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Juventude em euforia

O público já encheu os olhos com lindas cenas, levantou da cadeira de tensão, riu, sentiu raiva e xingou nas redes sociais, mas toda temporada tem um fim. Cheia de fios soltos para justificar, Euphoria chega ao episódio final neste domingo com status de fenômeno.

O seriado que já tinha sido forte tópico de discussão na primeira temporada, agora quer mais. Está caminhando para se tornar uma daquelas produções que junta milhões em frente à televisão no horário nobre da programação a cabo de domingo. Euphoria divide, todo domingo, as redes sociais brasileiras com BBB e chegou até a desafiar o megalomaníaco Super Bowl neste segundo ano da história da adolescente Rue.

Porém, a série não conquistou essa grandeza do nada. O que parece uma narrativa batida — uma menina que após um grande trauma se afunda nas drogas e puxa consigo todos que estão ao redor — ganha força com as camadas dramáticas, com o fato de não olhar de forma romântica para o abismo do vício e de manter núcleos interessantes e pertinentes. A construção é também toda envelopada por quesitos técnicos de ponta. Mais uma vez, o que mais chama a atenção é como a parte visual, extremamente bem executada, consegue ter efeitos não só na popularidade da produção, como também passar os sentimentos propostos no enredo da série.

Quanto ao roteiro, Euphoria teve acertos e erros, deixou personagens de lado, mas liberou espaço no palco para que outros ganhassem tempo de tela, uma menção, principalmente, para Maude Apatow e Sydney Sweeney, que brilham como as irmãs Lexi e Cassie, além do carismático Fezco, de Angus Cloud.

O principal, contudo, esteve sempre na forma como, apesar de uma história incômoda, a série conseguiu ultrapassar a barreira do cult e ganhar um público maior por meio de uma estética refinada e de um diálogo contemporâneo. Falar com uma grande fatia dos espectadores é uma responsabilidade enorme, ainda mais no que diz respeito a balancear o fato de agradar quem assiste e manter uma história que una relevância, crítica social e ousadia. Entretanto, até o momento, Euphoria tem acertado bem mais que errado.

Uma série sobre adolescentes, mas para adultos; que consolidou Zendaya como uma das maiores estrelas da nova geração do audiovisual; e, por mais que fale de um tema muito delicado, entrega entretenimento e crítica na mesma medida. Euphoria angariou um espaço entre os maiores seriados da atualidade e não à toa é recordista de espectadores no mundo. Para além de todas as críticas que recebe, a produção tem a faca e o queijo na mão para entrar para a história neste oitavo episódio da segunda temporada.

Liga

O ano dos nerds. Peacemaker, da HBO Max, e O livro de Bobba Fett, da Disney , abriram o ano com o pé direito no que diz respeito a produções envolvendo franquias gigantescas da cultura pop, respectivamente DC e Star Wars. Sucessos de público e crítica, as séries elevaram ainda mais as expectativas para um 2022 lotado de estreias super-heroicas

Desliga

O clone vem sofrendo do mal que atinge novelas das 21h quando vão para o Vale a pena ver se novo. Algumas cenas consideradas fortes para o horário estão sendo cortadas. Foi assim que o telespectador perdeu a primeira vez que Mel se drogou até passar mal. Os mais desavisados acharam que era apenas uma ressaca. Resta saber se ela vai beber perfume numa sequência emblemática do folhetim.

FIQUE DE OLHO

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No dia seguinte, Netflix lança a série híbrida de live-action e stop-motion intitulada Guardiões da justiça

A quarta é dia de se preparar para o Oscar com a chegada de Amor, sublime amor na Disney e Drive my car na HBO Max

E The boys, série de sucesso da Amazon Prime Video, está de volta na sexta com a animação The boys: diabolical

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