Finalmente a meta de começar a treinar saiu do papel. Tênis, ok; roupa de academia, ok; força de vontade, ok. Tudo pronto. Ou quase tudo. Na hora de preparar o lanche, para dar aquela energia, bate a dúvida: o que devo comer? Proteína? Carboidratos? Quanto tempo é necessário esperar para iniciar os exercícios? E depois, vale optar por qualquer refeição para repor o gasto calórico?
Para o estudante de gestão pública Matheus Cristopher Gomes, 20 anos, não é preciso aderir a regimes mirabolantes para compor uma boa rotina alimentar pré e pós-treino. Como está em um processo chamado, na musculação, de bulking, cujo objetivo é ganhar peso e massa muscular, tem adotado uma dieta hipercalórica.
Por isso, antes de iniciar as atividades, costuma utilizar a suplementação de um hipercalórico batido com água, que tem ligeira absorção, facilita a digestão e permite iniciar o treino rapidamente, cerca de uma hora e meia após a refeição. Essa escolha considera, também, a praticidade da preparação, que leva poucos minutos. Na falta do suplemento, opta pelo macarrão — entre 300g e 350g — por ser leve e, igualmente, ter ágil absorção.
Para o antes
Esse é, de fato, um caminho adequado, segundo a nutricionista Patrícia de Castro Campos, especialista em nutrição clínica e esportiva. "Quando vamos praticar uma atividade física, independentemente de qual seja, gastamos, nos primeiros 40 minutos, nossa fonte de energia mais rápida, a glicose. Em seguida, o corpo começa a converter a gordura em energia, por meio dos estímulos do exercício. Portanto, para que haja carga para treinarmos, temos que consumir alimentos mais energéticos", explica. Entre os exemplos, estão os bons carboidratos: tapioca, crepioca, cuscuz, batata doce; sempre associados a uma proteína.
Em concordância, o personal trainer e estudante de nutrição Thiago Feitosa lembra que treinar e não se alimentar corretamente é um grande risco à saúde, além de ser totalmente contraprodutivo, dado que, se o corpo não tiver a nutrição básica, não se desenvolverá conforme o desejado, e os resultados podem ser frustrantes.
Para aqueles que preferem malhar em jejum e não sentem fraqueza alguma — visando a perda de peso, por exemplo — fica o alerta: prefira exercícios aeróbicos e esquive-se da musculação, para não perder energia muscular. Ademais, evite alimentos com muita gordura e proteínas mais pesadas, visto que a digestão ocorre lentamente e a energia não será suficiente para o treino, principalmente quando consumidos isoladamente.
Para o depois
E por falar em proteínas, Matheus prefere consumi-las no pós-treino, devido a sua absorção mais demorada. Assim, logo que termina suas atividades, ingere uma dose de Whey Protein, na faixa dos 30g, e finaliza o lanche com algum carboidrato (macarrão, arroz ou mesmo pão). Ovos e peito de frango são as proteínas que mais gosta e costuma consumir.
O importante, como pontua a nutricionista, é alinhar a alimentação ao seu propósito. Para quem deseja ganhar massa, o indicado é consumir carboidratos e proteínas antes e após o treino, fazendo até uma suplementação deste último, caso seja necessário. Para quem quer perder peso, o recomendado é não ingerir carboidratos após o treino, somente a proteína, para que o corpo continue quebrando a gordura a fim de utilizá-la como fonte de energia.
Para o jovem estudante, sua rotina alimentar pré e pós-treino tem rendido bons resultados, apesar de confessar não conseguir seguir cem por cento sempre. "Desde que comecei a treinar, em fevereiro, ganhei quase 20 quilos, passando dos 56kg para os 74kg. Não sinto que tenha sido algo difícil de cumprir, por incluir alimentos mais básicos", revela.
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De fato, uma boa alimentação, não somente antes do treino, mas ao longo do dia, proporcionará melhor desempenho e performance durante as atividades, permitindo pegar mais carga e ter mais resistência. "Faça o básico bem feito e procure auxílio de profissionais, que tornarão essa caminhada mais fácil e prazerosa", sugere Thiago.
*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte
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