Com a retomada de diversas atividades presenciais na capital, após dois anos de pandemia, a curadora de design e arte Cris Rosenbaum organiza a Feira Rosenbaum, uma mostra com mais de 50 expositores de produtos autorais, independentes e brasileiros. A primeira edição do evento em Brasília ocorre no CasaPark até este domingo (12/6), com entrada gratuita.
Apesar de ser novidade na capital, o movimento autoral conta com um histórico de sucessos. Nos anos anteriores, a feira, que tem 10 anos de existência, passou por cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, cidade de onde é originária e conta até com um espaço fixo. O foco é na produção independente e local, com artistas, artesãos, designers e empreendedores mostrando seus trabalhos exclusivos.
Para a feira, foi realizada uma seleção cuidadosa que visa apresentar a rica diversidade cultural do Brasil. Além de diverso em materiais e participantes, o evento tem uma grande variedade de opções de objetos. Com expositores de joias, bijuterias, cerâmica, decoração para casa, mobiliário, bem-estar, moda e arte. Alternativas não vão faltar para quem visitar o evento nos próximos dias.
DNA brasiliense
Uma das expositoras, Leila Sobral estará presente com painéis de aço corten, inspirados nos azulejos de Athos Bulcão, um dos símbolos marcantes da capital. A escolha pelo material, segundo a galerista, é por causa do efeito natural do acabamento e de complementar o efeito de luz e sombra criado pelas figuras geométricas dos desenhos originais. O interesse pelas formas surgiu de seu interesse pessoal em ter alguma decoração em casa com identidade e que representasse a cidade onde ela mora.
Com o passar do tempo, percebeu que havia demanda para reproduzir a decoração, pois uma amiga demonstrou a vontade de ter um painel do tipo em casa. Leila acredita que o interesse da amiga e de outras pessoas é facilmente justificável: “O acervo de azulejos originais está integrado a grandes monumentos de Brasília. É uma paixão que quase todo brasiliense tem”. Hoje, com um acordo com a Fundação Athos Bulcão, cada peça é numerada e acompanha um certificado assinado.
O painel tem como diferencial ser um produto único, como é característico da Feira, e Leila Sobral convida o público a ir ao evento, conhecer de perto o trabalho dela e de outros artistas e perceber como esse trabalho pode ser incorporado ao dia a dia de pessoas de todos os perfis, com peças carregadas de história e trabalho coletivo, pois, para chegar no resultado final, diversas técnicas acabam envolvidas, como o corte de aço, que é realizado por um parceiro que tem o equipamento específico para o corte.
Encontro de propósito
Saiba Mais
Foz é o nome dado ao encontro de águas, como de um rio e mar. No Ateliê Foz, o encontro é da moda com o artesanato. Criação de Antonio Castro, que vê a moda como ferramenta de comunicação, são produzidas coleções em parceria com artesãos de diversas partes do país. O empreendedor conta que o resultado do trabalho se dá com a imersão no universo do artesão, compreendendo seus processos e produção, sem se apropriar do trabalho deles.
“Essa ponte feita com os artesãos acontece de maneira muito natural. O que desenha muito essa relação são os caminhos que as coleções vão tomando. À medida que a gente desenvolve e pensa na criação dos produtos, vamos percebendo quais técnicas podem ser abraçadas, qual a dinâmica do grupo, a capacidade produtiva. É uma troca intensa que se desdobra para uma amizade entre o designer e o artesão, que nos permite chegar em produtos ainda mais profundos”, detalha Antonio Castro.
É a primeira vez que a Foz participa da Feira Rosenbaum, principalmente por ser uma marca nova, com fundação em 2020. Apesar disso, o designer conta que acompanha há bastante tempo o trabalho. Ele convida a todos a conhecerem de perto e conclui: “Nossa expectativa não poderia ser melhor, fico feliz em poder mostrar nosso trabalho fora do eixo Rio-São Paulo ao lado de outros expositores talentosos”.
*Estagiária sob supervisão de Sibele Negromonte
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