Calor, frio, álcool em gel, atrito, bactérias… As mãos, diferentemente de muitas outras partes do corpo, estão 100% do tempo expostas a agentes externos que comprometem a saúde da pele, assim como sua aparência. Com a pandemia da covid-19, a exposição das mãos a álcool e outros produtos de limpeza extrema comprometeu ainda mais a beleza das mãos.
A primeira e mais essencial dica do médico Franklin Veríssimo, especialista e pós-graduado em laser, cosmiatria e procedimentos pelo Hospital Albert Einstein, em São Paulo, é a hidratação. O hábito de aplicar um hidratante específico para essa área evitará possíveis ferimentos e lesões na pele.
Saiba Mais
"Há muitos bons hidratantes no mercado, alguns sofisticados, com toque mais seco e suave e com ativos adicionais, como antioxidantes e ativos contra manchas. Alguns ativos formam uma espécie de barreira, que ajuda a manter a hidratação da pele, como a glicerina e os óleos vegetais", detalha o dermatologista. Entre os óleos, ele destaca o alto poder de hidratação da manteiga de karité.
Quanto mais ressecada a pele, maior deve ser o poder de hidratação do produto escolhido. Uma dica de Franklin é ficar atentos àqueles que possuem ureia na fórmula, que são ótimos para essas situações. Outros ativos, como a alantoína, o aloe vera, as ceramidas, o D-pantenol (pró-vitamina B5), a vitamina E e o ácido hialurônico, ajudam a hidratar. Alguns deles possuem, inclusive, funções adicionais.
Proteção e prevenção
Outro produto que está no mesmo nível de importância que os hidratantes são os de proteção solar. Esses podem vir até junto com os hidratantes, mas o mercado também oferece uma gama de filtros específicos para a região das mãos. "A exposição ao sol promove o fotoenvelhecimento, bem como o aparecimento de lesões", ressalta Franklin.
Quando entramos na questão de prevenir o envelhecimento precoce dessa região, além desses cuidados básicos, existem procedimentos estéticos que apresentam ótimos resultados. É necessário, apenas, uma avaliação com um médico especializado para a realização desses protocolos de embelezamento e rejuvenescimento. É preciso avaliar o tipo de pele e a necessidade de cada um. Séruns com ácido hialurônico, por exemplo, são dermocosméticos que também podem ser usados na prevenção do envelhecimento.
De olho nas unhas
A dermatologista Fabiana Seidl acrescenta a necessidade de cuidados com a unha e cutículas. As unhas têm função de proteger os dedos e também ajudam a refinar os movimentos finos, além de sinalizar possíveis alterações e deficiências de vitaminas. "Isso acontece porque deficiência de vitaminas, alterações hormonais, problemas de circulação e até a baixa oxigenação do sangue interferem na produção da unha a partir da sua matriz, gerando alterações na forma, cor, espessura e velocidade de crescimento das unhas."
Para cuidar delas, então, é importante reforçar ainda mais a hidratação da região. "Quando lavamos muito as mãos e utilizamos álcool em gel, as cutículas acabam ficando muito ressecadas e mais evidentes e a unha fica frágil, quebrando com mais facilidade."
A aplicação de ceras, óleos ou pomadas hidratantes, unha por unha, fazendo uma leve massagem, é o procedimento indicado pela médica. Esse cuidado, além de extremamente importante para a saúde e a beleza das unhas — e mãos em geral —, é um momento de autocuidado muito prazeroso.
Fabiana alerta para o cuidado com as cutículas, ainda maior, no período de pandemia. "O ideal, neste momento em que ainda usamos frequentemente o álcool em gel, é não retirá-las", reforça. As cutículas formam uma camada de proteção contra fungos e bactérias e, quando retiradas, deixam aberto um canal ideal para entrada desses agentes nocivos.
"Quando usamos o alicate para retirar as cutículas, fazemos pequenos traumas que podem facilitar infecções por microrganismos, além de poder desencadear processos inflamatórios no local, levando ao aparecimento de granuloma piogênico (carne esponjosa)", acrescenta a médica.
O ideal é que elas sejam delicadamente empurradas e hidratadas por um profissional da área, sem que haja aprofundamento na pele.
*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte