Bichos

Carnaval de quatro patas! A folia para os pets chegou em Brasília

Após dois anos sem festas nas ruas, o carnaval se estende até para os animais domésticos, que podem acompanhar seus donos na diversão. Mas sempre com segurança

Yasmin Isbert*
postado em 14/02/2023 16:10
 (crédito: Fotos: Arquivo pessoal)
(crédito: Fotos: Arquivo pessoal)

Carnaval é sinônimo de curtição, conhecer gente nova, dançar no meio da rua, fantasiar-se com muito brilho, aquele momento do ano para desfrutar as vantagens de ser brasileiro. Mas para os pais de pet, é inevitável a preocupação com seus animais de estimação, que também podem marcar presença neste evento tão esperado ao longo do ano.

Especialmente em Brasília, que foi reconhecida pelo Governo do Distrito Federal, recentemente, como uma cidade turística pet friendly — amiga dos animais. A lei sancionada pela governadora em exercício, Celina Leão, em 24 de janeiro, tem como objetivo valorizar o bem-estar animal e incentivar a convivência entre os humanos e os animais em espaços públicos e privados. Então, faz todo o sentido se falar no carnaval — uma ótima oportunidade para botar tudo isso em prática.

A segurança do pet vem sempre em primeiro lugar. Levar o animal de estimação para uma festa de carnaval requer atenção, responsabilidade e algumas medidas essenciais para a prevenção de situações desagradáveis ou até perigosas.

O veterinário Calebe Castro, clínico geral especializado em nefrologia e urologia, pontua que a maior parte dos riscos que devem ser considerados acontecem durante o dia. A temperatura corporal do animal, do ambiente e do asfalto precisam ser observadas, assim como se deve evitar lugares com multidões extremas. Outro ponto importante é ficar atento ao som, pois os animais possuem uma sensibilidade muito maior dos sentidos e ficam facilmente assustados.

"Quando o dono não mantém atenção à coleira, aos peitorais, o animal pode fugir, e essa combinação de o animal fugir assustado pode desencadear fraturas e diversos outros acidentes", detalha o especialista. Ele também destaca que existem determinadas raças, principalmente as braquicefálicas — animais com focinho achatados, a exemplo de pug e shitzu —, que podem apresentar algum tipo de dificuldade dependendo da exposição excessiva ao calor. 

Preparando para a folia

Antes de pensar em levar seu amigo para uma festa de carnaval, observe se ele se sentirá confortável nesse ambiente — isso vale, inclusive, nos blocos específicos para pets. Os cães e gatos já são naturalmente mais sensíveis aos sentidos, então fique atento se isso não será uma experiência estressante para ele, mesmo tomando todos os cuidados necessários.

É possível também preparar o animal para participar da folia. Mas como fazer isso? "Primeiramente, o expondo de maneira gradual, ou seja, primeiro a gente dá um passeio mais longo — o que eram 20 minutos podem ir para 40 minutos. Depois, o expomos a uma maior demanda de exercícios. A partir daí, a gente aumenta a quantidade de pessoas que vão estar nesse exercício", explica o veterinário Calebe Castro.

Ele aponta que o local de passeio para treino também é importante. Procure lugares grandes e espaçosos e com um fluxo maior de pessoas, como a Torre de TV, a Esplanada dos Ministérios e outros pontos onde geralmente ocorrem a folia. Entretanto, não é recomendável andar com o animal nessas localidades nos dias de carnaval sem analisar se realmente vai fazer bem ao seu bichinho. Por isso o preparo prévio nessas localidades é tão importante.

A festa já começou

Porém, levar o animal para carnavais idealizados para eles é o ideal — evita o calor excessivo, estresse do animal e possíveis acidentes. Tamires Rodrigues é mãe de três cachorros salsicha: Teodoro, Nina e Laila. Ela levou seus bichinhos para o Carnaxixa, festa que ocorreu no último dia 5 de fevereiro, e achou que o evento aconteceu em um ótimo horário. Para ela, se tivesse ocorrido mais para o fim do dia, não seria possível comparecer devido à iluminação do lugar.

O fato de o parque ser cercado, acredita Tamires, deixou os tutores mais tranquilos para que seus cachorros pudessem explorar o espaço. "Algumas vezes, até os perdia de vista, mas não me preocupava", conta. "Foi um domingo incrível, um evento superorganizado, com sorteios e venda de picolés para os doguinhos. Teve cachorros de vários portes e raças, porém sem atritos entre eles, os mais agitados permaneceram em suas respectivas guias."

Durante a semana, os animais dão passeios mais curtos e, por isso, os fins de semana devem ser aproveitados quando esses eventos de socialização acontecem. Especialmente após o período pandêmico, quando vários animais nasceram e cresceram em ambientes pouco sociáveis. Esse é o caso de Cristiana Pereira, mãe de Benty Henrique, Titcho Lino e a Shuri Jolie.

"No carnaval, sempre tem mais eventos e, agora, graças a Deus, está cheio de evento para animais também! Eu mesma costumo fazer as fantasias. É superdivertido, acho que eles ficam superfofos e engraçados. Eles podem não entender a fantasia, mas se divertem nos eventos com certeza!", expõe Cristiana.

Evitar lugares muito perto do asfalto e concreto, lugares muito quentes, levar consigo água gelada, petiscos e repelentes ou produtos que evitem carrapatos, pulgas e mosquitos foram algumas das medidas tomadas por Cristiana. "Poder estar com nossos pets é sempre maravilhoso e a melhor opção! Sempre buscamos fazer programas e ir em locais que possamos incluí-los."

*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte

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    Laila, 8 anos, cadelinha de Tamires Rodrigues, foi ao Carnaxixa 2023 vestida de bailarina Foto: Arquivo pessoal
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    Benty Henrique, de 12 anos, no Carnaxixa 2023, vestido de palhacinho Foto: Estúdio Pet
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    Benty Henrique, Shuri Jolie e Titcho Lino se fantasiaram de Wally (de Onde está o Wally?), roqueiro e palhacinho Foto: Arquivo pessoal
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    No Carnaxixa de 2022, Benty Henrique vestiu-se de Capitão América Foto: Arquivo pessoal
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