Toda criança precisa de um espaço só seu para brincar, estudar e desenvolver habilidades. Isso faz parte dos primeiros passos na formação de caráter e descoberta dos próprios gostos, que acontece justamente na infância. Um lugar para aprender sobre pintar, desenhar, colorir e, até mesmo, como guardar os brinquedos e se tornar um adulto organizado. Os pequenos, nesta fase, necessitam desse cantinho único dentro de casa.
Um ponto atrativo e cativante do lar. Assim define a designer de interiores Aline Silva, que vê com bons olhos a criação desse espaço lúdico, adaptado totalmente para as crianças. Ambientes esses que podem estimular e proporcionar atividades, jogos, lazer e muita leitura. "Esses locais promovem interação para que várias habilidades sejam desenvolvidas, auxiliando no desenvolvimento deles", explica.
Essa área completamente apropriada, gera um conforto para realizar as brincadeiras, pois, segundo a profissional, a ergonomia será fielmente pensada na hora de projetar os móveis, o espaço, e os próprios elementos lúdicos, com o intuito de incentivar a criatividade da criançada. Geralmente o design dos móveis são diferenciados, fator que ajuda no crescimento da fantasia e criatividade, como descreve Aline Silva.
Melhor local
O arquiteto Diego Aquino destaca que o melhor lugar para a composição desse cenário precisa de boa iluminação e fácil acesso. O quarto pode ser uma boa opção, principalmente se for grande o suficiente para as brincadeiras e atividades. No entanto, um canto à parte também pode surgir como alternativa. "Isso, caso você tenha espaço, e desde que seja projetado de forma a ser atraente e convidativo para as crianças, seja com cores, móveis na altura delas e espaço para brinquedos e atividades", comenta.
Ainda de acordo com ele, brinquedotecas e outras criações mais lúdicas são pedidos sempre frequentes entre os pais, já que esses espacinhos costumam ser um auxílio na educação desse público. Além dos benefícios mencionados acima, Diego conta que ambientes como estes também são capazes de deixar a família mais unida, a casa mais organizada, sem aquelas velhas questões dos brinquedos livres pelo chão. Uma forma de levar mais calmaria para o lar.
Brincadeira de criança
Mãe de dois filhos — Luca, 2 anos, e Davi, 5 anos, e vasta experiência em relação à criançada —, Natália Guimarães Campelo, 38, é professora da educação infantil no colégio Maria Montessori. Antes mesmo de ter os dois pequenos, o trabalho sempre a fez pensar que uma criança deve ter, sim, um ambiente em que ela consiga se descobrir, e entender o lugar de cada objeto, sem depender de nenhum adulto. Diante dessa vontade, assim que seus filhos vieram ao mundo, a ideia foi concebida.
"Tem duas coisas que faço para que eles não percam o interesse pelos brinquedos e que interajam entre si. Uma é não disponibilizar todos os brinquedos que tem de uma só vez, faço remanejamento dos brinquedos no nicho do guarda-roupa deles, canto que separei para isso. Quando eram menores de 0 a 2 anos fazia isso semanalmente, porque observei que a criança mais nova perde o interesse rápido pelos brinquedos, logo quer trocar para outro", diz a professora. Hoje, essa realidade mudou um pouco. A troca é feita mensalmente, e aquilo que não é mais usado é levado para a doação.
Outra parte importante para a mãe, e presente em casa, é um espaço de artes disponível para os pequenos. Em tom descontraído, ela diz que é o momento onde eles mais interagem de forma harmônica, o que nem sempre é constante. Neste ambiente, os filhos contam com tinta, massinha, lápis de cor, folha em branco e imagens de figuras.
Natalia considera de suma importância cantinhos como esse, para que as crianças, mesmo com coisas simples, pratiquem e desenvolvam sua autonomia ao longo dos anos. Coordenação motora, percepção visual e equilíbrio são alguns dos fatores que têm ajudado no crescimento de Luca e Davi. De agora até que fiquem mais velhos, o ideal é que ambos continuem com essa rotina de lazer.
Área ideal
Pensando no planejamento, o ambiente, por ser infantil, deve ser acessível para a criança. Um lugar onde ela consiga alcançar todos os objetos que estão disponíveis ao redor. A especialista Aline Silva ressalta a importância de organizar a ideia bem antes. "As alturas de móveis, de instalação do quadro negro, das prateleiras são fundamentais para que ela consiga pegar seu brinquedo, seu livro, e outros itens importantes para a interação sem necessitar da ajuda de um adulto. E assim, quando finalizar a brincadeira, também conseguirá guardar e organizar seu espaço, desenvolvendo assim uma autonomia", diz a designer
O orçamento, entretanto, também é imprescindível nesse momento. O preço, a depender da área a ser escolhida, pode acabar variando. Os materiais e acabamentos selecionados podem apertar o bolso e serem mais salgados. Mas, mesmo assim, as soluções continuam existindo, a fim de deixar o local com o gosto personalizado pequeno. "Se for planejado de forma inteligente e criativa, é possível. Busque sempre um profissional para te ajudar", recomenda Diego Aquino.
Itens e objetos que não podem faltar:
— Cores para estimular a criatividade e embelezar o espaço;
— Mesa e cadeira na altura da criança para aquela pintura linda e especial;
— Um piso neutro, confortável e atérmico para que a criança fique a vontade, conseguindo andar descalça e sentar no chão;
— Uma iluminação clara, de preferência indireta, planejada com cuidado para que o conforto visual seja preservado;
— Luminárias com peças diferenciadas para despertar a curiosidade e interesse e
— Um espaço arejado com boa ventilação, pensando que o tempo de permanência nesse espaço provavelmente será o maior possível.
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