Conjunto de moletom, muito rosa, look todo jeans, short cargo, cintura baixa, micro top, mini minissaia… Haja fôlego! É difícil definir a moda que preencheu a década de 1990 para os anos 2000: mistura de caos, diversão e liberdade.
Na época, se falava sobre o fim do mundo e especialistas alertavam sobre o bug do milênio — uma pane tecnológica que ameaçava que não haveria mais eletricidade e a circulação das cidades fosse colapsar, justamente do ano 1999 para 2000. O bug não aconteceu e ficou conhecido também como Y2K (year 2000).
Saiba Mais
O período é de extremos — vai do preppy (estilo colegial) ao skatista. É caracterizado pelos elementos artificiais: muito brilho, alteração do volume do corpo, transparência e couro. "De orgânico, sobram as estampas de insetos e borboletas, geralmente, em baby tees (camisetas curtas e justinhas)", aponta a designer de moda e professora Rafaela Asmar, do IFB.
Algumas dessas peças ensaiaram um retorno às passarelas internacionais em 2019, mas só em 2022 viraram referência cool, salvo algumas polêmicas. Essa volta tem movimentado o mercado cultural e, no mundo fashion, inspirado tendências desenfreadas.
Apesar do tom de novidade nas produções de agora, a especialista considera esse um retorno previsível. Quem acompanha assuntos de moda já deve ter ouvido falar do "ciclo dos 20 anos". Isso é, de tempos em tempos, resgata-se o que se vestia duas décadas antes. "Esse movimento acontece porque temos uma fundamentação forte no passado, na infância. Com as roupas, desejamos voltar para esse lugar afetivo, onde nos construímos esteticamente", justifica.
Mas 2007 — ano que mais ou menos marca o fim da moda Y2K — não foi logo ali? Segundo a professora, é normal esse intervalo variar de 15 a 20 anos, então, o revival foi minimamente antecipado. Outro ponto curioso é que os anos 1960 para 1970 foram turbulentos. O mesmo aconteceu de 1990 para 2000. E o mesmo acontece na atualidade. Assim, a cada 20 anos, parece que não são só as vestimentas que se repetem, o cenário social também é parecido.
Pensando nisso, a consultora de moda Nanda Gomes, da Ouija Consultoria, acredita que a nova geração sentiu um desejo intrínseco de renovação, principalmente no pós-pandemia, identificando-se com o desejo de liberdade do corpo dos anos 1990 e o exagero da década de 1980.
São tantas tendências...no que apostar?
Para quem se sentiu perdido com tantas informações, nada de pânico! A consultora de moda Nanda Gomes, da Ouija Consultoria, que conta ainda com as especialistas Sarah de Melo e Laís Menezes, trouxe dicas esclarecedoras para os interessados nessas estéticas:
Abra o guarda-roupas dos seus familiares e o desbrave sem medo. Certamente, haverá alguma peça vintage que pode ser adaptada para o seu estilo.
Aposte em peças atemporais, como a jaqueta jeans um pouco mais comprida e sem tanta informação; além da alfaiataria e sua composição com peças não tão óbvias (moletom mais calça de alfaiataria, por exemplo).
Invista em cores neutras, que são ótimas na hora de montar um look no qual é possível exagerar nos acessórios. Para as amantes de estampas, coloque suas fichas no poá ou nas listras.
Mom jeans, meia calça (tendência puxada pela estética e-girl), boné como acessório fashion e bolsa baguete (que voltou em diversos formatos, tamanhos e cores) são apostas interessantes, que tiveram retorno com boa aceitação.
As roupas mini, que voltaram com tudo, principalmente com a coleção da MiuMiu, acabam virando coringas e podem ser usadas no inverno brasileiro, em combinação com uma meia-calça neutra ou colorida, e, no verão, sozinhas.
Conheça o próprio corpo e estilo e tenha consciência de que a peça conversa ou não com seu gosto pessoal, para que não fique parada e esquecida no guarda-roupas.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.