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Pessoas deprimidas são mais suscetíveis a fake news sobre a vacinação contra COVID-19

A vulnerabilidade emocional é um dos fatores que pode deixar as pessoas mais propensas a acreditar nas notícias falsas

Um estudo recentemente publicado no JAMA Network Open, conduzido nos EUA, aponta que falsas informações sobre a vacinação contra o coronavírus têm duas vezes mais chances de serem consideradas verdades entre pessoas com sintomas depressivos. De uma forma geral, sabe-se que um estado mental com viés negativista exacerba a propagação de fake news. E pessoas com quadros depressivos estão com suas mentes nesse modo negativista, enxergando o mundo com lentes nem um pouco cor-de-rosa.

O estudo, envolvendo mais de 15 mil voluntários, foi conduzido por pesquisadores da Universidade de Harvard envolvendo todos os 50 estados americanos e Washington D.C. Os pesquisadores mostraram que a prevalência de depressão foi três vezes maior do que a de estudos realizados antes da pandemia. Aqueles que apresentavam sintomas depressivos moderados ou severos acreditavam mais em notícias falsas sobre a vacinação e também eram os que menos se vacinavam. Numa segunda avaliação, realizada dois meses depois, aqueles que tinham sintomas depressivos na primeira avaliação passavam a acreditar ainda mais em informações falsas. Esses achados não foram influenciados pelo posicionamento político de cada um.

Os pesquisadores deixam claro que os resultados não devem ser interpretados como fake news causando depressão, mas que as pessoas deprimidas têm maior tendência em acreditar nesse conteúdo falso e são mais vulneráveis a contrair a infecção por uma menor disposição em se vacinar.
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*Dr. Ricardo Teixeira é neurologista e diretor clínico do Instituto do Cérebro de Brasília