Neurônios em dia

Entenda o acidente isquêmico transitório, condição que acometeu Renato Aragão

Trataremos o AIT e o AVC pelo termo Doença Cerebrovascular (DCV). E mostraremos as diferenças e semelhanças entre ambos

Dr. Ricardo Teixeira
postado em 19/12/2022 12:01 / atualizado em 19/12/2022 12:02
 (crédito: Divulgação/American Heart Association)
(crédito: Divulgação/American Heart Association)

Renato Aragão recebeu alta hospitalar na semana passada após internação por um acidente isquêmico transitório (AIT) e, já em casa, com bom humor, manifestou-se nas redes sociais dizendo que Didi está on. O AIT ocorre quando uma artéria cerebral é obstruída e os sintomas duram menos de 24 horas. Em cerca de 1/3 dos pacientes os sintomas duram menos de uma hora, em outro terço até 12 horas e o restante entre 12 e 24 horas. O correto diagnóstico é imprescindível, já que em três meses 10% irão apresentar um acidente vascular cerebral (AVC), sendo que metade deles ocorrerão nas primeiras 48 horas.

Trataremos em seguida o AIT e o AVC pelo termo Doença Cerebrovascular (DCV). Na luta contra a DCV, seu papel é muito maior do que você imagina!

A DCV é mais comum entre as pessoas que têm hipertensão arterial, diabetes, colesterol alto, doenças do coração e naqueles sedentários, que fumam e usam muito álcool. Calcula-se que o indivíduo que identifica e trata um desses fatores de risco reduz seu risco de DCV pela metade. Mais importante ainda é o fato que esse mesmo indivíduo que adota hábitos de vida saudáveis é capaz de influenciar as pessoas ao seu redor a assumirem também esses bons hábitos. Saúde é mesmo contagiante!

Como identificar um AIT ou AVC?

Toda vez que ocorrer algum destes sintomas, de forma REPENTINA:
•Fraqueza de um lado do corpo
•Dormência de um lado do corpo
•Dificuldade visual
•Dificuldade para falar
•Dor de cabeça muito forte nunca antes sentida
•Incapacidade de se manter em pé

O que fazer diante de um sintoma suspeito?

Procurar imediatamente um serviço médico especializado, pois o tratamento, na maioria das vezes, só tem efeito se realizado nas primeiras horas após o início dos sintomas.
O tratamento precoce aumenta a chance de preservar a parte do cérebro que está para ser destruída, diminuindo, assim, as sequelas tão temidas, como paralisia e perda da fala, assim como o risco de morte.

O que fazer para evitar a DCV?

•Prática de exercícios regulares;
•Alimentação balanceada, evitando o consumo excessivo de alimentos de origem animal (ex. carnes, ovos, leites e derivados);
•Não fumar;
•Evitar o excesso de álcool e o estresse;
•Se tiver mais de 40 anos: realizar pelo menos uma vez por ano controle de pressão arterial, dosagem de glicose e colesterol no sangue;
•Se tiver diagnóstico de hipertensão arterial, diabetes, colesterol alto ou qualquer doença do coração: acompanhamento médico frequente para controle rígido destas condições.

*Dr. Ricardo Teixeira é neurologista e diretor clínico do Instituto do Cérebro de Brasília

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