O inverno chegou e, antes mesmo de 21 de junho, massas de ar polar já estavam fazendo os brasilienses se agasalharem. Assim como precisamos nos manter aquecidos, é importante garantir que os pets não estejam expostos às baixas temperaturas.
Existem pessoas que a qualquer ventinho colocam um casaco, outras só se rendem ao cobertor quando estão prestes a congelar, afirmando não sentir frio. Jade Petronilho, médica veterinária e coordenadora de conteúdo da Petlove, afirma que os pets também podem ser friorentos ou calorentos. "Alguns fatores, como gordura corporal, características da raça, idade e tipo de pelagem, podem interferir. O pelo serve como protetor térmico e auxilia na regulação da temperatura de acordo com o meio externo", explica a veterinária.
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Leandro Mendes, adestrador e especialista em comportamento animal, explica que, em geral, os animais mais peludos vão sentir menos frio, enquanto aqueles de pelo curto ficam mais vulneráveis. "Mas não é uma regra. Um animal mais ativo e menos peludo pode sentir mais calor, por exemplo. Assim como um mais peludo, porém mais magro e idoso pode sentir mais a baixa temperatura."
Como saber quando nossos amigos de quatro patas estão sentindo as mudanças no clima? Leandro garante que não é difícil notar. Eles costumam se encolher e deitar mais aconchegados aos donos, além de buscar abrigo em cobertores e caminhas. Em alguns casos, podem até tremer. Jade acrescenta que, caso o animal não demonstre, orelhas e patas muito geladas podem indicar que a temperatura está mais baixa do que o ideal para o conforto e saúde do animal.
Como aquecer os pets?
O primeiro passo para aquecer os animais é colocá-los dentro de casa, onde eles ficam mais protegidos. Para os que vivem do lado de fora, uma casinha — ou algum outro espaço fechado — faz-se mais que necessário. Os animais não devem dormir ao relento.
Nas casinhas ou canis, coloque caminhas, tapetes, cobertores ou colchonetes para que eles não durmam diretamente no chão. O papelão também funciona como bom isolante térmico para os animais que não gostam de dormir em superfícies muito macias.
Ao escolher o lugar em que o animal vai dormir, Leandro acrescenta que os donos precisam verificar a existência de correntes de ar e recomenda que a entrada da casa fique sempre virada para paredes ou áreas mais protegidas, mantendo apenas o espaço suficiente para o animal entrar. "As roupinhas podem ser usadas, mas é preciso ter certeza de que o pet não está desconfortável. Muita gente acha engraçado ver o animal andando diferente ou ficando estático com a roupa, mas isso não é nada legal para ele", alerta Jade.
Quem vive em regiões mais frias ou gosta de vestir roupas nos animais de estimação pode acostumá-los ao hábito desde filhotes. Isso é importante para algumas raças, como os galgos, que não têm muita gordura corporal e costumam ser friorentos. Também é importante ficar de olho em alergias ou qualquer vermelhidão que pode ser causada pelo contato com o tecido. Mesmo sem demonstrar, é possível que o pet tenha algum desconforto.
E, claro, respeitar o seu animal. " É um detalhe muito importante. Não importa se você acha que ele ficou bonitinho. Se o animal tira, rasga a roupa, se mexe demais ou fica imóvel, não vale a pena insistir", ressalta Leandro.
Dar petiscos ou premiar o animal de alguma forma depois de vesti-lo é uma das dicas para que ele associe a roupa a algo positivo. Banhos de sol também ajudam a esquentar a temperatura corporal — Jade lembra que os gatos adoram a prática.
Outro aspecto a estar atento é a alimentação. Assim como os humanos, os animais gastam mais energia para manter o organismo aquecido e acabam comendo além do habitual. Se o pet demonstrar fome, aumente um pouco as porções de ração e incentive o movimento e as brincadeiras, para que ele fique mais ativo.
Os perigos do frio
Apesar de sentirem as mudanças de temperatura, os cães e gatos que vivem em casas, com tutores e cuidadores, não costumam apresentar grandes problemas de saúde decorrentes do frio. Em algumas situações, quando a umidade relativa do ar também está baixa, os animais podem apresentar algumas doenças respiratórias. Garantir que eles estejam aquecidos e usar umidificadores pode ajudar a minimizar os problemas.
Os animais de rua estão mais vulneráveis e não têm como se proteger. Durante as frentes frias e em cidades com temperaturas mais baixas, a redução drástica da temperatura corporal pode levar a casos graves de hipotermia e até morte. "Se existem pets abandonados na região em que você mora, vale deixar caixas de papelão ou até abrir um espaço da sua garagem ou quintal para ele se abrigar", completa Jade.
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