Plantas em casa sempre tiveram alta popularidade, no entanto, nos últimos anos, o interesse vem crescendo por todos as espécies. O Google Trends divulgou que, em 2021, a busca por "como fazer horta em casa" esteve no topo das pesquisas. Com diversas opções além dos cultivos, ter plantas no lar é algo possível para todos, mesmo para os pouco experientes e sem muito tempo disponível.
Uma forma de deixar o ambiente mais verde com pouco esforço é usar plantas que não demandam cuidados constantes, como as suculentas. O paisagista e proprietário da empresa Earth Garden, Felipe de Almeida, explica que são de fácil manutenção, pois, naturalmente, retêm bastante água, com irrigação que idealmente deve ser feita até mesmo com seringas para não matá-las com excesso.
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O cuidado que se deve ter é quanto ao tipo, pois Felipe alerta que existem suculentas que devem viver na sombra e outras que se desenvolvem melhor sob o sol. Além disso, segundo o profissional, são ótimas para ambientes pequenos pela questão estética. "É uma planta muito charmosa de se ter e que demanda pouco cuidado, comparando com outras espécies", afirma. Isso se deve à sua origem, já que é nativa de locais secos.
Outra opção indicada por paisagistas são os terrários. "Nada mais que ecossistemas criados em pequenos recipientes, que podem ser abertos ou completamente fechados", explica o arquiteto e paisagista Vitor Santos. O profissional explica que os fechados proporcionam um ambiente de miniestufa quase autossuficiente, que reproduz as condições de umidade e temperatura tropical.
Justamente por se aproximar das condições de um ecossistema próprio, se autorregula e não necessita de muitos cuidados, como podas, regas e adubação. "Atenção: pouco não significa nulo", alerta Vitor. O local de inserção do terrário deve ser de sombra ou meia sombra, ou seja, com bastante iluminação natural e pouco sol direto. Na posição de item decorativo, o arquiteto recomenda colocá-lo em locais de destaque: "Centro de mesas, mesas laterais, bancada de trabalho e estantes com diversos nichos".
Os bonsais, que são técnicas de cultivo de árvores em miniatura, também são formas de deixar a casa mais verde mesmo com limitação de espaço. Como é uma técnica, as recomendações e os cuidados são individualizados para cada espécie escolhida. Seu tamanho pode ser um diferencial para os donos de casa: "O porte da planta é reduzido, o seu vaso ou cachepot também é muito pequeno", afirma Vitor.
Apesar da facilidade de encaixe em apartamentos ou casas com espaços menores, um cuidado deve ser tomado com as regas e a frequência de adubação. "Com um recipiente pequeno para raízes e substrato, o solo perde umidade com maior facilidade para o ambiente, e a planta consome os nutrientes com maior rapidez", avisa o paisagista. Portanto, para quem tem pouco tempo, pode não ser a planta ideal.
Controle de danos
Uma preocupação dos inexperientes costuma ser os insetos e as pragas que podem causar danos às plantações. Vitor Santos explica que doenças, fungos e insetos podem surgir em qualquer planta e em qualquer ambiente, porém estão mais presentes nos desequilibrados. "O ambiente urbano é sempre desequilibrado para o cultivo de plantas", afirma. Isso ocorre porque os controles biológicos de diversos organismos que atacam a planta não existem nas cidades em quantidade equilibrada, como ocorre com insetos e pássaros, por exemplo.
Para minimizar os problemas, além do controle individual, Vitor recomenda o esforço pela planta saudável, que dessa forma será menos suscetível ao ataque de qualquer doença. E, se acontecer, é essencial identificar o causador do problema antes que se espalhe para outras espécies ou chegue em um ponto irreversível. "Às vezes, resolvemos alguns com métodos orgânicos e naturais, como calda bordalesa, enxofre ou somente com limpeza da planta", pontua.
Como escolher?
Para selecionar a melhor planta para incrementar na decoração da casa, alguns pontos devem ser observados. Primeiro, se o proprietário tiver animais domésticos, uma conversa com o veterinário deve ocorrer, para que se tenha a orientação adequada sobre espécies que podem fazer mal aos bichos. Algumas são tóxicas e podem causar uma série de reações em cães e gatos, como alguns tipos de suculentas.
Além disso, os espaços disponíveis devem ser observados. A luminosidade é um dos principais pontos, para o paisagista Felipe de Almeida. Ele explica que, para fazer a escolha de qual planta é adequada a cada espaço, é importante saber em qual horário o sol bate ali e de que forma, pois, somente assim, é possível delimitar se a espécie escolhida será de meia sombra ou que demanda incidência direta.
Desse modo, a planta crescerá mais saudável, pois terá as melhores condições de desenvolvimento. "No caso de um espaço da casa que não pega luminosidade de sol, você deve optar por uma planta de sombra total, como a costela-de-adão, a jiboia ou o singônio", exemplifica Felipe. Se no local está sujeito à água da chuva, também é preciso ficar atento, pois algumas plantas têm estruturas sensíveis ao forte impacto e podem não suportar chuvas intensas e ventanias.
Além das variáveis do espaço, Vitor Santos pontua que a ciência e os conhecimentos a respeito são importantes na hora da decisão. "A planta ideal para quem está começando a entender desse mundo deverá, primeiramente, obedecer o tipo de iluminação presente no ambiente onde será inserida", diz o paisagista. Para ele, a escolha adequada são os tipos coringas de fácil cuidado, como as espadas-de-são-jorge.
Pouco cuidado
Para começar, as plantas de clima desértico, como agave, dracena, palmeiras e cactos, são boas por naturalmente não demandarem intervenções constantes, já que estão acostumadas a climas hostis. "São espécies que você vê por toda Brasília, em canteiros e entrequadras. Que estão ali, não têm cuidado nenhum e estão bonitas e saudáveis", exemplifica Felip. Apesar disso, ele recomenda uma implementação bem feita, com adubação e solo adequados, além de espaço para crescimento de raízes.
Com os devidos cuidados e a análise pessoal, é possível planejar e realizar as escolhas mais coerentes de acordo com o espaço e as preferências. Para algumas pessoas, trazer mais verde pode ter motivos medicinais, como plantas para chás que auxiliam nas dores de cabeça ou acalmam. Mas, também podem cumprir apenas o propósito de ornamentação e leveza nos ambientes, proporcionando variedade e beleza.
*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte
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