Com cada vez menos tempo livre, a sociedade procura maneiras de se organizar para conseguir mais rapidez e eficiência no dia a dia. Nessa busca, a tecnologia e suas diversas plataformas têm sido importantes aliadas. E os animais domésticos, que em alguns lares praticamente ocupam o espaço dos filhos, não ficam de fora dessa onda, mesmo que por intermédio dos tutores.
São inúmeros os aplicativos, desde os voltados para os animais aquáticos e a organização da agenda dos pets até aqueles que emitem sons para acalmar os peludos, a exemplo do RelaxMyDog. Para além dos utilitários com funções para facilitar a vida do tutor, existem apps que fazem conexões entre adotantes e animais aguardando para serem adotados e ampliam o espaço das Organizações Não Governamentais (ONGs).
Um dos principais motivos que levam alguém a baixar um desses aplicativos é a praticidade. É o caso de Júlia Vilela, veterinária e responsável por 11 animais, entre cães, gatos e até uma calopsita. "Utilizo o aplicativo PetZillas, que permite que eu tenha um cadastro dos meus animais e consiga manter todas as informações organizadas, como controle vacinal, medicações, banhos, exames, entre outros."
Dessa forma, Júlia afirma que consegue ter um melhor controle dos animais de forma prática, pois tudo o que ela precisa sobre os animais está disponível na palma da mão. A tutora conta que tem muito amor pelos animais e nem sabe, precisamente, quando começou a pegá-los. Alguns vêm de adoções e resgates, outros, mais antigos, foram presentes.
Com o aplicativo, a veterinária diz que encontra mais uma forma de cuidar dos bichos, pois realizando o cuidado e o acompanhamento adequado, consegue trazer melhor qualidade de vida para eles.
Outro aplicativo voltado para a organização é o Flockr, que surgiu em 2015 como um projeto pessoal de Matheus Frozzi, desenvolvedor de software, e foi sendo ampliado com o passar do tempo. "O aplicativo surgiu, inicialmente, como uma forma de conectar tutores de pets, como uma espécie de rede social para os animais", relembra Matheus. Contava com funções como postagem de fotos com legendas e informações sobre os animais, justamente como as principais redes sociais operam.
Com o tempo, foi sendo adaptado para conter também funcionalidades de gestão de saúde, com alertas de que a próxima dose da vacina está próxima, alarmes com os horários de medicações e outros comandos. Desse modo, Matheus quis desenvolver um super app, que combina as funções originais da rede de contatos com tudo o que envolve a vida do bicho.
Hoje, o aplicativo conta com um plano de saúde pago e algumas funcionalidades monetizadas, como o controle de finanças com foco no bicho, que abrange o resumo de um animal ou mais, dependendo do número de pets que o tutor tenha.
Matheus conta que, com o tempo, ainda mais funções serão adicionadas, de acordo com as necessidades que forem surgindo. Ele pretende, ainda, expandir o blog informativo dentro do app e, possivelmente, realizar mais campanhas de doações para ONGs e protetores de animais, como têm sido feitas durante a história do aplicativo. O desenvolvedor, que tem quatro peludos em casa, vê com bons olhos o aumento do interesse da população geral pela maior atenção e cuidado com os bichos.
Conexões
Somados aos aplicativos para facilitar a vida do tutor e melhorar a vida do animal, existem aplicativos para facilitar adoções, como é o caso do PetPonto, que visa buscar lares para bichos em situação de abandono. "O app funciona como uma plataforma de encontros. De um lado, as ONGs e os protetores independentes que cuidam temporariamente de gatos e cachorros e os cadastram na plataforma; do outro, a pessoa interessada em adotar", informa Leandro Santana, responsável pelas parcerias da PetPonto.
No aplicativo, há uma aba de descrição do animal, com peso, tamanho, cor do pelo e característica gerais, para facilitar, principalmente, quem tem restrição de espaço, como é o caso de alguns moradores de apartamentos. "A partir do momento em que há o interesse mútuo da adoção, ocorre essa conexão por meio da plataforma e, em seguida, um encontro da família com o animal, intermediado pela ONG", completa Leandro.
Um caso de adoção de sucesso foi o realizado por William Lima, 42, e sua família, com a cadela Amora, antiga Bebel. O funcionário público conta que a perda de duas cadelas, com idades avançadas, abalou muito a família, que não desejava reviver o sentimento de impotência novamente. No entanto, com o tempo, perceberam que as boas lembranças e todos os momentos felizes valiam a pena, principalmente se tiravam um animal das ruas ou de abrigos.
Um dia, passando pelo aplicativo PetPonto, William viu Amora. "Foi amor à primeira vista", relembra. Depois de uma conversa com o núcleo familiar, a decisão de adotá-la foi unânime. Ele também relata que o processo foi rápido, simples e satisfatório. "Fomos escolhidos como os novos tutores responsáveis por zelar, cuidar e dar muito amor e carinho à pequena que aguardava ser adotada, após ser devolvida por seus primeiros tutores. Sorte a nossa e da Amora", exclama.
*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte