Dar continuidade ao processo de aprendizado em casa sempre foi hábito para os estudantes. Mas, com a chegada das aulas on-line, o desafio foi realizar todo o processo fora das salas de aula.
Definir um cantinho para estudos é a estratégia ideal para que o conteúdo ministrado seja bem compreendido. Esse ambiente precisa ser organizado de forma que o estudante consiga se concentrar. Espaços bagunçados geram desatenção e demandam um empenho maior nas atividades.
A arquiteta Karina Korn acredita que, quando possível, o ideal é criar um cantinho de estudo fora do quarto. Separar o espaço de relaxamento das crianças do ambiente de aprendizado faz com que os pequenos consigam se adaptar melhor à rotina escolar.
"Mas, muitas vezes, as pessoas não têm espaço em casa para isso. Então os espaços de trabalho acabam sendo dentro do quarto. Nesse caso, a gente precisa inventar maneiras criativas de aproveitar bem os cantinhos. E tendo sempre em mente o conforto do estudante, que vai passar horas assistindo aulas e desenvolvendo atividades", explica Karina.
Cresça junto
Se você já está pensando em criar um cantinho de estudos para os seus filhos pequenos, pense sempre em um espaço que cresça junto com eles conforme os anos passem. A mesa que hoje é utilizada para as atividades de corte e colagem também pode ser útil na preparação para o vestibular.
Planejar móveis multifuncionais para as crianças é a dica de Karina Korn. A arquiteta elabora os projetos já contando com o rápido crescimento do cliente: "As mesas podem ser pensadas com partes móveis, para quando precisarem de mais espaço. E cadeiras com altura regulável são sempre mais práticas", exemplifica.
Além disso, o espaço sempre pode ser aproveitado de maneiras inovadoras. Integrar a mesa com o armário, colocá-la na lateral da cama, ou até mais baixa, caso seu filho goste de desenvolver algumas atividades sentado no chão, são opções para criar um cantinho de estudos prático e com a cara do pequeno para que ele realmente utilize o espaço.
Ouça os pequenos
A arquiteta Vivian Maia relata que em praticamente todos os projetos feitos para famílias os filhos participam dando suas opiniões. Segundo ela, as crianças já têm uma base do que querem ou não em seus espaços.
"O nosso papel é respeitar essas opiniões e organizar um projeto que seja esteticamente bonito e funcional. É muito importante para a criança e o adolescente se sentirem parte do processo e se identificarem com o espaço", defende Vivian.
Para a arquiteta, pensar em um ambiente que proporcione a autonomia dos pequenos também é importante. Colocar os materiais que são usados com frequência ao alcance das mãos ajuda no desenvolvimento infantil e assegura uma maior independência.
Márcia Fatureto, diretora pedagógica da escola Maria Montessori, incentiva que os pais tenham um "diário de trabalho" com os filhos. Segundo ela, a partir dos sete anos de idade, as crianças já têm autonomia para organizar seus horários.
"Muitas crianças na escola já são consideradas autodidatas. Nessa idade, eles já sabem o que fazer e já sabem quais são as prioridades do dia, porque o método favorece a autonomia. Todo o trabalho montessoriano é pautado na independência com o acompanhamento do professor. Então, os professores e os pais auxiliam como orientadores, enquanto o próprio aluno decide a organização dessa agenda diária", explica Márcia.
As especialistas Karina Korn e Vivian Maia concordam que o fundamental para a produtividade e a eficácia do cantinho de estudo é a organização. Ao dividir os livros e cadernos com roupas e brinquedos, pode ser que o espaço fique bagunçado com frequência.
A solução para isso está em separar compartimentos específicos para os diferentes objetos. Ter um baú para os brinquedos, uma gaveta para os cadernos de escola e organizadores para os lápis na mesa não só mantém o local em ordem, mas também é uma ferramenta de aprendizagem para os pequenos.
Associar a organização do espaço com a rotina de estudos ajuda na concentração do estudante e é um bom hábito que pode ser levado para a vida toda.
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