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Tão bom quanto sangrento

Um dos principais sucessos da Amazon Prime Video, a série de super-heróis The Boys voltou na última sexta-feira com novos episódios. Ainda no mesmo tom violento e bem escrito das duas primeiras temporadas, o seriado apresenta o terceiro ano da história de Butcher, Hughie, Homelander e Starlight. Com os primeiros episódios disponíveis no streaming, o público já tem uma breve noção do ritmo que terá essa, que talvez seja a mais diferente produção de heróis dos tempos recentes.

A série impressiona em todos os sentidos, seja em cenas escatológicas e sangrentas, seja na forma como conduz uma narrativa imprevisível e acelerada, que mantém o espectador sempre na beira da cadeira, quase em pé, tensionado com o que pode vir a seguir. É quase um sofrimento bom assistir a The Boys.

O seriado tem claramente um núcleo de vilões, que tomam atitudes extremamente condenáveis, que muitas vezes servem de uma metáfora exacerbada para a realidade em que vivemos fora do mundo das séries. Porém a principal delas é escancarar o fato de que o mundo é muito facilmente encantado por heróis moralmente deploráveis e que, no final das contas, falando bem ou falando mal dessas figuras, elas só se importam com o engajamento que isso traz.

The Boys não fala de um mundo que será dos bonzinhos, não é uma fábula de lições ou uma história necessariamente de finais felizes. O núcleo dos mocinhos também é formado por pessoas de caráter questionável, e as resoluções dos personagens que, teoricamente, só querem o bem maior, na maioria das vezes, são extremas e também violentas.

Regada a muito sangue, The Boys, temporada a temporada, apresenta-se como um conto sobre poder e influência. Mesmo com um mundo completamente fantástico, a série se assemelha mais com o mundo que vivemos do que muitas ficções realistas que estão disponíveis no streaming hoje. A crítica do roteiro é um dedo direto na ferida, tão desconfortável quanto as cenas sanguinárias que a série proporciona.

A temporada ainda está no início, mas a guinada da série a coloca em uma prateleira ainda mais alta não só da capacidade de captar e cativar o público, mas também na relevância de uma mensagem verdadeiramente importante, original e, principalmente, de uma irreverência poucas vezes antes vista nas plataformas.

Liga

Música para todos os gostos! Fugindo apenas do eixo Rock in Rio e Lollapalooza São Paulo, o Multishow transmitiu festivais como o MITA Rio de Janeiro e, no próximo sábado, dá espaço para o João Rock, evento de Ribeirão Preto (SP). Em um ano de retorno dos festivais, o canal investiu pesado nas transmissões de shows para o público matar a saudade.

Desliga

Stranger Things decidiu levar a sério o termo "maratona" nesta temporada. Sete episódios foram lançados, o mais curto deles tem 1h e 4 minutos, sendo que o sétimo e último da primeira parte conta com 1h e 40 minutos. E não fica por aí, a segunda parte terá apenas dois episódios, o último deles com 2h e 30 minutos. Um desses, sozinho, já pode ser considerado uma maratona.

FIQUE DE OLHO

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