O mais importante evento de saúde na América Latina retoma o formato presencial em sua 27ª edição, no São Paulo Expo, apresentando novidades e fortalecendo o networking do setor. Com duração de quatro dias, foi possível conferir as tendências até a última sexta-feira (20/5), além de acompanhar palestras e masterclasses.
Um dos convidados, o executivo norte-americano Christopher Coburn, falou sobre inovação em tempos de transformação, especialmente no pós-pandemia, focando na importância de manter a tecnologia como aliada da saúde. O diretor de inovação do Mass General Brigham, a maior empresa de pesquisa acadêmica dos Estados Unidos, dirige atividades que incluem investimentos, criação de empresas, gerenciamento de inovação, colaborações do setor e licenciamento.
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O setor tem colaborado com inúmeras iniciativas nas áreas de inteligência artificial e desenvolvimento de medicamentos, com investimentos de mais de US$ 2 bilhões por ano para pesquisas na saúde. Além disso, o Mass General Brigham possui uma organização de cuidados gerenciados, instalações ambulatoriais e hospitais comunitários.
Para Coburn, com a personalização da medicina, será possível antecipar diagnósticos em dez anos, reinventando a forma como abordaremos as doenças, urgência intensificada pelos transtornos causados pela pandemia. A tecnologia, entretanto, não substituirá a relação médico-paciente, considerada sagrada. Essas interações poderão, inclusive, tornar-se mais eficientes e frequentes, tal como a teleconsulta.
Ademais, dispositivos móveis, como os celulares, já se mostram capazes de capturar biomarcadores digitais que, associados aos dados físicos, permitem monitorar a condição médica do paciente, otimizando, também, diagnósticos. Informações como a continuidade de tremores nas mãos de uma pessoa, ao telefone, podem identificar precocemente o Mal de Parkinson, por exemplo.
Nesse contexto, a contribuição de outras áreas é essencial — engenheiros, físicos, analistas de dados, psicólogos e sociólogos. “Várias empresas de fora da saúde estão entrando no setor para trazer a expertise delas, como a Canon, que trabalhou muito tempo com câmeras e trouxe essa captura e análise de imagens para a radiologia”, destaca.
O avanço, claro, depende da habilidade do clínico em lidar com essas informações. Por isso, um dos desafios está na formação desses especialistas e na qualificação das escolas de medicina. “É uma questão de expansão e não de substituição, em vista disso, a importância da constância na preparação desse profissional”, conclui.
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