Quem frequenta o Parque da Cidade provavelmente já os viu. No Estacionamento 3, cones, música e muita gente patinando. A educadora física Fátima Figueirêdo (@patinabrasilia), professora de patinação há 28 anos, é quem coordena as aulas por lá.
Apesar de a atividade estar muito associada ao público infantil, ela conta que a maioria dos alunos são adultos que não conseguiram andar de patins na infância ou deixaram o hábito para trás com o tempo. "Hoje, eles provam que nunca é tarde para começar algo novo, é um barato de ver", afirma.
Adulto ou criança, com foco e determinação, patinar não tem limites de perfil, vai quem quer. E os benefícios são muitos. Fortalecimento de ossos, músculos, tendões e ligamentos, ganho de flexibilidade, equilíbrio, agilidade, resistência e melhora da coordenação motora e condicionamento respiratório. E, para quem busca controlar o peso, saiba que, em uma hora de aula, o aluno pode queimar até 600 calorias.
Mas a professora lembra que para conseguir resultados em termos de redução de peso e definição, é preciso ter bons movimentos: "Só assim, tem-se máximo proveito do empurre e deslize dos patins". É que, mesmo sendo democrática e divertida, a patinação é técnica.
Atividade para a família toda
Hoje, dá para dizer que o casal de servidores públicos Anamélia Taglianetti, 39 anos, e Sergio Simão Dias, 49, e os filhos deles Bárbara, de 7 anos, e Danilo, de 5, deslizam pelas pistas do Parque da Cidade. Juntos, os quatro frequentaram as aulas da professora Fátima até pegarem o jeito na patinação inline — aquela em que os patins têm quatro rodas, uma atrás da outra.
Era um programa para a família toda. Na época, o pequeno Danilo não tinha nem 4 anos. Anamélia chegou a pensar que ele não acompanharia o ritmo, mas as crianças, mais audaciosas, aprendem rápido. "Para a nossa surpresa, com dois meses de aulas, todos já conseguimos dar nossos primeiros metros sozinhos, inclusive Danilo", lembra.
Quando mais nova, Anamélia tinha o sonho de aprender a patinar. No entanto, a infância de privações não dava muito espaço para a prática. Quando a vida se estabilizou, aos 32, ela comprou um par depatins, mas aí engravidou. O que parecia ter acabado com um sonho, na verdade, só adiou a vontade para o momento perfeito.
A turma fez aulas por um ano, uma vez na semana. Aos sábados e domingos, treinavam por conta própria. Atualmente, as crianças continuam tendo aulas, o que Anamélia acredita ser um incentivo à prática de esporte. O marido, Sérgio, se apaixonou tanto que, além de patinar com a família nos finais de semana, anda quase 30km por dia de patins. Ele diz que se sente um garoto, que rejuvenesceu vários anos. "Fora a barriguinha que foi embora", brinca.
Saiba Mais
- Revista do Correio Esporte e alimentação são aliados do rendimento escolar
- Revista do Correio Malhar os pés pode ser tão importante quanto exercitar pernas e braços
- Revista do Correio Existe uma dieta anticâncer? Entenda como a alimentação interfere na doença
- Revista do Correio Hepatite misteriosa: veja hipóteses sobre doença que acomete crianças
- Revista do Correio Os rituais de beleza milenares que estão voltando à moda
Patinação artística
A patinação também tem um aspecto competitivo. No Campeonato Brasileiro de Patinação Artística, realizado em Balneário Camboriú, Santa Catarina, no início de abril, o Distrito Federal foi muito bem representado. A treinadora Bruna Santos (ex-atleta), fundadora e coordenadora da Impulse patinação, resume a experiência: "Foi o melhor resultado até hoje. Não só em relação às classificações, mas em termos de reconhecimento".
Ela explica que os atletas treinam de quatro a seis vezes na semana, a depender do objetivo e da fase de cada um. Bruna procura realizar sessões de treinos técnicos, com patins e sem, preparação física geral e específica, aula de expressão e teatro, além de um trabalho com psicólogo.
No caso da modalidade artística, o patins usado é o do tipo quad, que tem duas rodas na frente e duas atrás, ideal para salões e lugares com o piso menos áspero. É sobre essa base que os irmãos Pedro Henrique Soares Sampaio (campeão na categoria Nacional Livre Adulto N1 e único homem de Brasília que compete representando o DF), de 23 anos, e Maria Luiza Soares Maynarde, que tem 15, mostram talento e dedicação. Os treinos coletivos e individuais, juntos, somam de 16 a 20 horas por semana.
Com os patins nos pés, o objetivo deles é completar giros e saltos duplos, movimentos considerados difíceis. Maria Luiza ressalta que, muito mais que patinar, há um trabalho maior por trás. "Com o esporte, manter a alimentação e a saúde em dia faz parte. Para reforço muscular, por exemplo, faço musculação e pilates." Não por acaso, ela é vice-campeã brasileira na solo dance juvenil e campeã nacional livre júnior.
Letícia Fonseca Barbosa, 17 anos, começou no esporte na AABB (Associação Atlética Banco do Brasil), clube que a família frequentava. Depois que fez algumas aulas experimentais, não parou mais. E ainda bem. Junto com Maria Luiza, as duas foram convocadas, recentemente, para a Seleção Brasileira para representar o Brasil nos Jogos Sul Americanos de Esportes sobre Rodas e na Artistic Skating World Cup 2022, que acontecerão entre o final de maio e meados de junho — uma competição coladinha na outra.
A atleta reforça a importância da patinação associada a outros cuidados, como acontece quando se pratica com seriedade outros esportes e exercícios físicos. Letícia cuida da alimentação com acompanhamento nutricional e dieta voltada para rendimento e preparação física. Faz terapia para manter-se firme e forte psicologicamente, além de tratamentos alternativos: "Não pode faltar uma boa recuperação dos treinos, que são intensos. Invisto em quiropraxia, acupuntura e massagens terapêuticas".
Eventos para acompanhar
- Jogos Sul Americanos dos Esportes sobre Rodas, em San Juan, Argentina
Quando?
De 26 a 11 de junho de 2022
- World Cup 2022, em Assunção, Paraguai
Quando?
De 13 a 19 de junho de 2022
Mais informações em: https://www.cbhp.com.br/site/patinacao-artistica/
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.