Especial

Aprenda como criar um espaço de estudo adequado na sua casa

Educadores dão dicas para construir um espaço ideal para seu filho potencializar a aprendizagem

Sarah Paes - Especial para o Correio
postado em 23/01/2022 18:02 / atualizado em 30/01/2022 13:23
 (crédito: Arquivo Pessoal)
(crédito: Arquivo Pessoal)

As educadoras estimulam a importância de separar um lugar de estudo específico. De acordo com a orientadora Learice Alencar, este fator entra como parte da meta de estabelecer rotinas e hábitos com as crianças e é válido para os estudos em todas as idades. “O ideal é que a criança tenha uma mesa só para fazer as atividades da escola e nessa mesa tem que ser um ambiente limpo, sem muita informação, de preferência sem tevê, por exemplo. Tem que ser aquele momento só para ela fazer aquela atividade, isso vai ajudar a criança a desenvolver a concentração.”


De acordo com a professora Iuly, da educação infantil, esta definição é importante desde o desenvolvimento das primeiras atividades escolares. “Entre os quatro ou cinco aninhos é super importante ter um espaço em casa que ele entenda que aquele momento ali é um momento de estudo,” afirma.


“O local de estudo é extremamente importante porque você condiciona seu cérebro para que quando você sentar ali te desperte para aquela atividade. Naquele lugar é isso que você vai fazer, assim como quando você deita na cama sabe que você vai dormir. Quando você senta num lugar apropriado para estudar o seu cérebro vai entender que ali é um lugar de estudo e ele se condiciona para aquilo, por isso não é bom estudar na cama, porque é o lugar de dormir,” explica Learice.


Além disso, a coordenadora Christiane Zarin chama a atenção para tentar evitar barulhos que possam distrair. “É importante não deixar a televisão ligada na hora do estudo em casa porque vai ter distração. Além disso, tirar o celular e o tablet, também ajuda os estudantes a entenderem melhor a hora de fazer a lição de casa”.

 O desenvolvimento da autonomia

É com animação que a pequena e faladeira Heloísa conta que gosta de fazer surpresa para o pai e apresentar o dever de casa pronto, feito sem a supervisão do adulto. “Meu pai nem precisa pedir para eu fazer a lição, às vezes, quando ele chega do trabalho, eu já mostro tudo pronto e ele fica muito feliz”, afirma a criança que este ano vai para o 2° ano do ensino fundamental.


Reforçando a importância de atitudes como a de Heloísa, a orientadora Learice afirma que, apesar do acompanhamento dos pais, os filhos devem aprender a ser independentes. “Os pais têm que ensinar a criança e também dar liberdade, ela tem que criar uma certa autonomia, de pouco em pouco”.


A estudante de 16 anos Andressa Rodrigues Silva é incentivada desde pequena pelo pai, Celso da Silva, 48, a criar autonomia nos estudos. A aluna do 2° ano do ensino médio estuda na escola no período da manhã e durante a tarde se dedica aos estudos em casa. “Tento orientá-la para que ela busque seu auto desenvolvimento, muitas vezes até através de pesquisa em diversas fontes confiáveis. Mas também procuro participar dos estudos dela ministrando aulas complementares em casa e muitas vezes tirando dúvidas”, conta Celso.


O volume de lições de casa aumenta conforme o aluno avança em seu desenvolvimento escolar e é importante que os estudantes tenham responsabilidade. Christiane ressalta que, de preferência, devem ser resolvidos logo que possível, de preferência ainda no dia da aula, pois isto pode ajudar a reforçar o conteúdo. “Minha matéria preferida é história e sinto que tenho muita dificuldade em física e química. Quando tenho dúvidas, primeiro tento me orientar pelo livro da matéria e quando não tenho sucesso, costumo pedir ajuda ao meu pai e em último caso assisto videoaulas no YouTube”, explica a adolescente.


Estabelecer o diálogo com os filhos é uma chance para os pais compreenderem aspectos da personalidade que possam trazer dificuldades para o estudante. Cada criança tem características diferentes de aprendizado. Iuly explica que algumas funcionam melhor com mais liberdade e outras com mais disciplinas. “A gente precisa atender as necessidades de cada uma delas. Na escola observamos que isso é mais desenvolvido por algumas famílias do que outras”, aponta.


Andressa conta que se sente motivada com o interesse de sua família. “Meus pais costumam me inspirar muito! Frequentemente perguntam como estou me saindo na escola, o que eu estudei no dia e sobre o que eu quero para o futuro, como por exemplo, qual curso eu gostaria de fazer. No fim eles não cobram muito de mim pois já tenho, desde cedo, esse pensamento que preciso ter um bom desempenho escolar”, afirma.


Neste contexto, Learice aponta a importância de estabelecer o hábito do diálogo com os filhos desde pequenos até a adolescência. “Outra forma mais consistente de aprendizagem é conversar. Ao abrir esse espaço na relação a criança pode chegar da escola empolgada e contar o que aprendeu. Isso pode parecer simples, mas ajuda a reforçar os conhecimentos adquiridos no dia e estreita os laços de confiança entre os dois”, afirma a educadora.


Para identificar as dificuldades específicas dos filhos é necessário observação atenta da família durante as rotinas diárias indicadas pelos educadores, além de manter conversas regulares com os professores. “Nós na escola vamos trilhando um caminho junto com a família. Isso é super importante para que a criança tenha um desempenho muito bom. A partir do momento que a gente tem a família como parceira, conseguimos fazer um trabalho na escola e em casa em conjunto, isso faz muita diferença”, explica a professora dos anos iniciais.


Atenta ao que será a nova rotina de muitas crianças que retornarão ao ensino presencial, as educadoras explicam que os pais terão que ter paciência e respeito. “Tem que ser tudo feito muito devagar. É preciso ter muito respeito com a criança, não podemos simplesmente massacrá-la com conteúdo e atividades”, afirma Iuly.

 

Confira 10 dicas de como ajudar seu filho nos estudos:

  • Estabeleça uma rotina
  • Esteja disposto a ajudar
  • Converse com seus filhos
  • Desenvolva atividades que trabalhem a criatividade e a coordenação motora
    (Exemplos: pintura, massa de modelar, recortes)
  • Crie um espaço específico para estudar/ desenvolver atividades
  • Controle o uso de dispositivos como celular e computador
  • Estabeleça cronogramas de horários que fique visível a todos
  • Crie acordos
  • Ofereça recompensas de forma equilibrada
  • Estabeleça metas

 

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