Neurônios em dia

Sabe aquela tontura na hora de levantar? Duas medidas simples podem ajudar

o movimento e a contração da musculatura das coxas e glúteos, antes ou após se levantar, aumenta o volume de sangue bombeado pelo coração e pode ajudar muito na redução dos pré-desmaios

Dr. Ricardo Teixeira*
postado em 21/02/2022 13:23
 (crédito: Caio Gomez/CB/D.A Press)
(crédito: Caio Gomez/CB/D.A Press)

Sentir tontura ao assumir a posição ereta é uma queixa que é difícil encontrar alguém que nunca a tenha experimentado. Temos nesse momento redução da pressão arterial e aumento da frequência cardíaca. A isso se chama hipotensão postural inicial e algumas pessoas apresentam o fenômeno de forma exacerbada, chegando a desmaiar e, por vezes, inúmeras vezes por dia. A recomendação mais comum dada pelos médicos é de que a pessoa passe a se levantar lentamente. Se está deitado, sentar primeiro por alguns instantes para só depois ficar em pé.

Um novo estudo mostra que duas atitudes simples e sem custo podem auxiliar na prevenção desses eventos. Os achados foram publicados por pesquisadores canadenses no periódico Heart Rhythm apontando que o movimento e a contração da musculatura das coxas e glúteos, antes ou após se levantar, aumenta o volume de sangue bombeado pelo coração e pode ajudar muito na redução dos sintomas. Para facilitar o entendimento, a ativação dessa musculatura transfere mais sangue para o coração e, consequentemente, mais sangue chega ao cérebro.

Os pacientes estudados tinham pelo menos quatro episódios por mês de pré-síncope (podemos chamar de “pré-desmaio”) ou síncope ao se levantar, e todos tinham uma redução da pressão arterial sistólica de pelo menos 40mmHg. O protocolo de movimento e contração era o de elevar os joelhos repetidas vezes ainda sentado (30 segundos) e, quando em pé, fazer contração da musculatura dos glúteos e cruzamento das pernas (30 segundos). Os voluntários foram controles deles mesmos: levantaram-se também sem esse protocolo. Ambos os procedimentos amenizaram a queda da pressão arterial e sintomas associados.

A pesquisa incluiu apenas mulheres entre 25 e 38 anos e futuros estudos deverão mostrar se os mesmos resultados podem ser alcançados entre homens e indivíduos idosos.

*Dr. Ricardo Teixeira é neurologista e diretor clínico do Instituto do Cérebro de Brasília

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