Neurônios em dia

Crianças e adolescentes se beneficiam mais de esportes coletivos que individuais

Pesquisa mostra que, quando crianças praticavam apenas esportes individuais, a chance de problemas sociais, de atenção, ansiedade e depressão ficava até maior que entre os sedentários

Dr. Ricardo Teixeira*
postado em 07/06/2022 13:20
 (crédito:  Robo Michalec, Pexels, CC0 )
(crédito: Robo Michalec, Pexels, CC0 )

Maior bem-estar, concentração, autoestima e rendimento acadêmico. Menores índices de sintomas ansiosos e depressivos e menos problemas sociais. Esses são exemplos dos efeitos positivos da atividade física sobre as crianças e adolescentes. Nesta última semana, um estudo envolvendo mais de 11 mil crianças e adolescentes nos EUA mostrou que esses benefícios apontados acima realmente existem, mas apenas nos esportes coletivos. Quando as crianças praticavam apenas esportes individuais, a chance de problemas sociais, de atenção, ansiedade e depressão foi até maior que entre os sedentários.

As atividades coletivas são um campo fértil de oportunidades na construção de relações sociais, promovendo, assim, um melhor equilíbrio mental. E essa interação social é um combustível mais do que necessário nessa faixa etária.

Alguns estudos já tinham demonstrado a superioridade de atividades esportivas sobre o equilíbrio mental entre crianças e adolescentes, mesmo que o esporte seja individual. Entretanto, algumas pesquisas apontavam que os esportes solitários podem favorecer o burnout entre atletas jovens dentro de uma cultura de altos volumes de treino e competitividade.

Às vezes, podem até incitar comportamentos amorais. Crianças e adolescentes que competem em esportes individuais podem sofrer uma maior cobrança pelos outros e por si próprios, já que os resultados são extremamente dependentes dos seus desempenhos. As Olimpíada de Tóquio, em 2021, descortinou essa problemática como nunca antes. E quando se fala em atletas de elite, é claro que o problema também existe nos esportes coletivos.

*Dr. Ricardo Teixeira é neurologista e diretor clínico do Instituto do Cérebro de Brasília

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