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Mulheres com maior exposição a estrogênio têm menor risco de AVC após menopausa

Pesquisa aponta que tanto o período de fertilidade quanto o tempo de uso do hormônio como pílula anticoncepcional conferiram proteção contra a ocorrência de derrame cerebral

O tempo de exposição ao estrogênio pode ser estimado em uma mulher antes da menopausa pelo tempo entre a primeira menstruação e a menopausa adicionado ao tempo em que usou estrogênio como anticoncepcional. Uma pergunta muito comum no consultório neurológico é se o tempo prolongado do uso de anticoncepcionais pode aumentar o risco de derrame cerebral e uma grande pesquisa publicada recentemente no periódico Neurology da Academia Americana de Neurologia aponta que maior exposição de estrogênio antes da menopausa, na verdade, reduz esse risco.

O estudo envolveu mais de 120 mil mulheres já na menopausa com acompanhamento por nove anos em média. Tanto o tempo de fertilidade, da primeira menstruação à menopausa, como o tempo de uso de estrogênio como pílula anticoncepcional, conferiram proteção contra a ocorrência de derrame cerebral.

Pesquisas anteriores já haviam demonstrado que o estrogênio tem um certo grau de proteção vascular no coração e no cérebro por suas propriedades vasodilatadoras, antioxidantes e de regulação no metabolismo do colesterol e da glicose. Quando se pensa em reposição de estrogênio após a menopausa, essa proteção ocorre com o uso até os 60 anos de idade ou dentro de um período de 10 anos após a menopausa. Após esse tempo, a resposta é indiferente ou o risco pode até aumentar.

*Dr. Ricardo Teixeira é doutor em neurologia pela Unicamp e diretor do Instituto do Cérebro de Brasília

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