Ao longo dos últimos meses, a nossa seção de Casa foi tomada pelas tendências de decoração apresentadas na CasaCor Brasília 2022. A mostra trouxe as novidades em quartos, salas, banheiros, camas, tecidos, obras de arte, entre outros.
Mas não é somente no que diz respeito às inspirações para o lar que a CasaCor pode ajudar a inspirar. Os restaurantes e as lojas do espaço também são criados meticulosamente pelos profissionais de decoração da cidade e podem trazer novos ares para quem pretende iniciar ou reformar um projeto comercial.
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Estreante na CasaCor, a arquiteta e urbanista Rebeca Faria Lora explica que ao criar espaços comerciais é importante ter em mente a função que o lugar vai exercer. Esse foi, inclusive, um dos desafios encontrados por ela e pelas parceiras de projeto, Joyce França, Rafaella Preusse, Raquel Maciel, na hora de pensar o Espaço Sebrae.
Era necessário criar um ambiente que pudesse ser o lar de quatro tipos de produto diferentes: design, moda, artesanato e produtos alimentícios. E se tratando da CasaCor, não bastava apenas ser funcional, o espaço precisava ser inovador e ter uma identidade própria. "Precisávamos encontrar um equilíbrio em que o projeto pudesse chamar atenção por si só, mas que, ao mesmo tempo, não roubasse a atenção dos produtos ou os deixasse em segundo plano", comenta Rebeca.
Uma das estratégias das arquitetas foi criar expositores em formato de arquibancada, de forma que qualquer tipo de produto, incluindo diferentes formatos e alturas pudessem ser dispostos. As pastilhas em tons neutros foram outra maneira encontrada para dar destaque aos objetos à venda.
Além das arquibancadas, nichos na parede branca com iluminação de baixo para cima permitem que alimentos ou acessórios sejam exibidos. As formas orgânicas e os toques de cor em áreas específicas deram um ar único ao projeto.
Para a exposição de peças de roupa, cabideiros estilosos foram o truque perfeito. Sem vestimentas penduradas, eles se transformam em objetos de design no espaço. Rebeca comenta que essa multifuncionalidade é uma das estratégias que permite aos espaços comerciais uma versatilidade maior, sem roubar a atenção dos produtos.
O brilho das pedras preciosas
Pela primeira vez uma joalheria fez parte da mostra e, além do brilho dos diamantes e pedras preciosas que encantaram os visitantes, o ambiente em si também chamou bastante atenção. O Ateliê do Joalheiro, criado pelos escritórios MSA Arquitetura & Interiores e ON Arquitetura, e vencedor do Prêmio CasaCor Correio Braziliense de Melhor Projeto Comercial, teve um aspecto bem diferente dos outros espaços. Enquanto as formas orgânicas dominaram a mostra, o quadrado e o retângulo são predominantes e quase que absolutos nessa área de 35m².
Matheus Alves, do MSA Arquitetura & Interiores, comenta que as formas foram intencionais. Em primeiro lugar, elas causam um impacto no visitante, que depois de passar por inúmeros cômodos mais orgânicos, se depara com as linhas retas e bem definidas da joalheria. Em segundo, o objetivo era que o espaço cumprisse a sua função como "a caixinha" em que estariam expostas as joias.
"O protagonismo precisava ser dos produtos que estariam ali, nosso ambiente deveria valorizar e permitir que os visitantes enxergassem as criações dos joalheiros. Usando espaços mais definidos, as formas orgânicas das joias teriam ainda mais destaque", explica o designer de interiores.
Luciana Canalli, do On Arquitetura, acrescenta que a ideia era unir o conceito de um ateliê, mais rústico, com um ambiente um pouco mais glamouroso, que é uma joalheria. "Assim, temos a contraposição do bruto, que é o estado inicial; com o belo, que define a peça já finalizada. O metal, a pedra natural e o vidro representam a matéria-prima, mais bruta e que depois se transforma na joia", detalha a arquiteta.
Uma das designers de joias que levou suas peças para a CasaCor, Ana Paula Bottecchia comenta sobre a escolha dos profissionais por expositores mais planos e retos. "Gostei muito dessa escolha deles. O projeto elegante trouxe traços de Brasília e, ao mesmo tempo, força e atenção, direciona o foco para as joias."
Os traços da capital são os queridinhos de Ana, que é brasiliense, assim como sua marca, a Bottecchia. Além de sentir que as peças foram valorizadas pelo formato escolhido por Matheus e Luciana, ela elogiou o uso da iluminação no projeto. "Quando vamos expor joias com pedras preciosas, a luz é o que permite que o cliente enxergue todos os detalhes e saiba, inclusive, qual é o brilho e a cor real das pedras", acrescenta.
A designer comemora ainda a criação de uma joalheria na mostra e confessa se sentir honrada por poder participar da edição de 30 anos do evento em sua cidade natal. As joias escolhidas por Ana refletem o orgulho pela cidade. Ela expôs as queridinhas da marca e aproveitou o momento e o espaço históricos para adiantar o lançamento de uma peça da coleção de 2023, um colar de ametista. "O colar violeta é um spoiler da nossa coleção e achei que seria uma honra levá-lo para o estádio."
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