Apesar do clima chuvoso, é verão em Brasília! E o céu nublado não é o suficiente para impedir os brasilienses de curtir os primeiros dias de 2022, seja no Parque da Cidade, no Lago Paranoá ou mesmo escapando para o litoral.
O novo ano e estação chegam trazendo uma série de tendências e novidades para curtir as férias e recessos. Porém, lembrar que a pandemia não acabou se faz ainda mais necessário enquanto vemos o aumento no número de contaminações pela variante ômicron e os surtos de influenza lotando os hospitais.
Investir em atividades ao ar livre, tomar as doses de reforço da vacina contra covid, manter o distanciamento e usar máscaras de proteção são algumas medidas que, além de ajudar na coletividade, podem permitir momentos de lazer com segurança.
Então, não deixe de comentar sobre as principais tendências e seguir algumas delas com os seus amigos vacinados e protegidos.
Pranchas, tênis e raquetes
A prancha, seja no mar ou no asfalto, caiu no gosto do público. O surfe, tradicionalmente, é um dos esportes mais marcantes quando falamos no verão brasileiro. A inclusão da modalidade entre os esportes olímpicos aumentou ainda mais a sua popularidade e conquistou um novo público, inclusive os moradores do cerrado.
O mesmo aconteceu com o skate, sucesso absoluto nos Jogos Olímpicos e cheio de brasileiros conquistando visibilidade e medalhas, como Rayssa Leal, Felipe Gustavo e Letícia Bufoni.
Os esportes, por serem individuais e praticados em ambientes abertos, são boas alternativas para quem quer se mexer e abrir mão do sedentarismo com um risco de contaminação mais baixo.
E mesmo não sendo individual, um outro esporte virou febre na cidade. O beach tennis está entre os principais queridinhos na capital e no Brasil. Praticado em duplas, permite interação social mas sem provocar grandes aglomerações.
Dani Brito, diretora de marketing e relacionamento da Calango Beach Tennis acredita que um conjunto de fatores está por trás do boom do esporte em todo o Brasil. Ao ar livre, com poucas pessoas e acessível, pode ser jogado por toda a família.
"Temos muitas turmas formadas por uma única família, pai, mãe, filhos e primos, por exemplo, e muitos casais. É uma prática democrática, nosso aluno mais velho tem 76 anos e o mais novo tem 8", conta Dani.
O aumento no número de alunos também surpreende. Há dois anos a Calango Beach Tennis contava com 70 alunos, hoje, eles são mais de 500 e é difícil conseguir vaga para todo mundo. O movimento também é percebido por Wylza Magalhães e Sérgio Sant'ana, da Serginho Beach Tennis.
Ativa em Brasília desde 2012, a escola foi a primeira a surgir no DF e o aumento na procura acabou formando uma lista de espera para a prática. Com aulas de apenas quatro alunos, em virtude da pandemia, Wylza afirma que a procura aumentou em cerca de 40%.
Além dos motivos também citados por Dani, Wylza diz que a facilidade em aprender o esporte e o quanto ele é divertido são pontos cruciais. "Não tem ninguém que não goste, só quem não conhece ou nunca fez. Quem pisa na quadra, se apaixona pela energia do esporte e faz amigos, é viciante", completa.
Daniela Penteado, gerente de contas e especialista em tendências na WGSN, empresa de tendências de comportamento e consumo, ressalta que o isolamento social forçou as pessoas a redescobrir e valorizar mais as atividades ao ar livre.
E além do beach tennis, skate e surfe, ela adianta outra modalidade que caiu no gosto do público e está em rápida ascensão: as trilhas. Então tire o tênis do armário e comece a se alongar!
Momentos relax
E depois de pegar um sol, se o céu nublado der uma folga, e se exercitar, que tal relaxar com bons drinks?
A WGSN também tem algumas apostas no que diz respeito a que tipo de bebidinhas as pessoas estão curtindo mais no happy hour, seja ele em casa, ou em bares abertos e com bastante circulação de ar.
De maneira surpreendente, muita gente nunca ouviu falar da bebida alcoólica mais consumida no mundo atualmente. Produzido na China, o baijiu está à frente de whisky, vodka, gin, rum e tequila.
Paulo Stefanini, sócio do empório de bebidas Imagina Juntos, conta que o baijiu é um destilado diferente e ainda difícil de encontrar, além de ter um preço elevado fora da China. Com sabor aromático e leve, seu teor alcoólico varia entre 40% e 60% e pode ser consumido puro ou em coquetéis.
Embora esteja fazendo sucesso e tenha o charme de ser uma bebida nova e diferente, Paulo acredita que ainda deve demorar um pouco até que o baijiu se torne queridinho no Brasil. "Uma dica se você encontrar um baijiu por aí? Arrisque um Cosmopolitan, usando o baijiu no lugar da vodka, ou faça uma versão chinesa do highball", recomenda.
Para o verão brasileiro, Paulo acredita que os drinks prontos, enlatados ou engarrafados vão continuar entre os preferidos pela facilidade de beber em casa e com poucos amigos, mantendo um certo isolamento.
Bernardo Miranda Mota, do Mercado Colaborativo, reforça a visão de Paulo. "As pessoas estão preparando muitos drinks em casa, então apostam no delivery de bebidas e também nos kits com os ingredientes prontos para combinar bem os sabores", afirma.
Bebidas enlatadas e pré-preparos se encaixam bem nessa tendência. O gin continua em alta e tem sido muito consumido misturado a chás e temperos que trazem frescor e sabores diferentes.
"Drinks baseados no preparo, com vinho e diluídos em sucos e chás estão em alta. Eles são mais saborosos, evidenciando o sabor dos ingredientes diluídos no alcoólico e não o contrário", acrescenta Bernardo.
Em termos de sabores, os dois concordam que as bebidas refrescantes ficam entre as preferidas. Entre elas, o spritz rosé com Carambola, assinado por Bernardo.
Spritz rosé com Carambola
Para quatro drinks:
1 garrafa de vinho rosé da sua preferência
1 a 2 carambolas
2 latas de água tônica (preferencialmente orgânicas ou com baixo teor de açúcar)
4 colheres de sopa de licor de laranja
Quanto baste de gelo
Modo de preparo:
Com 4 horas de antecedência fatie as carambolas (oito estrelinhas) e coloque na forminha de gelo e adicione o vinho.
Quando os gelos se formarem, disponha dois em cada taça e complete com gelo até a borda.
Sirva 200ml de vinho em cada taça, adicione uma colher de sopa de licor de laranja e complete com a tônica da sua preferência.
Caso sobre alguma estrelinha da carambola, coloque na borda para enfeitar e pronto!
Arrumada para ficar na sala?
E por que não? O isolamento do qual algumas pessoas nunca saíram e que se faz necessário novamente não é motivo para passar o dia de pijama, a não ser que você queira.
Mas quem quiser se arrumar, apostar em uma boa make e num look animado também não deve passar vontade. Encontros com poucos amigos vacinados têm sido uma alternativa do brasiliense para ter convívio social sem tantos riscos e quem melhor do que os melhores amigos para ver suas produções de moda?
As tendências seguem a linha da moda dopamina, cores fortes e vibrantes, clamando por alegria e vontade de viver. Entre essas cores, uma delas tem se destacado: o verde.
Visto em diversas celebridades na virada e início do ano, aparece em diversos tons. Alguns dos looks mais marcantes foram o vestido de Miley Cyrus e o conjunto de Rihanna. Outras celebridades, como a cantora Lizzo, também têm investido na cor, ela usou alguns looks na cor ao longo do ano passado.
No time de celebridades nacionais, Paolla Oliveira e Juliette também fizeram sucesso apostando na cor. Mariana Gallo, coolhunt e stylist, explica que o verde entrou em alta quando as pessoas começaram a usar algumas peças na cor da esperança para apoiar os profissionais da saúde, o que acabou crescendo e ganhando força.
Daniela ressalta que as cores vivas são tendência mais do que confirmada pela WGSN. "Elas mostram o poder que o design tem de energizar a mente, o corpo e a alma. Sem dúvida, essas tonalidades energizantes estão em alta para alegrar a vida e trazer otimismo para as pessoas, tanto na moda quanto no design de interiores", completa.
Vanessa Bello, head de Fashion da Amaro, também ressalta o otimismo visto na moda. Além das cores vivas, entre elas destacam-se os verdes, roxos e vermelhos e laranjas, o brilho nas produções está em alta. Tecidos como lurex e paetês são um must have na estação.
Mariana Gallo afirma que o verão 2022 vem com uma pegada bem sexy, as pessoas estão voltando a sair e querem ser vistas. A minissaia volta com força total e promete ficar até o inverno.
A chamada moda cut out, cheia de recortes, com decotes diferentes e partes do corpo à mostra, é a grande aposta do verão. Em blusas e calças, detalhes recortados dão um ar de sensualidade ao look e ficam bem em todos os tipos de corpo.
Vestidos e conjuntos mostram ainda alguns looks unindo o casual e o chique. Os conjuntos vêm misturando calças e saias longas com tops e croppeds, e os vestidos vêm cheios de recortes. "Peças com recortes geométricos expressam essa ousadia contida dos últimos anos, essa vontade de se expor mesmo que, ainda, com certas ressalvas", acredita Vanessa.
Além das tendências e do que vai estar na moda, Mariana acredita que a pandemia acelerou uma onda que já vinha se firmando, que é a moda como afirmação da própria identidade. Mais importante do que está sendo usado por celebridades ou nas passarelas, é a roupa com a qual cada pessoa se sente bem, bonita e confortável. "Você pode até seguir a moda, mas de acordo com o que combina com você e isso vai ficar. Ganhamos mais estilo e variedade assim", defende a stylist.
Brasil em alta
Mesmo com as chuvas, muitos brasilienses e brasileiros aproveitam o verão e o recesso para fugir para o mar. Mas a nova onda da covid-19 e os surtos de gripe fazem com que as pessoas prefiram destinos mais próximos de casa.
As praias, com seus espaços abertos e a possibilidade de manter o distanciamento continuam atraindo a maior parte do público brasileiro, principalmente os que vivem em estados mais centrais, sem litoral.
A vontade de sair de casa e se distrair continua, mas para evitar o ambiente fechado dos aviões e o estresse com os cancelamentos de voos, muitas pessoas continuam preferindo as viagens de carro.
Daniel Topper, CEO do Zarpo, agência de viagens online, afirma que as pessoas têm apostado na praticidade e na segurança e que os passeios têm se concentrado em território nacional.
"Pela própria questão dos voos, das restrições em fronteiras e da desvalorização do real, cada vez mais as pessoas estão optando pelas férias no Brasil, mais de 95% das nossas reservas são para cidades daqui mesmo", afirma Daniel.
Entre os viajantes, incluindo os que preferem o carro ou o avião, Daniel também percebe uma procura grande por destinos próximos de casa ou até na mesma cidade. Ele acredita que o home office e o receio de emergências de saúde faz com que os passageiros prefiram estar perto de casa e dos familiares, mesmo nos momentos de descanso.
Confira os destinos mais procurados pelos viajantes do Zarpo
Top 10 cidades: (% do total de reservas)
Porto Seguro (BA) 7.15%
Porto de Galinhas (PE) 6.79%
Lins (SP) 4.83%
Olímpia (SP) 4.44%
Cesário Lange (SP) 4.43%
Poços de Caldas (MG) 3.96%
Barretos (MG) 3.74%
Praia do Forte (BA) 3.47%