Para muitos, experimentar o desconhecido é um privilégio. Sentir a adrenalina correndo pelas veias, tomar coragem para sair pelo mundo ou deixar-se ser amado mais uma vez. Não importa! O mundo, de fato, é para aqueles que se arriscam e criam boas memórias a partir dessas aventuras.
Certamente, você conhece alguém que gosta de andar à beira do perigo, intensa e impulsivamente. O comodismo e a zona de conforto, para essas pessoas, são palavras que não existem no dicionário de seu destino. Mas por que muitos gostam desses riscos que elas mesmas buscam? Para Ricardo Afonso Teixeira, doutor em neurologia pela Unicamp e diretor do Instituto do Cérebro de Brasília, há vários fatores.
No cérebro, por exemplo, desafios e o caminhar apressado para novas sensações são ativadas no chamado sistema de recompensa cerebral. “São centros cerebrais relacionados ao prazer e à sensação de nos sentirmos recompensados, promovendo a liberação de neurotransmissores como a dopamina, a serotonina e a endorfina”, explica.
Esses centros, segundo o médico, estão fortemente associados à sensação de bem-estar promovida por esses novos momentos cheios de vigor e energia. Por isso, a busca por instantes inéditos se faz cada vez mais presente, para voltar a sentir o gosto dessa carga de felicidade repetidamente.
“Fome pelo novo”
Esse desejo pela novidade é mais comum em adolescentes do que em adultos ou idosos, como descreve Ricardo Teixeira. Isso porque, na juventude, é quando o corpo se encontra mais saudável, como em nenhuma outra fase da vida. Entretanto, também é uma etapa que está ligada a diversas mudanças hormonais que acontecem no cérebro.
“A adolescência carrega consigo índices alarmantes de acidentes, suicídio, homicídio, depressão, uso de álcool e substâncias ilícitas, violência, transtornos alimentares e obesidade. Tudo isso tem relação direta com as mudanças hormonais e seus efeitos sobre o cérebro, que, por si mesmo, passa por transformações só comparáveis às ocorridas nos três primeiros anos de vida”, destaca o neurologista.
Outro detalhe que faz total diferença são as regiões do cérebro que estão relacionadas às emoções, ao novo e às formas de recompensa. Essas áreas, segundo Ricardo, têm um surto de crescimento que não é acompanhado na mesma velocidade de espaços ligados à razão, ao julgamento e a funções executivas. Esse descompasso afeta a parte comportamental de risco do jovem, trazendo a fome pelo novo e por gratificantes sentimentos sociais. O olhar evolutivo é de que essas ações são os motivos que afastam o adolescente da segurança, levando-o a explorar um universo social bem maior.
Que o medo nunca te impeça
Um vídeo viral do ator Will Smith ficou famoso, tempos atrás, por uma icônica frase: as melhores coisas estão do outro lado do medo. E talvez ele estivesse certo. Após essa barreira criada pela própria mente, é possível celebrar experiências que nem mesmo o coração jamais teria pensado em realizar. Quantas vezes você enfrentou esse receio de ir em frente por algo? Pois bem, a jovem Stephane Costa, 22 anos, decidiu voar de paramotor em uma viagem feita para Porto de Galinhas, em Pernambuco.
Essa maluquice, segundo a empresária, nasceu assim que ela soube da fama do local por esse tipo de passeio com os pés longe da terra. Bem antes, diz que não pensou duas vezes antes de ir, até contou os dias para pousar no Nordeste e sentir correndo nas veias tamanha adrenalina. “No dia, meu irmão voou antes de mim. Lembro de estar na areia da praia, vê-lo de longe voando no paramotor e pensar: 'meu Deus, que loucura o que vou fazer', pensei até na possibilidade de dar errado e eu e o piloto cairmos no mar”, brinca.
Mesmo que o medo tenha encontrado terreno fértil e quase minado sua tentativa, Stephane não desistiu e relata que os 12 minutos voando foram uma das experiências mais malucas e bonitas que já teve. Lá no alto, porém, o momento de êxtase era tão grande que ficou sem reação durante todo o tempo. “Que lindo” eram as únicas palavras ditas por ela enquanto via do céu a beleza do cenário debaixo.
Somente quando pôs os pés em terra firme conseguiu digerir o que acabara de viver. “Quando aprendi a ver a beleza na vida, entendi que nada se pode ter sem se arriscar. Afinal, se não tivesse arriscado, eu não teria vivido um dos 12 minutos mais bonitos da minha vida. Se na minha próxima viagem, seja lá para onde for, tiver passeio de paramotor, eu, com certeza, vou voar de novo”, afirma.
