Um destino reservado de encantos, lugares paradisíacos e uma viagem no tempo. Com mais de 549 mil habitantes, San Miguel de Tucumán, capital da Província de Tucumã, situada no norte da Argentina, oferece uma vasta experiência para quem deseja buscar novos ares, admirar a natureza, as belas praças e avenidas, as cordilheiras, ouvir histórias e provar dos melhores pratos típicos argentinos. Aos brasileiros que estão em busca de novas paisagens, um passeio pelas províncias de Tucumán, Salta e Jujuy é uma ótima opção.
Desde 4 de julho, a Aerolíneas Argentinas disponibiliza três voos semanais, às segundas-feiras, quartas-feiras e aos sábados, entre São Paulo e Salta, com conexão para San Miguel de Tucumán. É uma forma mais rápida e acessível para conhecer o norte da Argentina. Os passeios são de longa duração, pois cada monumento, prédio e montanha há uma história esplêndida por trás. Em cada pausa, um novo aprendizado e um mergulho na memória dos nossos antepassados.
A primeira pausa é nas Aerosillas El Cadillal, construídas às margens do dique Celestino Gelsi. É impossível passar por lá e não desfrutar do famoso teleférico de 50 metros de altura. A vista do alto do monte é um convite para apreciar a cidade e a natureza.
Logo à frente, um pequeno centro que combina gastronomia e cultura. São bares e restaurantes que oferecem uma das melhores comidas típicas do país: empanadas e humita (uma versão argentina do creme de milho). Além do teleférico, os visitantes, no período do verão, podem aproveitar para se aventurar em trilhas, cavalgadas, caminhadas ou parapentes. Ainda no ponto gastronômico e cultural, um museu reserva acervos originais dos primeiros povos que habitaram a região.
A menos de duas horas de distância do centro de Tucumán, chegamos à Tafi del Valle — cidade a cerca de 2 mil metros acima do nível do mar. A região abrange inúmeras lojas de queijo artesanal de diferentes tipos, sabores e temperos. As vinícolas não passam despercebidas e a especialidade é a cepa torrontés. Para quem deseja se hospedar, uma ótima opção é a Estâncias Las Carreras, que traz uma decoração rústica próxima à natureza. É na própria Estâncias onde se produz queijos que, posteriormente, são revendidos às lojas de Tucumán e de Buenos Aires.
As acomodações na Estâncias prometem ambientes aconchegantes, confortáveis e com uma decoração rústica, além de um aquecedor para suportar as noites frias. As temperaturas podem chegar a -5ºC, a depender do período do ano. Na rota do passeio, ainda na Estâncias, o museu colonial é uma ótima opção para quem deseja viajar na história. A diversão não pode acabar sem experimentar as delícias culinárias do Restaurante Los Alisos, que traz um pouco da cozinha vanguarda regional, com ingredientes frescos e múltiplas opções de vinho.
Um passeio nas nuvens
Estamos a 4 mil metros acima do nível do mar dentro de um trem que promete nos levar às nuvens. Tratase do Trem para as Nuvens — em espanhol, Tren a las Nubes. A viagem é um dos passeios mais atrativos e buscados pelos turistas no norte do país. Afinal, quem não quer andar no segundo trem de maior altitude ferroviária da América do Sul e fazer registros fotográficos de tirar o fôlego?
O passeio começa logo cedo e o trem parte do vilarejo San Antonio de Los Cobres, que conta com 5
mil habitantes. Em todo o trajeto, os guias orientam os passageiros, nos idiomas espanhol e inglês, e relatam curiosidades da história do trem. É oferecida, ainda, folha de coca para amenizar o enjoo no trajeto.
Após quase uma hora de viagem, chegamos ao viaduto La Polvorilla, a 4.200 metros acima do nível do mar. Nessa ferrovia de ferro, os turistas costumam descer e aproveitam para tirar fotos e comprar artesanatos. O ideal é que o turista que deseja viajar no Trem para as Nuvens compre o pacote com trecho de ida e volta de ônibus ou van até San Francisco.
No mesmo dia do passeio no trem, enfrentamos mais duas horas de viagem para chegar ao segundo maior deserto de sal do mundo, atrás do Salar de Uyuni, na Bolívia. As Salinas Grandes ocupam um espaço de 525 quilômetros quadrados de área e, de lá, são exportados 1 milhão de toneladas do produto por ano.
