Páscoa sem excessos: saiba como comer chocolate sem prejudicar a pele

Saiba como se proteger de possíveis problemas na pele e criar uma boa relação com o chocolate não só no período comemorativo

Yasmin Isbert*

postado em 09/04/2023 08:00

Gel Creme Uniformizador de Olheiras (R$ 79,90) - (crédito: O Boticário )

Não interessa se é chocolate derretido, em barra ou em formato de bombons coloridos, o alimento é irresistível e, para muitos, insaciável. Na Páscoa, a vontade de comer chocolate aumenta, mesmo que você não seja o fã número um, ao contrário dos famosos "chocólatras", que aguardam a data com a mesma emoção que uma criança espera pelo aniversário. Mas saber dosar e comer com consciência é essencial para evitar problemas com a saúde do corpo e, especialmente, da pele.

O cacau em si é uma fruta rica em ferro, magnésio, fibras, zinco e têm várias funções positivas para o organismo; na verdade, o que faz mal é o açúcar, o leite e a gordura hidrogenada — acrescentadas para dar o gosto que conhecemos. "Essas substâncias juntas ao chocolate têm um alto índice glicêmico e fazem as glândulas sebáceas produzirem mais oleosidade e, consequentemente, desencadear uma pele oleosa ou piorar um quadro de acne", explica o dermatologista José Roberto Braga, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Logo, o chocolate não causa acne ou qualquer outro problema relacionado. O que provocará danos é o tipo de chocolate consumido e a quantidade. "Quanto menor a quantia dos ingredientes nocivos e maior a concentração em cacau, menos mal fará", afirma Carmem Camiran, nutricionista clínica funcional.

Sem culpa

Os chocolates comuns, que compramos no mercado, têm, em média, 30% de cacau, porém, o ideal é consumir os de 70% ou mais, reconhecidos nas prateleiras como chocolate amargo ou meio amargo. O branco é o menos indicado — sua composição é feita com a manteiga do cacau, açúcar, leite, lecitina de soja e baunilha em altos níveis.

"Também temos o 'diet', indicado para diabéticos e pessoas com restrição ao açúcar", detalha Carmem. "O ideal é consumir 30g de chocolate por dia, sempre após uma refeição com proteínas e fibras, ou seja, depois do almoço."

E é dividindo que se conquista. Ela recomenda que se compre ovos menores e, caso ganhe muitos chocolates, reparta com a familiares e amigos. "Moderação e equilíbrio são as palavras chaves, a Páscoa é apenas um dia e não a semana inteira, ou o mês todo", diz Carmem.

Neste momento, a skin care entra como uma peça importante para o controle da oleosidade produzida pelos excessos. Priorizar uma limpeza mais intensa e profunda, com produtos que fazem o combate da oleosidade excessiva, como hidro ácidos, retinoides e sabonetes específicos vão ajudar. Lembrando que esses deverão ser passados pelo médico. Essa é a recomendação do dermatologista José Roberto. 

Até o chocolate mais "saudável" pode ser um problema, já que o consumo em excesso também pode causar processos alérgicos, diarreia, refluxo, náuseas, dores estomacais, dor de cabeça, alteração do peso e até aumentar os triglicerídeos, uma das gorduras principais que nosso corpo usa como reserva de energia.

As peles mais sensíveis e oleosas também precisam de um cuidado especial, justamente por já serem mais expostas a problemas. Ler os componentes dos produtos na hora de comprar pode fazer a diferença.

 

Não tenha medo

Andrea Sales, 20 anos, estudante, submeteu-se a um tratamento para acne com a mãe e a irmã em 2015. Na época, foi orientada por médicos a não consumir chocolate e, com o tempo, apegou-se à crença com medo de piorar seu quadro. "Desde o começo da adolescência, evitei ao máximo tudo que pudesse causar acnes, me distanciava muito do brigadeiro de colher e chocolate branco", conta Andrea.

Mesmo depois de anos, com resultados eficientes do tratamento que fez, ela ainda tem muita dificuldade em comer chocolates. "Fiquei algum tempo sem comer, sinto que me fez não ser amante do chocolate como a maioria. Acreditava que esteticamente poderia engordar e retornar as acnes", expõe.

A história da Andrea resume bem o sentimento de muitos com relação ao ingrediente: o medo que ele possa causar algo ruim. Ela aprendeu a colocar os limites necessários, mas a culpa ainda bate, e é dela que precisamos nos livrar. A nutricionista Carmem afirma que há uma procura relevante de pessoas no consultório após a Páscoa, movidas pelo arrependimento e pela vontade de mudança. É preciso relembrar que esses sentimentos são momentâneos e fazem a gente repetir o mesmo ciclo, caso não se procure as informações corretas.

Privar-se não vai criar uma relação saudável, assim como comer demais. Andrea sente que sua pele hoje é ótima. De vez em quando aparece algo, mas, ao estabelecer limites e conhecer as propriedades do alimento, a saúde da sua pele demonstrou resultados muito positivos.

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*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte