Você já assistiu a um desfile de moda e se imaginou vestindo as roupas das modelos? Ou talvez se encantou com os looks de uma personagem que viu em um filme, série ou jogo? As inspirações podem vir de todos os lugares e, sabendo costurar, é possível trazer para dentro de casa uma peça que estaria fora de alcance.
Caso você esteja se perguntando se é errado copiar um design de grife, a advogada Bruna Kopp, especialista em direito da moda, explica que, apesar das ressalvas legais em copiar integralmente uma peça, a inspiração não configura concorrência desleal e abre possibilidades para o desenvolvimento de produtos inspireds. Escolher atentamente as cores e os recortes ainda possibilita colocar um pouco da própria personalidade no look.
Manoela Castejon, 26 anos, que o diga. A antropóloga e estudante de design de moda se aproximou da costura pelo amor aos cosplays. Quando ia a eventos, costumava encomendar as roupas que, a depender da complexidade, chegavam a custar R$ 3.000. "Uma boa produção não sai por menos de R$ 400", explica.
No início, as inspirações eram no universo mais clássico, como os contos de fadas. Hoje, gosta de fazer cosplays de personagens de jogos, de filmes de terror e suspense, além de trazer referências medievais. No geral, apresenta um mix de estéticas. E o perfeccionismo não para nos looks: a jovem aprimorou-se tanto que, em alguns eventos, utiliza até próteses no rosto, para tornar o personagem mais verossímil.
O tempo de produção é bastante relativo, mas, em média, gasta duas semanas para finalizar os figurinos. Apesar de amar a atividade, a criação dos cosplayers se mantém apenas como hobby, assim como a maquiagem artística e a escultura, que descobriu (e se apaixonou) durante a aprendizagem da costura.
Profissionalmente, Manoela pretende abrir o próprio ateliê e confessa que, com a maior proximidade com a moda, tem se questionado cada vez mais sobre o processo de produção das roupas, assim como sobre criação de afeto com essas peças.