Como esse temor age no indivíduo?
O medo, essa ausência de coragem, existe e sempre estará próximo. Em qualquer momento de mudança ou quando estiver face a face para um momento que tem tudo para ser incrível. No cérebro, Ricardo Teixeira detalha que esse sentimento é orquestrado pelo sistema límbico temporal, que atua em conjunto com o julgamento balizado por regiões frontais, freando impulsos de comportamentos avaliados como de risco.
Como mencionado mais acima, os jovens são os mais propensos a se entregarem irracionalmente a essas investidas arriscadas. Isso porque, do outro lado, em relação aos idosos especificamente, essa realidade já não é mais visualizada com tantas vantagens. “As regiões frontais do cérebro equilibram melhor as impulsividades, a experiência, a psique, dizendo que aquilo não faz mais sentido. Agora, tem uma família para cuidar. Resumindo: amadurecimento cerebral.”
Um amor de tantas rugas
Independentemente da idade, jogar-se é necessário. Principalmente se você passou muito tempo com um vazio amarrado no peito. Parafraseando a música Conversa de botas batidas, da banda Los Hermanos, há amores que carregam rugas e precisam ser vividos em algum momento, encontrando seu lugar. Não há espaço para erros com eles, é preciso tentar antes que o remorso apareça.
E foi assim que Santana Maria Alves Carvalho, 71, escolheu, pela segunda vez, apaixonar-se. Não somente por alguém, mas também pela vida. Aos 17 anos, casou-se. Conheceu o marido no interior de Tocantins, em uma missa de domingo, como relembra. Foi amor à primeira vista. “Para a gente se casar foi um dilema, porque a minha mãe não aceitava. Mesmo assim, tentamos. E foi uma aventura de subir as montanhas, com altos e baixos”, relembra a aposentada.
Com o então esposo, veio para Brasília, em 1979. Tiveram cinco filhos — dois homens e três mulheres — e tentaram ser felizes. Foram muitas lutas e dificuldades, hoje são vistas como aprendizados. Até que, como recorda Santana, Deus levou o companheiro. “Ele se foi e deixou um vazio tão grande, que somente os céus pra me confortar.”
Depois da perda, não viu mais sentido em continuar na capital federal e decidiu retornar para Tocantins, em 2006. Nessas idas e vindas entre Brasília e o Norte do país, confessa ter se sentido triste e vazia em busca de algo que ainda não sabia. Com a partida do ex-parceiro, viu, também, sua esperança escorrer por entre os dedos.
Tente outra vez
Nunca há uma data exata para um encontro com o amor. Ele chega e, de repente, parece que sempre esteve perto. Em uma viagem, novamente para Tocantins, Santana voltou para cumprir uma promessa na igreja católica. Lá, conheceu um rapaz, 30 anos mais novo que ela. “Ele se apaixonou por mim desde a primeira vez. Foi uma luta muito grande, porque ele buscou esse objetivo de me conquistar. E me conquistou”, completa.
As dificuldades, claro, eram rodeadas pela diferença de idade entre ambos. Olhos contrários da família, que não aceitava bem essa ideia de paixão proibida. Além disso, os filhos ainda sentiam a perda do pai, que viveu uma grande história ao lado de Santana. Mesmo assim, decidiu apostar. Encarou os estigmas, os pensamentos errôneos e o medo. Arriscou-se, mais uma vez.
“Deixei todo mundo em Brasília e fui muito corajosa, falei: 'tô indo, vou fazer um teste na minha vida. Se não passar, estou de volta'. E, nesse meio tempo, já se foram 15 anos”, conta Santana. Não foi fácil, mas continua sendo bonito. Os dois apaixonados casaram-se e estão juntos desde 2008, felizes e celebrando cada momento juntos. Jociel Cardoso, hoje com 40 anos, é um dos principais motivos para a esposa ter tentado de novo. E ter, muito mais que arriscado, saído de um lugar vazio e sem cor para outro feliz e vibrante.
Traumas e cicatrizes
Assim como Santana, é normal se fechar pro mundo depois de uma perda. E mais do que isso, decidir, por si só, permanecer no mesmo lugar, com receio de vivenciar o gosto amargo da tristeza novamente. Graziela Furtado Scarpelli Ferreira, professora e coordenadora do curso de psicologia do Centro Universitário Iesb, ressalta que eventos pós-traumáticos produzem respostas emocionais intensas diante de situações semelhantes, impedindo o indivíduo de se colocar em circunstâncias não controladas ou que indiquem potenciais de risco.
