A tecnologia vem mudando também a forma como as pessoas se exercitam. Principalmente, o que se veste para a prática. Com o desenvolvimento das áreas têxtil e de moda, as roupas esportivas passam a aliar design, conforto e proteção para quem as está vestindo. Exemplo disso é que, nas últimas Olimpíadas, sapatilhas de corrida e roupas de compressão chamaram a atenção de tão modernas que eram. A evolução dos trajes de natação já rendeu até polêmicas. Em 2010, a Federação Internacional de Natação (Fina) proibiu os supermaiôs, feitos de poliuretano (um plástico), porque eles seriam os responsáveis pelos tempos cada vez menores dos atletas nas piscinas.
Mesmo para atletas amadores e iniciantes, há uma variedade de vestimentas que ajudam no desempenho. O look deve corresponder à modalidade que será praticada e ao tipo de esforço executado. O recorte mais ajustado, tão comum nas peças fitness, não deve impedir o movimento do corpo. O mesmo vale se uma calça for larga demais.
A personal Luciana Gusmao (@lu_gusmao_personal) ressalta que, além de impedir a execução correta dos movimentos, uma roupa inadequada pode causar desidratação, superaquecimento do corpo e até levar a desmaios.
O ideal é apostar em tecidos leves, malhas em poliéster e poliamida, que ajudam a arejar. As roupas com sistema dry fit, também um tecido sintético, têm ainda mais capacidade de ventilação. Já fibras naturais, como o algodão, acumulam umidade, travam a circulação do ar e acabam pesando na malhação.
Acessórios com proteção solar — próximo dos FPU50 — bloqueiam os raios UVA e UVB e são bem-vindos para os dias quentes, quando há muita incidência solar. Também nesses dias, peças de rápida evaporação são aliadas no controle de odores indesejáveis, além de manterem a roupa seca.
E é possível que você já tenha notado, na academia ou nas redes sociais, pessoas usando tênis tipo All Star ou Vans para se exercitar. A justificativa seria que o solado reto desses modelos ajuda na estabilidade, principalmente, durante os treinos de membros inferiores. Entretanto, Luciana faz uma ressalva: "Os profissionais de educação física são e estão suficientemente munidos de informação para indicar o melhor tênis para cada aluno. Mas é preciso pensar, primeiro, nas articulações e lesões de cada aluno antes de aderir às modinhas."
Modelagem
Segundo Vanessa Kotters, diretora de produtos da Authen, marca de produtos específicos para corredoras, exercícios de alto impacto, como a corrida, são um desafio a mais para as mulheres. Um estudo publicado pelo Journal of Science and Medicine in Sports, feito pela Universidade de Wollongong, na Austrália, mostrou que, conforme o tamanho do sutiã aumenta, a participação das mulheres em atividades físicas diminui, o que sustenta essa afirmação.
"Com as roupas certas, é possível prevenir flacidez, com a redução da vibração muscular e, consequentemente, possíveis dores e incômodos. A tecnologia Firmness Control ® também previne o rompimento dos ligamentos das mamas, que poderia acontecer por impacto", explica. Tops de sustentação e de compressão são estratégias interessantes nesses casos. O primeiro evita o balanço excessivo e funciona para corridas de até 10km de distância, mas não é recomendado para mulheres com seios grandes.
A tecnologia de compressão, como sugere o nome, comprime os seios contra o tórax e reduz ao máximo o movimento deles. Independentemente do tipo de top escolhido, a especialista recomenda atentar-se à classificação dos níveis de suporte — leve, médio e alto. Alças robustas mantêm os seios e o tronco mais estáveis durante a corrida. E, embora pareça óbvio, comprar o tamanho certo é outro cuidado importante para garantir os benefícios da peça.
Há opções de compressão também para os membros inferiores. Quando na medida certa, sem transparência, shorts, leggings e bermudas reduzem a vibração muscular e as microlesões causadas pelo impacto da alta intensidade, minimizando a fadiga.