Quem nunca sofreu na hora de encontrar um espacinho extra dentro de casa? Seja para guardar um casaco um pouco mais robusto, seja para alojar aquela bota de cano longo, um closet ou sapateira fazem toda a diferença. Mas e quando o próprio quarto parece ser pequeno demais para incluir esses elementos no ambiente? É nesse momento que os arquitetos e designers de interiores apostam na criatividade e na personalização.
O primeiro passo, para a arquiteta Carla Bertuol, é identificar o tamanho do quarto e as medidas da cama, o móvel principal e que norteia toda a disposição do ambiente. “Depois dessa definição, conseguimos enxergar os cantinhos que poderemos aproveitar”, comenta.
Carla acredita que, para quartos menores, o ideal é investir em móveis planejados, de forma a atender às necessidades específicas do morador e aproveitar cada centímetro da melhor maneira possível. Um dos recursos preferidos da arquiteta são os aramados, peças que priorizam a ergonomia e permitem o aproveitamento de cantos. “É possível criar cabides e suportes que deslizam para fora assim que abrimos a porta do armário, deixando tudo mais prático.”
Outra dica valiosa da profissional são os móveis versáteis e que acumulam funções. Carla destaca cômodas que apoiam a televisão e podem ter gavetas e nichos embutidos, mesas de cabeceira que podem esconder gavetões e sapateiras, e a base da cama que pode ser um espaço coringa.
A mais conhecida é a cama box que abre para cima e tem uma área que pode abrigar malas e rouparia, mas também é possível criar gavetas e um guarda-roupa personalizado usando a marcenaria.
Com relação às sapateiras, Daniele Capo, do Nossa Casa Arquitetura, traz uma abordagem que considera um hábito que se consolidou entre os brasileiros. Muitas pessoas optam por tirar os sapatos antes de entrar em casa, o que permite a utilização de outros cômodos na hora de guardar os calçados.
A arquiteta explica que, por não precisarem de muita profundidade, as sapateiras podem ser colocadas em corredores e cantinhos que não teriam outra função. A lavanderia também é um lugar no qual as pessoas têm gostado de deixar os sapatos, em função da maior circulação de ar.
Os móveis versáteis entram nas estratégias de Daniele. Bancos na varanda ou em pequenos halls de entrada podem ter gavetões embutidos. “A multifunção é necessária em espaços muito pequenos. Conseguimos criar móveis esteticamente agradáveis e que permitam uma variação na hora de usar”, acrescenta.
Segundo andar
Uma estratégia muito usada por Carla Bertuol são os armários aéreos. Peças personalizadas dispostas em uma altura superior à da porta do quarto, que tem, em média, 2,10m. “É possível explorar esse segundo andar de um quarto, que, muitas vezes, acaba desperdiçado”, ensina.
Saiba Mais
Com a inovação no design, esses móveis podem ser transformados até mesmo em cabideiros extensivos e que não atrapalham o fluxo de movimento no ambiente. Para evitar o aspecto de entulhado que muitos elementos podem acabar trazendo, Carla ressalta a importância da proporção.
“A palavra mestra para mim é proporção. É preciso interpretar o tamanho do quarto e usar os armários com sabedoria. Aplicamos as regras de proporção e para pesar um pouco mais de um lado, suavizamos o outro.”
Um dos segredinhos usados por Carla em seus projetos é criar armazenamentos escondidos. O fundo dos espelhos, com um clique, se transforma em um armário para maquiagem ou remédios. Até mesmo um rodapé pode ocultar uma pequena gaveta.
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