Por exemplo, se uma pessoa passa por um relacionamento abusivo, essa cicatriz pode fazer com que ela não queira um um parceiro por um bom tempo, mantendo apenas vínculos afetivos mais superficiais, deixando de apreciar novas relações. “De certa forma, nossas vivências (comportamentos e as consequências deles) são experienciadas de tal sorte que impactam em escolhas futuras. Assim, situações que forem frustradas tendem a diminuir o nosso ímpeto de voltar para condições similares”, completa.
Portanto, arriscar-se em determinadas situações também depende da sua história de sucesso ou de frustração no passado. De acordo com a psicóloga, esses resultados podem, ainda, aumentar ou diminuir a ansiedade para episódios futuros.
Apesar da dor, é preciso ir
Ainda que essas marcas do passado existam no presente, Graziela Furtado reitera que a disposição ao novo pode ampliar o repertório de condições bem-sucedidas. “Nem toda exposição ao novo ou a situações potencialmente perigosas (saltar de paraquedas, por exemplo) terá uma consequência aversiva ou ruim. Isso quer dizer que, na maioria das vezes, quando fazemos algo novo, temos um resultado positivo, e isso favorece que continuemos tentando experimentar situações novas”, complementa.
Diante dessa novidade, para ter bons resultados, é importante controlar o necessário, sem criar expectativa de que tudo estará sob seu comando. A consequência positiva desse “arriscar-se”, como mencionado pela profissional, gerará a sensação de sucesso e uma intensa satisfação por vencer o medo do inesperado.
Além disso, também é perceptível a alegria e o prazer quando o indivíduo conquista algo que, bem antes, parecia ser impossível ou não exequível. “Experienciamos coisas novas e novas sensações que podem passar a fazer parte de uma rotina de atividade de lazer e de prazer da nossa vida. Sendo assim, permitir-se vivenciar o novo, apesar de ser ansiogênico, pode ser muito bom e prazeroso (desde que vivenciado com controle de cuidados mínimos)”, finaliza Graziela.
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A cada salto, um sonho realizado
Viver aventuras tem ainda mais valor se acompanhado de um amigo. Poder partilhar desses momentos ao lado de quem se gosta é indescritível. Grandes irmãos desde que se conheceram, Flávio Laurindo Machado, 39, e Ramon Salvador Gonçalves, 41, são completamente apaixonados por bungee jumping.
Flávio, no entanto, carrega esse afeto pelo esporte há mais tempo. Na adolescência, mesmo vindo de uma família humilde, sempre teve uma alma aventureira. “Em geral, era doido pra saltar de paraquedas. Mas, em 1998, vi uma reportagem falando sobre o bungee jumping e disse pra mim mesmo que ia saltar um dia na Nova Zelândia.”
Em 2013, conseguiu e saltou de paraquedas. A atmosfera foi "animal". Entretanto, o sonho era mesmo o de saltar rumo ao vazio. Há seis anos, quando descobriu o Mega Bungee, uma empresa que organiza saltos em Brasília, conseguiu realizar o que mais queria.
A gratificante sensação o fez querer mais dessa energia, só que em outros lugares. “No início de 2018, fui com mais três amigos fazer um mochilão no Peru, na Bolívia e no Chile. No roteiro, falei que topava tudo, mas, se tivesse alguma coisa radical, seria demais”, descreve.
E esse desejo foi prontamente atendido. Pedal na estrada da Morte na Bolívia, subida na montanha de Machu Picchu e um salto no maior bungee jump da América Latina, em Cuzco, no Peru. Em seguida, foi para a Nova Zelândia e concretizou, por fim, a sua grande e primeira vontade. Lá, fez quatro saltos e se emocionou quando lembrou-se do que havia prometido a si mesmo. “Foi muito comovente pra mim, porque me recordei daquele meu sonho de criança."
De amigo pra amigo
E Flávio, que se autointitula superador de limites e fã de adrenalina, não podia deixar essa sensação inexplicável só com ele. É nesse contexto que entra Ramon, também amante de esportes radicais. O primeiro salto de sua vida foi ao lado do amigo, em um guindaste de 70 metros, no Parque da Cidade.
“Foi uma experiência incrível. Saltar traz essa sensação de liberdade e da libertação do medo ao mesmo tempo, existe essa linha tênue”, detalha o motorista de aplicativo. Por isso, sempre em busca desses instantes que valem a pena, pretende continuar adquirindo cada vez mais coragem para vivê-los.
Embora esteja na casa dos ‘quarentões’, diz que o pique continua o mesmo, e que não pensa, de maneira nenhuma, abandonar a procura por emoção. “Estou sempre pronto para novas aventuras. Isso faz parte do meu sangue.”