As Salinas Grandes surgiram como um grande lago de água salgada entre 5 e 10 milhões de anos atrás. O processo natural de evaporação levou a água embora, mas a camada de sal, de origem vulcânica e com 30cm de espessura, permaneceu. Um dos atrativos nas Salinas são as piscinas naturais com águas turquesas. O cenário paradisíaco é ideal para tirar fotos.
Dicas para conhecer Salinas Grande
• Por ser uma região desértica, o clima pode ir de muito frio a muito calor no mesmo dia. No verão, os dias chegam aos 45ºC, enquanto no inverno a mínima pode chegar a -15ºC.
• O período entre janeiro e março é o melhor para visitar Salinas Grandes, pois é possível ver as salinas alagadas com as águas das chuvas.
• Proteja-se do sol. Use protetor, leve uma garrafa de água, use óculos escuros e chapéu.
• Por estar a mais de 3 mil metros acima do nível do mar, o visitante pode sentir desconforto, enjoos e dores de cabeça.
• Para conhecer as salinas, é preciso ir de carro ou van. Você pode alugar um carro em Salta ou Jujuy
Viagem no tempo
A cerca de 60km de Tafi del Valle, uma pausa para conhecer as Ruínas de Quilmes e mergulhar na história do povo Quilmes, um dos sítios arqueológicos mais importantes da Argentina. Foi lá, ao redor das gigantescas montanhas, que os índios quilmes e calchaquíes criaram moradas e fortalezas. E para se inteirar mais sobre esse passado, o Centro e Interpretação e Museu fica disponível ao público e traz uma explicação completa sobre a história dos antepassados. As informações também são repassadas em animações 3D e detalham como os povos da época construíram a cidade, o que vestiam, comiam e como se preparavam para batalhar em guerras e defender suas moradias.
O caminho, em meio às ruínas, é feito na companhia de um guia, mas há a opção de seguir sozinho. O trajeto fica ainda mais lindo e irresistível com a presença de centenas de cactos gigantes — uma verdadeira obra de arte da natureza. No caminho de volta, uma pausa numa das mais belas paisagens, que fica a 3.042 metros acima do nível do mar. O El Mirador Infiernillo é um cratera que divide dois sistemas montanhosos, no lado sul e norte. Firmado sobre uma fenda com pedras, o El Mirador é o ponto mais alto da província de Tucumán. E, para os viajantes, não se assuste com as lhamas soltas no meio do caminho.
O próximo ponto de visitação é em Cafayate, uma pequena parte da província de Salta. A cidade tem tradição no mundo da viticultura — as uvas são plantadas a mais de 1.500 metros do nível do mar e a altitude e o clima seco contribuem para vinhos mais intensos. A Bodega Tierra Colorada, fundada em 2009 por uma família argentina, reserva uma enorme fábrica voltada à produção de vinhos, onde passam por fermentação, fracionamento, esmagamento de uva e prensagem até a venda. Os vinhos são comercializados em supermercados do país e, segundo os donos, há tratativas para a exportação ao Brasil e Peru.
A bodega fica localizada na Estancia Chimpa, um alojamento destinado aos visitantes que desejam ter contato com a natureza, andar a cavalo, se hospedar e desfrutar da culinária da região. O passeio a cavalo, por exemplo, é acompanhado por um guia e, no trajeto, é possível contemplar uma linda paisagem verde até chegar a uma pequena duna de areia. Do alto, a vista é privilegiada, com montanhas e árvores.
A poucos metros dali, prestigiamos um cenário único. Um amontoado de rochas coloridas. A Quebrada de las Conhas é uma reserva natural com incríveis formações rochosas, que surgiram na natureza por causa de vulcões e terremotos. A área é quilométrica e um passeio completo pode durar de dois a três dias, com direito a acampamento.
São menos de quatro horas para chegarmos até o centro de Salta, uma cidade glamourosa, sofisticada e histórica, que conta com cerca de 700 mil moradores. A famosa Praça 9 de Julho é o primeiro ponto de parada. Lá, são promovidos eventos culturais, de arquitetura e tem uma variedade de 700 espécies de árvores. As igrejas e museus também são atrativos dos visitantes.
Como chegar
A província de Tucumán fica a pouco mais de 1 mil quilômetros de Buenos Aires e é dividida entre a parte oeste da Cordilheira dos Andes e a parte leste da baixada de Gran Chaco. É possível ir de Buenos Aires para Tucumán de avião, ônibus, trem ou carro, mas, para os brasileiros, a melhor opção é pegar um voo direto de São Paulo a Salta, com conexão para San Miguel de Tucumán. A Aerolíneas Argentina oferece três voos semanais para cobrir essa rota.
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