Beleza

Crianças aderem ao cabelo colorido e mostram que moda não tem idade

O cabelo colorido é febre entre os pequenos, mas alguns pais e mães têm receios sobre o procedimento

Ailim Cabral
postado em 23/01/2022 09:11 / atualizado em 23/01/2022 09:23
Juliana e Maria Flor arrasando com os fios coloridos e muita personalidade -  (crédito: Arquivo Pessoal)
Juliana e Maria Flor arrasando com os fios coloridos e muita personalidade - (crédito: Arquivo Pessoal)

Com o início do ano letivo e da vacinação infantil, a tendência é de que a grande maioria das crianças retorne ao ensino presencial. E, assim como os adultos, após o isolamento, elas estão ansiosas para voltar ao convívio social e se expressar de diversas maneiras fora de casa.

Uma das formas pelas quais nos expressamos é por meio da aparência e a moda dos cabelos coloridos está fazendo a cabeça dos pequenos. Usar uma cor diferente nos fios para — finalmente — voltar às aulas é uma das formas de tornar o momento divertido e especial.

Mas e a saúde dos fios? As crianças podem descolorir o cabelo sem causar danos ao couro cabeludo? Com que idade devo deixar meu filho pintar as madeixas? Essas são algumas das dúvidas que surgem nos pais que escutam os pedidos insistentes por cabelos azuis, rosas, vermelhos e verdes.

Fã de mudanças, a fotógrafa Juliana Caribé, 36 anos, não hesita em radicalizar nos próprios fios. Ela já teve mais de 20 cores de cabelo, entre elas vermelho e branco e azul e roxo, sem falar nos diferentes cortes. Algumas vezes aposta no Do It Yourself (DIY) para mudar a aparência, mas quando a filha pediu para pintar o cabelo, a prudência falou mais alto.

"Faz tempo que ela queria fazer, talvez até por me ver sempre com cores diferentes e divertidas. Decidi levá-la ao salão, para que fosse tudo bem seguro, com os produtos nas quantidades certas e sem mexer na raiz", conta.

No cabeleireiro, Maria Flor, 6, pode fazer duas mechas coloridas, uma vermelha e uma azul. Super empolgada com o resultado, a estudante ficou ainda mais alegre ao saber que o novo cabelo iria aparecer em uma página do jornal.

"Acredito que o cabelo é uma forma da gente se mostrar para o mundo e tendo todo o cuidado e sem permitir que seja nada radical, acho legal que ela tenha esse espaço para ir descobrindo quem ela é e como explorar o mundo. Não quer dizer que tudo é permitido, mas que ela também é ouvida", afirma Juliana.

O hair stylist Rangel Portela foi o responsável pelas mechas de Maria Flor e explica que é importante ter cuidados extras ao colorir o cabelo infantil. Ele costuma ser mais fino, não podendo ser submetido a descolorações muito agressivas.

O couro cabeludo também deve ser preservado. "O ideal na descoloração é não aplicar desde o couro cabeludo. Uma alternativa é usar as técnicas esfumadas, outra opção é deixar sempre, pelo menos, dois dedos de raiz. A descoloração pode causar algumas irritações na pele", explica o hair stylist.

A dermatologista Paula Amorim, responsável pelo núcleo de tricologia da Clínica Juliana Piquet, esclarece que tanto os fios quanto a pele das crianças são mais sensíveis e, por isso, acabam sendo mais propensos a reações alérgicas ou de contato. O ideal é sempre evitar o contato direto dos produtos com a pele ou as mucosas, como olhos e boca.

Outra maneira de permitir que seu filho ou filha pinte o cabelo de forma mais segura, é procurar produtos que não tenham substâncias como parafenilenodiamina (PPD), amônia, resorcinol e perfumes, que podem favorecer a ocorrência de reações.

Paula explica que caso seja possível fazer o procedimento sem a necessidade de descolorir os fios, melhor. "Um dos principais ativos que promovem a retirada do pigmento do fio é a amônia, que é uma substância química e pode causar dermatites quando em contato com a pele, ou mesmo reações por inalação. Além disso, é um dos processos químicos capilares mais agressivos para o fio".

Algumas alternativas são tinturas permanentes, que clareiam os fios e não contêm amônia, ou as tinturas temporárias. Rangel acrescenta que nos cabelos naturalmente mais claros, também é possível usar algumas cores sem precisar descolorir.

Não há uma idade que seja considerada ideal pelos especialistas ou dermatologistas, Paula esclarece que a possibilidade de reações é muito individual, mas quanto mais tardia a exposição aos ativos químicos, mais seguro.

Como cuidar?

Tinturas permanentes e descolorantes precisam abrir as cutículas dos fios para retirar ou aplicar o pigmento e este processo danifica permanentemente a haste capilar. Para diminuir os efeitos negativos desse processo, é importante fazer tratamentos semanais com máscaras de hidratação e ampolas que tenham proteínas, lipídios e nutrientes.

No caso das crianças, o ideal é que o cuidado seja mais intenso e a frequência dos procedimentos, mais espaçada, permitindo a recuperação e o crescimento do cabelo. Para manter o aspecto mais saudável dos fios coloridos, o xampu sem sulfato é um dos grandes aliados, enquanto a água muito quente vira inimiga número um do cabelo macio. O cronograma capilar também é indicado.

 

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