A sua relíquia de família merece um lugar especial em casa. Os móveis antigos permitem criar um contraste agradável com peças contemporâneas, dando mais personalidade ao ambiente, além de proporcionar um toque de elegância. Para além da questão estética, as peças, muitas vezes cheias de histórias dos moradores, têm bagagem afetiva e despertam memórias.
Não existem restrições para integrar móveis antigos na decoração de qualquer cômodo, mas a recomendação de especialistas é manter em mente um projeto que inclua peças pontuais, assumindo a posição de destaque e elaborando uma mescla entre o mobiliário vintage e moderno. O excesso de itens antigos, no entanto, pode deixar sua casa com ares de museu.
As arquitetas Fernanda Mendonça e Bianca Atalla acreditam que, para incluir um móvel antigo na leitura de uma decoração atual, é preciso, primeiramente, observar o estilo dos moradores e a proposta de layout no espaço para, só então, definir o melhor lugar e o nível de destaque que se deseja atribuir ao item.
A recomendação das fundadoras do escritório Oliva Arquitetura é pensar um projeto que inclua peças pontuais em posição de destaque, mesclando o mobiliário vintage com o moderno. "Nesse contexto, moradores e profissionais de arquitetura podem mergulhar na criatividade para sair do óbvio ao decidir pelos processos de restauração de pintura com cores diferentes para os móveis", incentivam.
Mas nada impede de manter sua relíquia na estética original. As arquitetas explicam que, para conservar ou até resgatar o aspecto original do mobiliário antigo, é possível fazer uma restauração. O processo visa manter a aparência da peça como foi concebida originalmente, com o propósito de valorizar a atmosfera natural e as características da época em que foi fabricada. As técnicas de reparação também permitem conceder uma nova função e modernizar os móveis com história. Mas, antes de decidir o caminho a seguir, é necessário que um especialista avalie a peça com cuidado.
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Diálogo entre passado e presente
A arquiteta Giselle Macedo e a designer de interiores Patrícia Covolo, sócias à frente do escritório Macedo e Covolo, procuram criar espaços que sejam atemporais. Por isso, optam por projetos que apresentem um estilo neutro em tudo o que é fixo, enquanto reservam as cores, texturas, estampas para os itens que podem ser trocados com mais facilidade.
"Quando os proprietários já trazem consigo móveis, objetos que têm uma história, procuramos usá-los de forma a compor com o novo, criando espaços harmoniosos, equilibrados, de forma que haja um diálogo entre as peças", explicam as especialistas.
Para elas, seguir uma linha mais neutra e clean na marcenaria projetada para o ambiente permite uma renovação com maior facilidade para quem quer adaptar o espaço a receber um móvel antigo. O pedido para incluir uma peça com história já é parte da rotina das sócias.
Valorizando a história
Para facilitar a vida de quem busca obter objetos vintage, existem lojas especializadas em comercializar peças antigas. Uma outra possibilidade, incentivada em unanimidade pelas especialistas para encontrar seu móvel dos sonhos, é garimpar em lojas de antiguidades, procurando peças que tenham algum significado para você e que despertem memórias afetivas.
Segundo elas, é possível, mesmo sem partir de um vínculo inicial com o proprietário, construir uma história com o mobiliário garimpado. A prática também pode reduzir o custo de uma reforma, além de ser sustentável.
O que é vintage?
O termo vintage significa algo clássico e antigo que foi usado, mas está em bom estado de conservação e qualidade. É um estilo que relaciona, principalmente, itens das décadas de 1920 até 1960
*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte