Não é novidade que as plataformas voltaram com tudo, afinal, das passarelas às vitrines, esses sapatos têm conquistados todos os públicos em função da sua versatilidade. Recentemente, o modelo está mais distante de um caráter excessivamente artístico — quem não se lembra dos saltos excêntricos de Lady Gaga no início da carreira? — e se une a tendências adotadas em ocasiões diversas, do trabalho aos ambientes descontraídos.
Mas esse solado “diferentão” surgiu há mais tempo do que imaginamos. Desde a era medieval, as plataformas, na época chamadas de chopines, eram comuns entre a nobreza, visto que limitavam o movimento dos pés, mostrando certo status sob os demais, acrescentavam altura e imponência e protegiam da lama e sujeira das ruas.
Nos tempos modernos, não foram tão exploradas, mas em 1930 e 1940 ganharam força no meio artístico, para uso no cinema e no teatro. Carmen Miranda, por exemplo, foi uma das protagonistas na época. Já nos anos 1970, em um contexto de libertação sexual e avanços sociais, a moda tornou-se mais jovem e versátil; com o movimento hippie e as discotecas, as sandálias adquiriram altura novamente.
Quem explica o panorama histórico é o estilista e professor de modelagem Diego Rocha. O profissional acrescenta que, pelo viés da semiótica, saltos com plataforma voltam à moda quando existe certa insegurança ou instabilidade (financeira ou com relação ao futuro político) no consciente da população. “Os saltos parecem ficar mais grossos e as plataformas, maiores, como um desejo de firmar os pés no chão”, completa.
Para Monaliza Gebrim, consultora de imagem e estilo, esses sapatos tendem a comunicar impacto, força, modernidade e até um toque de rebeldia, por serem diferentes dos convencionais. Dessa vez, retornaram de forma multifacetada, não somente em botas e em saltos, mas também em rasteirinhas e sandálias. Um dos modelos mais em alta é o calçado Medusa Aevitas, lançado pela Versace no ano passado e caracterizado por ser inteiramente coberto pelo mesmo material.
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Para todas as ocasiões
Nesta temporada, Diego Rocha, estilista e professor de modelagem, acredita que as botas serão o maior destaque, ainda que não tenhamos um clima muito frio. “A mulher brasileira adora uma bota e investe em uma de dois em dois anos, em média”, comenta. Outra aposta é no uso da plataforma em ocasiões informais, com a sandália aberta, que pode ser calçada tanto de dia quanto à noite.
Para o trabalho, o estilista sugere optar por solados mais baixos — no máximo dois dedos de altura — e, preferencialmente, em sapatos fechados. Para festas, a dica é semelhante no que tange ao tamanho do salto, em especial, se a pessoa for o centro das atenções. “A sandália plataforma pode ficar um pouco ‘grosseira’ caso seja muito alta e de solado muito grosso. Mas vai do gosto de cada um”, avalia.
Ademais, o efeito geral do sapato relaciona-se à diversão que traz, por ser um item com volume, tamanho e que chama a atenção. Assim, pode ser um aliado na hora de montar o look, usado como ponto de destaque para disfarçar outras partes do visual. Porém, “para quem deseja equilibrar tais efeitos, vale utilizar a peça com vestidos longos, calça pantalona, flare ou widleg e, se for usar com alguma roupa que mostre as pernas, com meia calça da cor do calçado”, pontua Monaliza.
Às fashionistas, vale lembrar que a plataforma pode ser aliada de outras tendências do momento, como a sandália fisherman, a flatform, o mocassim tratorado, os tamancos, a rasteirinha gladiadora, o sapato Mary Jane e as papetes.
*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte
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