Que o outono traz consigo desconfortos respiratórios não é novidade. Ora uma tosse, ora um espirro. No geral, os cuidados incluem repouso e, caso necessário, algum medicamento. Porém, para grupos específicos, o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), ainda pouco conhecido pelo público, pode causar bronquiolites e pneumonias. Crianças, em especial aquelas de até dois anos, são as mais afetadas por tais infecções.
Pensando nisso, a AstraZeneca Brasil lançou a campanha Prevenção ao VSR — Muito além de um Detalhe e realizou, nesta terça-feira (16/05), o painel Cenário do VSR em Brasília, com a participação dos especialistas Luciana Monte, pediatra e coordenadora da Pneumologia Pediátrica do Hospital da Criança de Brasília, Renato Kfouri, pediatra infectologista e presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, e Denise Leão Suguitani, fundadora e diretora executiva da ONG Prematuridades.
A sazonalidade do VSR, relacionada aos meses frios e/ou mais chuvosos, merece destaque devido à sobrecarga no sistema de saúde neste período do ano. No Centro-Oeste, picos de circulação são registrados entre março e julho. Durante a pandemia, com o isolamento social, a curva habitual de casos caiu consideravelmente, retomando seu antigo padrão no final de 2021.
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Como o vírus não oferece imunidade duradoura, as reinfecções podem ocorrer anualmente, sendo mais graves em bebês. Lactentes com menos de seis meses de idade, principalmente prematuros, crianças com doença pulmonar crônica da prematuridade e cardiopatas são a população de maior risco para desenvolver infecção respiratória mais grave, demandando internação em até 15% dos casos.
Segundo dados SIVEP Gripe sobre a situação epidemiológica do VSR de janeiro a março de 2023, no DF, dos 82,9% casos positivos, 70,42% foram de crianças menores de dois anos. Destas, 19% precisaram de UTI.
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Afinal, como se prevenir?
Com a covid-19, divulgou-se frequentemente métodos para manter o vírus bem longe. Para prevenir-se do VSR, não é diferente. Por ser altamente contagioso, a médica Luciana Monte recomenda evitar ambientes fechados e com aglomeração de pessoas, em especial nos primeiros três meses de vida; manter os ambientes com ventilação adequada; lavar as mãos com sabão ou usar álcool em gel.
Vale destacar que ainda não há vacina para prevenir a infecção nem um tratamento específico. O anticorpo Palivizumabe, porém, disponível no SUS, pode ajudar a proteger bebês com alto risco de doença grave por VSR. “O ideal é o planejamento e o preparo do sistema de saúde como um todo antes da sazonalidade chegar, todos os anos”, finaliza Monte.
*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte
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