Crônica

Céu ou inferno. Uma questão de escolha

A pandemia teve uma repercussão devastadora em nossa sociedade. Muitas famílias encararam perdas de pessoas queridas, a situação da economia se agravou, aumentando enormemente o desemprego. Enfim, muitos desafios. A juventude brasileira, por exemplo, levou um baque, que se reflete nos números de transtornos mentais relacionados à ansiedade, que aumentaram vertiginosamente despertando em mim uma necessidade de me colocar à disposição da sociedade de forma contundente e objetiva.

Estou decidida a me unir aos que estão em condições de liderar este país a uma nova era na vida do povo brasileiro. A Era do Cuidado. Exatamente como pode ser visto no conto popular, "A diferença entre o céu e o inferno".

O cenário de ambos é igual: talheres muito longos diante de uma mesa farta com iguarias deliciosas e nutritivas, que no inferno provocam uma voracidade aflita na população faminta. A incapacidade de trazer o alimento à própria boca gera um clima de desespero tão intenso que as pessoas se mutilam com garfadas e facadas chegando, inclusive, ao autoextermínio. É desolador.

Enquanto isso, no céu, a mesma mesa farta e seus longos talheres apresentam uma cena sublime com pessoas serenas e plenas alimentando-se umas às outras. Os mesmos instrumentos que se revelam ineficientes e até perigosos quando conduzidos por gente movida pelo egoísmo, se tornam dispositivos apropriados nas mãos de quem está disposto a cuidar do outro.

O céu da história manifesta a saúde coletiva gerada por gente disposta a aproveitar a chance de mudar a realidade do Brasil. O amigo leitor deve estar se perguntando, como? Com políticas públicas capazes de trazer mudanças significativas, principalmente no que se relaciona à saúde, educação e cultura.

Precisamos criar o ambiente onde a saúde mental coletiva possa ser construída. Em que lugar temos grupos que se encontram de forma recorrente e podem exercitar o cuidado com a saúde mental uns dos outros? Na sala de aula, na mesa de jantar de cada família, no parque, na rua, enfim, em todos os lugares onde as pessoas possam conviver e criar vínculos afetivos.

Essa é a melhor forma de encarar os desafios. Com afeto, com conexões positivas. E para isso precisamos entender o que o outro precisa e busca. Tenho percorrido cada cantinho de Brasília, minha cidade bem amada, me encontrado com diferentes grupos de pessoas e juntos estamos bolando um plano de ação.

Me aguardem... Semana que vem darei mais detalhes.