Com as férias de fim de ano se aproximando, as programações de viagens são definidas por quem busca aproveitar o recesso longe de casa. Para os que deixam o planejamento para última hora, uma alternativa mais barata é a viagem de carro, que pode, também, ser mais inclusiva com os animais domésticos do que a aérea.
No entanto, muitas dúvidas de como fazer o trajeto em segurança surgem. A primeira recomendação é consultar um veterinário de confiança, que poderá orientar o tutor de forma individualizada. A avaliação serve tanto para tranquilizar o dono quanto para atestar que o animal tem condições de saúde para o percurso.
Segundo a veterinária Fátima Barreto, da Clínica Veterinária Cães e Cia, outra observação importante está relacionada à questão da vacinação. Todas devem estar em dia, a fim de ter o sistema imunológico reforçado, já que o animal estará em contato com um ambiente que não está acostumado. "Atenção com relação às futuras mamães ou aos animais muito filhotes", frisa a profissional.
Na mala
Embora a mala do amigo peludo não exija preocupação com peças de roupa, alguns itens não podem ser deixados de lado na hora de prepará-la. A veterinária lembra que caso o pet faça uso de algum medicamento, ele deve ser levado, mas, se não for o caso, nenhum remédio pode ser dado sem indicação profissional. Em alguns casos, pode ser necessário um antiemético, que tem foco em tratar náuseas e vômitos.
Outro item essencial é a ração da rotina do animal, a que ele está acostumado, evitando, assim, mais adaptações. Carregar brinquedos e a cama ou almofadas em que ele dorme em casa pode ajudar a trazer conforto e familiaridade. Para a viagem, é importante que o animal esteja hidratado durante todo o tempo, por isso, o tutor deve carregar uma quantidade de água que permita oferecer várias vezes.
Viajantes
Para Mariana Pedroso, estudante de 18 anos e tutora de dois cães de pequeno porte, a melhor parte é ver a alegria da dupla com a mudança de ares. "É muito divertido viajar com Thor e Loki, eles ficam muito felizes", conta. Os cachorros sempre viajam com a família de Mariana, segundo ela, pelo menos três vezes ao ano. O lugar mais frequente é para Minas Gerais, na casa dos avós da jovem.
O trajeto é sempre feito de carro e, como estão acostumados, Thor e Loki não dão qualquer tipo de problema. No caso das viagens para locais mais distantes, em que vão de avião, deixam os cães em hotéis.
Antes da viagem, Mariana toma uma série de cuidados, que começam pelo banho e tosa. Na casa dos avós, como há um grande quintal, os cachorros estão mais sujeitos a carrapichos, por isso estar com os pelos aparados pode ajudar na limpeza e nos demais cuidados. Os cartões de vacina, exigidos em alguns locais, sempre estão separados; e brinquedos, petiscos e tapete higiênico, no porta-malas.
Com relação ao transporte, na primeira viagem, Mariana comprou uma cadeira adaptada, mas, hoje, utiliza o cinto de segurança canino nos dois, para ocupar menos espaço. De acordo com ela, a viagem sempre conta com pelo menos quatro paradas: "Serve para eles descerem, fazerem suas necessidades e desestressarem".
Com as próximas férias planejadas também para a casa dos avós, em Minas, a estudante recomenda aos "tutores de primeira viagem" que, para uma boa viagem, é necessário que o tempo do animal seja respeitado, com as devidas paradas e atenção aos sinais que eles dão, principalmente de desconforto. Outro ponto importante, para ela, é ter o contato de um veterinário para o caso de acidentes ou emergências.
Saiba Mais
Adaptação
A veterinária concorda que é preciso estar atento aos sinais que o animal dá. "Muito agitado ou muito prostrado são indicações de que há algo errado e precisam ser apresentadas ao médico veterinário." Fátima afirma que a primeira viagem não deve ser muito longa e que só ocorra quando o animal já está acostumado ao ambiente do carro. Para felinos, o cuidado é o mesmo, embora eles naturalmente fiquem mais desconfortáveis em ambientes novos. "Para realizar a adaptação, é sugerido que coloquem os gatos nas caixas por um tempo e andem por curtos períodos dentro da caixa, simulando a viagem", diz.
Em alguns casos, as mochilas adaptadas podem ser mais atrativas, pois alguns gatos gostam de observar o ambiente que estão inseridos. "O recomendado é que o animal seja acomodado em uma caixa de transporte que permita que ele consiga fazer uma volta de 360 graus, ficar de pé e deitado", completa.
Durante o percurso
A médica veterinária Paula Watanabe, da Parkvet, explica que durante o transporte o tutor deve manter o som em níveis mais baixos, preferencialmente, para não fazer mal aos ouvidos sensíveis dos peludos. Outro ponto é o cuidado com a temperatura do ambiente, que deve ser agradável a todos. Com relação à janela, esta pode ir aberta, desde que não exista o perigo de o animal colocar parte do corpo para fora ou saltar.
Além disso, é imprescindível os animais irem no banco de trás, bem presos ao assento. Em todas as paradas feitas ao longo do caminho, também é necessário que a guia seja utilizada, tanto para cães quanto para gatos, independentemente de serem animais obedientes ou não. Manter-se longe de vias movimentadas também é outra medida que auxilia a diminuir as possibilidades de acidentes.
*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte
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