SAÚDE

Xô, caspa! Veja como evitar e tratar o incômodo da dermatite seborreica

Comum, principalmente em homens adultos, a dermatite seborreica pode acometer não só o couro cabeludo como também outras partes do corpo

Luna Veloso*
postado em 29/09/2022 00:20
 (crédito: Valdo Virgo)
(crédito: Valdo Virgo)

Inflamação de pele, crônica e recidivante, a dermatite seborreica, mais conhecida como caspa, é caracterizada pela descamação da pele, que oscila entre períodos de calma e irritação. E, ao contrário do que muitos pensam, não se restringe ao couro cabeludo.  

O dermatologista Felipe Chediek explica que, mesmo estando predominantemente localizada na região do cabelo, a inflamação também pode acometer a testa, os cantos do nariz e outras áreas com grande concentração de glândulas sebáceas, como o centro do peito.

Sem uma causa propriamente definida, essa condição não é contagiosa, já que o micro-organismo responsável pela inflação já está presente no corpo humano e sua ativação é dada, normalmente, por questões imunológicas e emocionais. Apesar disso, a dermatite causa desconforto e até vergonha para quem tem descamações na pele. Conheça mais sobre o problema.

Causas

A tricologista Valine Alencar explica que as causas da dermatite são genéticas e estão, principalmente, relacionadas com o estado imunológico e emocional do indivíduo. Inflamações intestinais, alergias e doenças neurológicas, por exemplo, também são fatores que aumentam a propensão à doença, devido à relação com o fungo do gênero Malassezia, responsável pela condição.

Prevenção

Não existem formas de prevenção diretamente relacionadas com a inflamação, mas a tricologista alerta que alguns cuidados podem ser tomados, como o de evitar a ingestão de excesso de frituras e doces, cuidar da saúde intestinal, lavar os cabelos no mínimo três vezes por semana com xampu para couro cabeludo oleoso.

Além desses passos simples, a aplicação, no couro cabeludo, de óleo vegetal extravirgem e prensado a frio — de abacate, rosa mosqueta ou gergelim — uma a duas vezes por semana, antes do banho, ajuda a prevenir futuras descamações.

Tratamento

O dermatologista Felipe Chedieko afirma que o tratamento deve ser contínuo — uma vez por semana, para casos leves, e diário, para casos mais severos —, com o uso de xampus antifúngicos, corticosteroides e agentes queratolíticos durante o período de inflamação.

Loções com ativos fitoterápicos, como melaleuca, aloe vera, alecrim e lavanda, podem auxiliar em períodos de crise, acrescenta a tricologista Valine Alencar. Argilas, ozonioterapia, laser de baixa potência e LED âmbar também podem ser usados como métodos de tratamento da dermatite

Incidência

A doença pode contaminar todos, mas homens adultos, normalmente, são mais acometidos. Essa relação é dada pelo nível de transpiração masculino ser mais elevado, o que não exclui que mulheres também sejam acometidas com a dermatite seborreica.

Consequências

Sem o tratamento adequado, o excesso de caspa pode causar muita coceira, odor, queda de cabelo e incômodo constante na região inflamada.

Palavra do especialista

Quais fatores podem agravar a dermatite seborreica?
A alimentação pode ser um agravante, uma vez que uma nutrição inflamatória produz um sebo mais inflamatório. Uma dieta baseada em consumo de açúcares, lácteos e álcool tende a piorar o quadro. Além disso, a condição costuma ser mais prevalente na época do outono e do inverno, em partes pelos banhos quentes, que muitos tomam nessas épocas do ano, que podem agravar os sintomas.

Como são caracterizadas as lesões? 
As lesões tipicamente presentes na dermatite seborreica são placas descamativas com um tom amarelo esbranquiçado, com características oleosas, de dimensões variáveis, bem delimitadas e dispostas sobre um fundo avermelhado. 

Quais medidas podem ser tomadas para evitar a inflamação? 
A cronicidade da doença conduz à necessidade de se obter um controle a longo prazo, por meio de medidas preventivas, evitando os fatores de piora, na medida do possível, como estresse, má alimentação, banho quente, uso de alguns medicamentos, como antipsicóticos. Evite também dormir com os cabelos úmidos.

Felipe Chediek é dermatologista

*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte

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