Uma das palavras de ordem da Casacor Brasília é conforto. Desde 2020, o aconchego virou um dos principais objetos de desejo ao redor do mundo, e a tendência não é diferente na arquitetura e no design de interiores. Ambientes que valorizam as experiências sensoriais e dão atenção especial ao toque estão presentes por todo o percurso da mostra. E um tecido tem se destacado, aparecendo em variedade no mobiliário.
Criado nos anos 1940, o bouclé surgiu a partir do desejo da designer Florence Knoll de ter uma cadeira na qual pudesse se sentir verdadeiramente confortável. O site da marca Knoll segue até hoje com uma série de sofás e poltronas criadas em bouclé. O termo francês, em tradução livre, quer dizer ciclo ou enrolado, em referência às fibras de algodão torcidas na criação do tecido.
Saiba Mais
O arquiteto Alex Claver, do Studio 2 Arquitetura, escolheu o bouclé para as cadeiras de jantar da casa criada pelo escritório na CasaCor Brasília. A decisão foi baseada na importância que o aspecto sensorial assumiu no design de interiores. "Acredito que rompemos uma barreira, a de que o ambiente está ali apenas para ser bonito e visto. As pessoas querem sentir o espaço", diz.
E, claro, para que a experiência de sentir um espaço seja positiva, é importante que ele traga texturas agradáveis. Mesmo sendo mais encorpado e um pouco rústico, o bouclé é macio, com um toque que surpreende.
A escolha do tecido para as cadeiras de jantar corrobora a visão de Alex de uma busca pelo conforto, mesmo nos momentos mais corriqueiros. Muito usado em poltronas e sofás, o bouclé também pode trazer aconchego aos convidados e moradores durante uma refeição. "É legal criar essa surpresa, a pessoa toca na cadeira e percebe que tem algo diferente ali. Criamos essa curiosidade e o prazer no conforto", completa o arquiteto.
Todos os sentidos
Apostando no bem-estar e descanso, a arquiteta Maria Araújo, vencedora do prêmio Sonho da Sala — parceria entre CasaCor e Correio — no ano passado, também investiu no bouclé em seu ambiente deste ano.
O tecido aparece em dois móveis do Quarto Infinito: na Cama Dobra, de Guilherme Wentz, e na Poltrona Índia, de Ricardo Van Stenn. "Mexemos com os sentidos das pessoas. Antes de experimentar pelo tato, elas vão olhar e pensar que aquela poltrona deve ser muito confortável e, assim, vamos transmitindo a sensação de acolhimento", comenta Maria.
Estimulando a variedade de texturas, a arquiteta traz ainda o linho, em cortinas e na roupa de cama, brincando com a percepção do tecido liso e leve, com um mais robusto e com tramas mais perceptíveis.
Premiação
Pelo quinto ano consecutivo, o Prêmio do Correio em parceria com a CasaCor Brasília busca reconhecer os melhores projetos de decoração assinados por arquitetos, designers de interiores e paisagistas que participam da mostra. Além de destacar a criatividade, a premiação tem como objetivo prestigiar os talentos e incentivar os principais destaques e inovações do segmento. Em breve, abriremos a votação para que o leitor possa escolher os seus projetos preferidos.