Chegar em casa após um longo dia de trabalho e receber o carinho do animal de estimação é uma sensação indescritível, não é mesmo? Os pets são ótimas companhias para crianças, adultos e idosos, sejam eles cachorros, gatos, pássaros, peixes ou de outras espécies. Independentemente de qual seja o bichinho, conviver com eles pode trazer inúmeros benefícios para a saúde mental e física dos humanos.
No caso dos idosos, especialmente aqueles que moram sozinhos, ter um animal de estimação os ajuda a saírem de casa para fazer passeios, praticar atividades físicas, conhecerem novas pessoas e a não se sentirem sozinhos.
Fabiano de Abreu, psicólogo e PhD em neurociências, afirma que os pets auxiliam na diminuição do estresse, ajudam a abaixar a pressão arterial, a aumentar a interação social e leva a pessoa a ampliar os conhecimentos. "A interação com animais diminui os níveis de cortisol (hormônio relacionado ao estresse) e reduz a pressão sanguínea. Estudos descobriram que os animais podem reduzir a solidão, aumentar os sentimentos de apoio social e melhorar o humor", afirma o especialista.
Apesar dos benefícios, Fernando recomenda a adoção apenas caso a pessoa goste de animais e tenha condições de cuidar. Malba Bispo, veterinária especializada em oncologia de cães e gatos, alerta que a autonomia de cada idoso também influencia no tipo de pet ideal para ser criado. "Se é um idoso que faz corrida, talvez um cão. Se é um idoso que não consegue agachar para limpar a caixa de areia de um gato, talvez fosse mais viável uma ave", explica.
Cuidados
Um dos pontos principais na hora de escolher o animal de estimação é a forma como ele será cuidado. É importante lembrar de que são bichinhos que exigem carinho e atenção, e que, eventualmente, podem necessitar de uma intervenção de saúde.
Para garantir uma boa qualidade de vida para o animal e uma convivência segura com os idosos, é necessário manter a vacinação e a vermifugação em dia e realizar checapes de rotina. Dessa forma, são evitadas doenças que podem afetar tanto o bichinho quanto a pessoa idosa.
"O animal de estimação estimula a parte de relações afetivas e acaba sendo elemento de suporte emocional. Todo ser vivo demostra afetividade quando bem cuidado, então acaba sendo uma troca entre humanos e animais", conta a veterinária.
Quanto à saúde do idoso, os animais influenciam na longevidade, na qualidade de vida e evita quadros de demência. "Hoje é comprovado que estes animais são terapêuticos. Quando se estimula a afetividade e os cuidados, melhora-se o cérebro, ajudando, inclusive, a evitar quadros de demênciais, tão comum em muitos idosos", finaliza.
"São muito carinhosos"
Iolanda Aparecida de Lima, de 65 anos, mora com o marido e com quatro animais de estimação: três canários belgas e uma cadelinha. As aves moram com a idosa há 10 anos e a cadelinha, chamada Lia, tem 1 ano de vida.
Lia foi adotada em um abrigo pelo namorado da neta de Iolanda. O animal chegou à casa da idosa por tempo determinado, apenas enquanto o dono viajava. Isso foi o suficiente para que a mulher se apaixonasse pelo bichinho. "Agora é minha", disse, com bom humor.
Apesar dos muitos animais que tem em casa, Iolanda afirma que os pets não dão trabalho e que causam muito divertimento na família. "Ficam esperando a gente acordar para correr e ganhar um agrado", conta. Além da ração, Lia gosta de ganhar biscoitos e pedaços de fruta.
Diferentemente de Iolanda, Maria dos Prazeres mora sozinha com Zeca, um poodle que acompanha a idosa, de 85 anos, em todos os lugares por onde ela passa — incluindo no mercado e até no médico e no dentista. "Como ele não pode ficar sozinho e eu mesma gosto de ter um companhia, levo para todos os ambientes que é possível", conta.
Zeca tem 10 anos, é cego de um olho e não possui a maioria dos dentes. Para se alimentar, o poodle só ingere ração úmida. "Ah, e só come se eu der na boca. Dá muito trabalho, mas meu amor por ele é maior do que tudo", ressalta.
Maria também possui um problema de saúde: não consegue se locomover direito. Retribuindo o carinho que recebe da dona, Zeca ajuda a tutora a lidar com a condição de saúde. "Ele me ajuda na brincadeira, às vezes rouba meu chinelo e eu preciso ir atrás dele, então acabo exercitando por conta disso", brinca.
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