Um ambiente muito observado antes de decidir pela compra ou aluguel do futuro lar é o espaço de convivência, onde podem ser recebidos convidados. Nele, que pode ser adaptado para a varanda, a sala de estar ou até mesmo a cozinha, geralmente, há bancadas para exibir garrafas de bebida, preparar drinques ou até servir de suporte para adegas e chopeiras.
Se o espaço já era valorizado antes da pandemia, tornou-se quase obrigatório após o período de isolamento. De acordo com o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), durante os dois últimos anos, o consumo de álcool aumentou em torno de 18,5%. Apesar de o país estar passando por um momento de retomada de atividades, a tendência de beber em casa veio para ficar. Além de ser um ambiente prático e agradável para os proprietários, é sofisticado e intimista para as visitas.
Severino Figueiroa, empresário, conta que o que o levou a decidir por ter um espaço do tipo no lar foi o desejo de "ter uma marca em casa que lembre a todos que a hora do encontro para beber e conversar é coisa séria". Com uma bancada branca, um armário baixo e decoração que harmoniza com o restante do ambiente, ele conta que o espaço significa para ele "um elo com os visitantes, que, assim como ele, são apreciadores de uma boa conversa, regada a boas bebidas".
Montando um home bar
O arquiteto Bruno Amaral, proprietário do BEP Arquitetos, explica que o nome dado ao móvel ou local reservado para servir e preparar drinques no lar pode ser home bar, minibar ou, simplesmente, bar. Ele esclarece que não existem dimensões mínimas para dispor do local em casa, que depende do desejo e das necessidades individuais do morador. "O que vai determinar o tamanho deste espaço é a variedade de bebidas que você quiser pôr", completa.
Por isso, o local não precisa ter sido reservado desde o projeto inicial para funcionar, afinal, muitas residências não dispõem de muito espaço livre. "Você pode adaptar uma peça existente, um aparador, um carrinho de chá ou um móvel sob medida. Não importa o apoio, a regra é dispor as bebidas de forma organizada, com as peças menores e translúcidas na frente, e mesclar com outros objetos de decoração, que pode ser um vaso ou escultura", afirma o arquiteto Bruno. No entanto, ele indica atenção aos excessos para não entulhar o espaço, pois, por ficar exposto, tem que ser charmoso e descontraído.
Inúmeras possibilidades
Do estilo minimalista ao extravagante, todos podem ser contemplados. Pode ser mesclado com uma adega ou com um cantinho do café, por exemplo. "Por ser integrado, deve seguir o conceito da decoração do local onde está inserido", recomenda o arquiteto. Geralmente, por estar em áreas mais refinadas, madeiras e mármore são materiais interessantes para o espaço. Se pensado especificamente para o preparo de drinques, uma pia de inox é sempre bem-vinda.
O tradicional bar em casa, presente desde as décadas de 1930 no imaginário popular, devido aos glamourosos filmes de Hollywood, é aquele caracterizado por ser "confeccionado em madeira e composto por um balcão com bancos altos e uma área atrás, um segundo balcão, onde nas prateleiras são dispostas bebidas, copos, taças e utensílios", explica Sérgio Riguetti, arquiteto da ER Arquitetura e Interiores.
Com o tempo, esse formato mudou e existem muitas formas de adaptá-lo. "Pode ir de espaços mais simples e práticos a uma estrutura que requer uma atenção especial", afirma Sérgio. Hoje, há uma grande demanda por chopeiras, máquinas de gelo e outros utensílios. Nesses casos, pode ser necessário que haja entrada e saída de água, pontos elétricos de tomadas e outras particularidades, que afetam completamente a criação do projeto.
Outra demanda importante a ser avaliada é a necessidade de prateleiras ou gavetas, que são ótimas para o armazenamento e a disposição de utensílios como copos, taças, acessórios para drinques e garrafas. Segundo o arquiteto Sérgio, é importante que exista uma iluminação de efeito, em que a temperatura da cor é importante para criar uma atmosfera aconchegante.
Com relação aos materiais utilizados, ele afirma que são diversos. "As pedras passaram a ganhar destaque. Nos projetos contemporâneos, utiliza-se muito os mármores, os quartzos e, em um layout mais rústico, a pedra bruta, o cimento queimado, os tijolos aparentes e a própria madeira com novas roupagens e variações de tonalidades e texturas", detalha Sérgio.
* Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte
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