Quem tem hoje na casa dos 45 anos de idade ou mais dificilmente não se lembra de um crime que chocou o Brasil, em 28 de dezembro de 1992: o assassinato da atriz e bailarina Daniella Perez. Ela foi morta a facadas por Guilherme de Pádua e pela esposa dele, Paula Thomaz. Danielle tinha 22 anos, estava no ar na novela De corpo e alma, escrita pela mãe dela, Glória Perez, e era apontada como uma promessa daquela geração.
É sobre esse crime que se debruça a série documental Pacto brutal: o assassinato de Daniella Perez, que estreia quinta-feira, na HBO Max. Em cinco episódios, a produção tem direção de Tatiana Issa e de Guto Barra, que também assina o roteiro. "Essa série é uma declaração de amor a Glória Perez, uma mulher guerreira, uma mãe que nunca desistiu de lutar pela justiça da filha, assassinada de forma tão brutal. Uma mulher que conseguiu mudar uma lei no país pela sua força e dor imensurável. Essa série trata de tópicos importantes como feminicídio, a culpabilização da vítima, do circo midiático, dos detalhes do crime, mas, sobretudo, conta a história da luta de uma mãe, que mesmo depois de 30 anos, continua lutando como uma leoa", definiu Tatiana, em postagem no Instagram.
"Por meio de um minucioso trabalho de pesquisa, trazemos à luz a barbaridade do crime, com informações que não foram reveladas à época do assassinato", completa Guto, no material de divulgação da série.
Em Pacto brutal: o assassinato de Daniella Perez, o público poderá ver desde relatos saudosos, como os do viúvo Raul Gazolla e dos colegas de elenco Cristiana Oliveira e Fábio Assunção, até falas mais técnicas, mas cruciais para o processo, como as do promotor Piñero Filho e da testemunha Antonio Curado.
Glória Perez tem uma grande participação no documentário. Como mãe, mas também como lutadora por justiça. Ela teve participação ativa no desenvolvimento das investigações ao rastrear testemunhas, identificar evidências e expor erros das autoridades. Além disso, Glória foi fundamental para a transformação do crime de homicídio qualificado como hediondo.
"Abri meu arquivo porque a proposta (da série) foi o que sempre esperei: a divulgação dos autos do processo. Confio que esse documentário não deixe mais espaço nenhum para as versões fantasiosas que os assassinos tentaram emplacar na imprensa, durante os anos que antecederam o júri que condenou os dois por homicídio duplamente qualificado", afirmou a autora nas redes sociais.
Com certeza, Pacto brutal: o assassinato de Daniella Perez despertará numa geração a saudade e em outra a curiosidade. Espera-se que, nas duas, a revolta por um crime tão bárbaro.