A edição de 2022 da CasaCor Brasília, aniversário de 30 anos da mostra, trouxe um tema que esteve em nosso imaginário nos últimos dois anos, o Infinito Particular. Os profissionais da decoração foram incentivados a criar espaços nos quais cada um se sentisse livre e ao mesmo tempo protegido — o que nossas casas foram para nós durante a pandemia.
O conforto e acolhimento do lar foram essenciais nesse período e os benefícios dessa tendência vieram para ficar, nos mostrando que devemos investir no próprio bem-estar. A mostra veio recheada de espaços de convivência para a família e os amigos mais próximos e, embora não tenham sido o foco principal, os quartos apresentados tinham uma característica marcante em comum: as camas.
Depois de reinarem absolutas por bastante tempo, as camas box deixaram de ser a primeira opção. Suportes mais baixos, estofados e com formatos inovadores são os queridinhos do momento.
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A designer de interiores Karine Gonçalves, do Studio Marka, acredita que a cama box deixou de ser a escolha óbvia pela sua falta de praticidade e pela altura, que dificulta a funcionalidade e interfere até mesmo na segurança que o móvel traz. Crianças, idosos e pessoas com mobilidade reduzida podem ter mais dificuldades.
Na estética do quarto, a altura e o grande volume criado pela box também deixaram de ser agradáveis. O cômodo parece menor e é difícil transformar esse tipo de cama em um dos elementos de decoração. O estofado e as formas arredondas, além de trazerem uma sensação de leveza, evitam machucados quando as pessoas esbarram no móvel. Além disso, Karine acredita que os suportes estofados e baixos são mais aconchegantes e dão a ideia de a cama estar abraçando quem deita nela.
No espaço Relicário, ela e o sócio, o arquiteto Marcelo Mota, optaram ainda por um painel logo atrás da cama. "De madeira e ondulado, ele contribui com a ideia de conforto e movimento. Deixa tudo mais flexível, e todo mundo se sente em casa ali", diz Karine.
Leveza e protagonismo
Responsável por uma das camas mais inovadoras da CasaCor Brasília, a arquiteta Luciana Cunha, do escritório LC Arquitetura, trouxe o móvel suspenso no espaço A Suíte do Hotel. "Aproveitei para criar uma experiência para o visitante. Uma cama flutuante, que traz essa sensação de descanso e leveza. Ao dormir, queremos nos sentir leves e acolhidos, e o dossel também traz isso."
Luciana acredita ainda que a cama volta a ter um status de protagonista do quarto. Ao deitar e fechar os olhos para dormir, torna-se o momento em que as pessoas estão mais vulneráveis e é importante que a cama desperte essa sensação de segurança e conforto, além do luxo aliado ao bem-estar estético.
O dossel e os suportes mais imponentes transmitem uma sensação de realeza, e Luciana acredita que se sentir como um rei ou rainha em seu próprio espaço é uma das formas de investir no próprio bem-estar.
A necessidade de se enxergar dentro do próprio espaço se exacerbou com a pandemia e a cama deixa de ser um simples móvel e se transforma em um mundo onde você pode viver momentos de descanso e lazer. "Acredito que o motivo principal por estarmos dispensando o box é pelo aconchego que um espaço mais personalizado traz, é um espaço pensado especialmente para quem vai dormir ali. É a volta das camas em si", completa.
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