O encontro do ator Rafael Queiroz com o autor Walcyr Carrasco vem rendendo bons frutos. Primeiro veio a peça Êxtase, depois a novela A dona do pedaço (2019), na qual viveu Rael. Agora, Rafael é o médico Ulisses, de Verdades secretas 2, que cuida de Fabrício (Bernardo Lessa), filho de Angel (Camila Queiroz). O menino tem leucemia.
"Não há nada melhor que trabalhar com quem acredita em você, no seu potencial. E isso só me deixa feliz e honrado e me dá ainda mais vontade de fazer meu trabalho", afirma Rafael, em entrevista ao Correio. O ator ainda revela que não é fácil gravar cenas de doença com o menino. "Eu sou pai de dois e tenho duas enteadas. Impossível não ficar mexido fazendo cenas como essas. No fim das gravações, só pensava neles e corria pra ligar pra saber se em casa todos estavam bem", confessa.
Além de bom ator, Rafael Queiroz tem presença no mundo da moda e comanda uma marca de joias e acessórios masculinos. Perto de comemorar 40 anos, ele traz uma reflexão: "Com a idade, a gente passa a gostar mais de si."
Entrevista // Rafael Queiroz
Você estará no filme O inferno de cada um, em que viverá um deputado. Quais são os infernos de um parlamentar no Brasil?
Esse é um trabalho muito bacana, para o qual já estou bem animado para rodar em janeiro. O inferno, para mim, é o sistema, a corrupção e o que precisa ser feito para ser correto e sobreviver dentro desse sistema.... Tem poucas pessoas na política que vejo tentando mudar algo, e parece ser tudo em vão. Acho que, dificilmente, alguém entra e sai do sistema do mesmo jeito. Mas também tem o povo que gosta do sistema do jeito que ele é. E esse é o caso do meu personagem do filme, que gosta do poder, do dinheiro, que usa influência… Então, olhando de fora, o inferno é mais para a gente (o povo) do que para ele (o político).
Além de ator, você está à frente da Ewbank Joias, especializada em acessórios masculinos. O homem perdeu o medo de ser vaidoso?
Acho que sim. Eu mesmo, com o tempo, comecei a gostar mais de acessórios masculinos, mas tinha dificuldade de achar coisas bacanas, de qualidade, joias, e vários amigos meus também estavam na mesma situação. Quando um achava algo bacana, contava para o outro, indicava com naturalidade... Foi justamente por isso que resolvi unir o útil ao agradável e sugeri a Raquel, minha mulher e dona da marca, que também trabalhasse com o mercado masculino. Ela faz o feminino há anos, mas faltava disponibilidade para focar nas peças para os homens. Tem sido incrível ver a coleção saindo do papel. Lançamos até o fim do ano.
Você é vaidoso? Como lida com o cuidado do corpo e a escolha de roupas, por exemplo?
A minha vaidade passou a vir com o tempo, com a idade. Nunca fui um jovem vaidoso. Sempre cuidei do corpo naturalmente porque amo esporte. Mas, agora, estou tendo uma coisa com a moda que não tinha até pouco tempo. Comecei a me ligar mais nisso por conta do trabalho mesmo... porque a gente vai conhecendo as coisas, tendo oportunidade de usar em fotos, trabalhos... Acho que, com a idade, a gente passa a gostar mais de si, quer se ver melhor, quer se sentir mais bem apresentado. Os 40 estão chegando, né? (risos).