Erotismo

Cultura hot: diferentes formatos abordam o sexo de maneira natural e sensual

É possível encontrar conteúdos de qualidade que atendem a todos os gostos, orientações e estilos

Durante muitos anos, todo conteúdo relacionado a sexo e erotismo foi algo guardado a sete chaves, sobretudo quando se trata do mercado pornográfico audiovisual. Atualmente, existem diversos estudos e críticas relacionados ao vício em pornografia e aos problemas da indústria pornográfica, envolvendo o machismo e diversos tipos de abuso.

Embora não seja o tema desta reportagem, é importante mencionar que, enquanto todos os problemas ligados a essa indústria ganham relevância e conforme muitos consumidores passam a entender essas problemáticas, eles buscam alternativas para estimular seu lado sensual e erótico.

Para a sexóloga Iara Nárnia, a pandemia e as novas maneiras que a própria indústria do sexo buscou para alcançar o usuário contribuem para esse processo de mudança. Surgem, assim, conteúdos cada vez mais diferentes, que atendem a todos os gostos, orientações e estilos. Entre eles estão contos eróticos escritos, podcasts eróticos, que podem trazer tanto contos quanto conversas e reflexões sobre sexo, e livros que misturam romance com os momentos mais íntimos vivenciados pelos personagens.

Iara comenta que o conteúdo adulto aumentou, de forma geral. A facilidade de acesso a telefones e computadores tem grande papel nisso e as possibilidades aumentaram. "Não há censura em podcasts, nem em plataformas de conteúdo erótico, como onlyfans e privacy. Se você quer, vai lá e assiste. Temos também as plataformas de streaming oferecendo um leque muito grande de filmes e documentários sobre sexo", afirma.

Além do aumento na oferta, a sexóloga ressalta que as pessoas têm mais abertura para falar sobre o assunto, buscando não apenas consumir pornografia, mas também conversar sobre sexo. Para ela, a impessoalidade das redes também facilita o processo, diminuindo o constrangimento.

Conteúdo editorial

Em uma das maiores lojas de e-books, na Amazon, a literatura romântica erótica está sempre entre os mais lidos e vendidos. A autora Mari Salles comenta que passou a se interessar pelo tema quando a série 50 tons de cinza ganhou o mundo e popularizou esse tipo de conteúdo, diminuindo, em grande parte, o tabu sobre o tema.

Para Mari, abordar o sexo e o prazer feminino surgiu como uma parte inerente das histórias de romance que gosta de escrever. "A sexualidade faz parte das histórias de amor entre adultos e aprendi a não ter pudor em explorar essa parte essencial dos relacionamentos", afirma.

A autora acredita que, por mais que as mulheres tenham alcançado muito em termos de liberdade sexual, quando se fala em estímulos ao prazer feminino, ainda existe bastante tabu e é necessário falar mais sobre o assunto para que elas não sintam vergonha de explorar a própria sexualidade.

"As histórias estimulam as pessoas de uma forma diferente, são mais completas e não aquele aspecto tão escrachado que se encontra na pornografia tradicional e que afasta tantas pessoas", completa. Mari defende a ideia de que o sexo seja cada vez mais tratado com naturalidade, como um aspecto comum dos relacionamentos e da sexualidade de cada pessoa individualmente.

Para Iara, as opções de diferentes formas de conteúdo erótico são bem-vindas, afinal, "sexo é bom, saudável, alimenta a mente e a alma". Mas aconselha que as pessoas saibam filtrar bem o que consomem. "Nem tudo o que é veiculado sobre sexo é promissor para a saúde sexual, mental e emocional. É importante ter senso crítico e sabedoria para avaliar o que está sendo oferecido e tirar o que é melhor para si, dentro daquilo que deseja e quer para a própria vida", sugere.

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