livro durante a adolescência. Lá, as figuras religiosas são retratadas como incapazes de sustentar a própria moral que pregavam, além de serem corruptas, causas dos obstáculos do protagonista.

Perturbado por seus desejos e por um possível desconforto em seu gênero, François, que é homossexual, decide contar por escrito sua luta interior e todos os desafios enfrentados por causa de seus amores e delírios. Intimistas e escandalosos, os traços do livro se distinguem dos chamados “romances de costumes colegiais” e, de maneira geral, da literatura de sua época.

Lançamento do livro A menina que não fui  

Local: Livraria Circulares — unidade Quanto Café
Endereço: 103 Norte, Bloco A, loja 52 — Asa Norte
Data: 29/07
Horário: das 17h às 19h

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