Nem ele, nem tampouco Flávio desistem da ideia de se arriscar. Flávio, inclusive, já tem passado esse sentimento para a filha de 7 anos. A pequena, que ama os saltos do pai, sempre diz a ele que quer seguir seus passos quando crescer.
“Ela é tão pilhada em esportes radicais quanto eu, fala para todo mundo dos vídeos e pergunta quando vai poder saltar. Eu sei que ela vai um dia. E vai ser emocionante”, finaliza. Flávio é dono do canal Laurindo Machado, no YouTube. Na plataforma, estão todos os registros de suas aventuras alucinantes ao redor do mundo.
Zona de conforto
Essa vontade insaciável, para muitos, é que os move. E, sem isso, a vida fica mais sem graça. Talvez caia na rotina, fique acomodada e sem a presença revigorante do que nunca foi sentido. Nessas ocasiões, a psicóloga Graziela Furtado explica que as ausências de estímulos variados e de situações desafiadoras, pelo menos a longo prazo, podem ser frustrantes e desanimadoras.
“Nós, seres humanos, estamos, normalmente, em busca de novas sensações. Quando nos arriscamos e somos bem-sucedidos, sentimos prazer e felicidade. Por outro lado, a estagnação em situações conhecidas por muito tempo pode trazer a sensação de desânimo e tristeza”, aponta a profissional.
Estabelecer objetivos e metas alcançáveis pode ser uma força motriz para ações, escolhas e sentimentos de alegria quando percebe-se que, de fato, consegue-se, aos poucos, construir um percurso para chegar ao propósito maior. A falta disso acarreta um vazio inimaginável, além da ideia de prostração. Um exemplo, como ilustrado pela psicóloga, é a jornada de muitas pessoas em suas profissões que, em dado momento, sentem-se cansadas por fazerem a mesma coisa todos os dias.
Apenas uma bicicleta
Daiana Pillati, 45, tinha uma excelente carreira como gestora ambiental em uma multinacional finlandesa, em Santa Catarina. Embora todos os aspectos financeiros e o patamar profissional que havia chegado pesassem, não era mais o que queria. O tempo corria, mas Daiana se sentia presa.
Enfim, saiu de onde estava. Abriu uma fábrica de biscoitos, algo que desejava muito. Mas, ainda sim, não conseguia preencher aquele vazio na alma. Duas filhas, netos, casa, carro. Tinha tudo, mas não era o bastante. Até que, em 2015, quis mais. A partir dessa nova empreitada como empresária, descobriu o que lhe marejava os olhos.
Uma grande aventura, uma viagem pelo mundo e, acredite se quiser, de bicicleta. “Eu me preparei durante dois anos. Afinal, precisava de equipamento, de dinheiro. E, também, me desapegar da família, dos meus bens. Tudo isso, hoje, já não tenho mais.”
E o que ela buscava? Uma nova forma de viver. Aos 40 anos, acreditava estar na metade de sua jornada na terra, já que "pretende morrer", somente, depois dos 80. Nessa primeira parte de seu próprio filme, acredita que teve êxito em praticamente tudo o que almejava. Porém, pensa que foi algo normal. E diferente era o que a atraía. O desapego, para Daiana, sempre existiu. Nunca foi uma pessoa que se sentia 100% satisfeita com coisas materiais. No início, destaca as dificuldades, “era como morrer", pois teve que deixar tudo de antes para trás.
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“Quero o mundo”
No seu único transporte, levava tudo o que era essencial — e possível — para o seu destino. “Tinha roupas, um camping e uma barraca de tamanho normal. Sempre tinha comida, também”, lista Daiana. Além dos itens principais, carregava peças de reposição, caso tivesse que arrumar a bike.
A jornada foi percorrida pelo Uruguai e pela Argentina, até chegar no Chile, que precisou ser a sua linha de chegada. A pausa foi necessária porque a pandemia chegou e interferiu em seus planos de conhecer o mundo em cima de duas rodas. Apesar disso, foi no país onde se reconheceu. Amou, encontrou novas pessoas e até conseguiu um trabalho como guia, mesmo com todas as dificuldades do período.
Depois da estadia, que durou dois anos, voltou ao Brasil para resolver algumas questões, mas nem pensa em ficar aqui por muito tempo. Com seu jeito nômade, como ressalta, não consegue se enraizar em um lugar só. A bicicleta e o mundo são pouco para Daiana. “Quero coisas diferentes. Esse é o meu estilo de vida.”
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