Das telonas para as telinhas

Estúdios estão apostando na popularidade das séries para explorar histórias dos cinemas no streaming

Por Pedro Ibarra

postado em 23/01/2022 00:01

(crédito: François Duhamel /Lucasfilm Lt/Divulgação)

As séries estão conquistando cada vez mais espaço e prestígio tanto com o público quanto com a crítica. A inegável relevância do formato levou grandes astros do cinema a investirem também na televisão. Com o advento do streaming, o acesso do público às produções ficou mais fácil. Dessa forma, os seriados têm se tornado um celeiro cada vez mais lucrativo para o mercado do audiovisual.

A nova aposta é investir em sucessos do cinema na televisão. O movimento, que sempre existiu, de dar mais espaço para um personagem de um filme em um seriado, ganhou força com o advento de a Marvel lançar seriados de um universo compartilhado entre televisão e cinema. Séries como WandaVision, Falcão e o Soldado Invernal, Loki e Gavião Arqueiro foram sucesso absoluto no streaming Disney e abriram os olhos do mercado para o modelo recente.

Atualmente estão no ar no streaming pelo menos duas séries diretamente derivadas de personagens cinematográficos. A começar por uma das principais estreias do ano da HBO Max para 2022, a série Peacemaker. A produção foca no Pacificador, personagem apresentado pela primeira vez no longa O esquadrão suicida, segundo do supergrupo de vilões, e tem John Cena vivendo o protagonista. A série aproveita a irreverência do personagem para criticar as produções de heróis, mas ao mesmo tempo aproveita a nova plataforma para ampliar a relevância da DC, que luta para se consolidar como universo cinematográfico, diferentemente da Marvel que faz isso com facilidade.

A segunda é O livro de Bobba Fett, seriado solo do personagem que foi apresentado pela primeira vez em O império contra-ataca em 1980. Bobba Fett é uma figura essencial do universo de Star Wars e há anos que o público queria saber mais sobre a história dele. O sucesso de The mandalorian, série no mesmo universo de Guerra nas Estrelas, foi uma das âncoras para a Disney investir no personagem há tanto parado, pelo menos desde a sequência de prelúdios de Star Wars lançada no início dos anos 2000.

Duas animações também tiveram estreia marcada diretamente no streaming e são fruto deste movimento. Hotel Transilvânia: transformonstrão e A era do gelo: as aventuras de buck. Ambos os longas fazem parte de franquias consolidadas, mas encontraram no streaming a oportunidade de serem mais assistidos que no cinema. Hotel Transilvânia chega com uma aventura em que monstros viram humanos e humanos se tornam monstros, enquanto A era do gelo mostra o retorno do querido personagem Buck para o Mundo Perdido.

Este movimento dá sinais de que está apenas no início e deve ser cada vez mais explorado no futuro. A televisão passa por uma reviravolta imensa e o streaming está cada vez mais no papel de extensão do mundo cinematográfico. Seguindo neste ritmo, a tevê ganhará cada vez mais importância, financeira, de crítica e de público, e talvez os jogos de poder do audiovisual passem também por mudanças drásticas no futuro.

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  Quarto filme do Hotel Transilvânia é exclusivo do streaming Foto: Sony Pictures Animation/Amazon Prime Video/Divulgação
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  O Pacificador foi sucesso em O esquadrão suicida Foto: HBO Max/Divulgação