Transitoriedade é um conceito fundamental à vida humana e qualquer um que ignorar esta lei da natureza está optando pelo sofrimento. Sabermo-nos fadados à transformação constante pode ser a chave que abre o portal de incontáveis virtudes. E ser capaz de transpor esta fronteira entre o que fomos e o que podemos ser nos torna seres muito poderosos.
Os budistas costumam dizer que a dor é inevitável; o sofrimento, opcional. Todos, em algum momento, entrarão em contato com algum desafio dolorido: a perda de alguém que amamos, uma doença, um acidente, enfim, não há como passar pela vida sem experimentar a dor. No entanto, a forma como lidamos com essas experiências é que pode nos libertar e promover crescimento, ou aprisionar em lamentações, jogos de acusação e incapacidade de assumir responsabilidade. O sofrimento é opcional.
Eu escolho deliberadamente encarar a transitoriedade em cada novo episódio que a vida me apresenta como uma chuva de bênçãos, mesmo os que minha compreensão ainda não alcançam.
Esta semana, completei 51 voltas ao redor do sol e, entre perdas e ganhos, pude me perceber uma mulher madura, mãe de duas pessoas incríveis, que já me passaram em tamanho e inteligência... Companheira de um homem que me ajuda diariamente a avançar rumo às escolhas iluminadas pela lucidez, além de me inundar com seu amor, trazendo uma alegria genuína à minha vida... Uma filha abençoada com a presença carinhosa de um pai e uma mãe geniais cuja doçura, firmeza de caráter e dedicação constante me protegeram e continuam a proteger do vazio existencial que tenho visto consumir tantos por aí...
Uma irmã muito sortuda, que conta com o apoio de três seres maravilhosos que, desde o primeiro dia da minha vida, estão ao meu lado curtindo, rindo e chorando comigo... Um mentor magnífico, que completou 88 anos e me conduz pela pesquisa da psique humana há mais de três décadas... Amigos e amigas, parceiros de missão, ídolos e fãs... Enfim, posso afirmar que, quanto mais o tempo passa, melhor vai ficando essa minha existência.
Até os temas eleitos por mim estão se aprimorando! Na infância, escolhi a fantasia das brincadeiras; na juventude, o estudo; na fase adulta, o humor e, agora, me dedico à paz.
Ô sorte!
Obrigada, Maria Luiza, Felipe, Leo, Wilson, Gilka, Cinira, Guta, Cyro, Jacob. Obrigada a você que está me lendo agora!
Não tenho nada a pedir... só a agradecer.