Existem diversas maneiras de deixar as unhas bonitas e saudáveis. Alguns são adeptos do DIY, o famoso faça você mesmo, outros preferem os cuidados de profissionais, seja em salões, seja em casa. Mas uma das coisas que desanima muita gente é que o resultado não costuma durar mais de uma semana, e a preguiça toma conta. É aí que a manicure russa pode fazer a diferença.
Também chamada de manicure elétrica e manicure a seco, a técnica consiste na combinação entre a remoção da cutícula por meio de brocas e a esmaltação em gel, sem extensões. Uma das sócias da Laju, o mais novo espaço de manicure russa em Brasília, Juliana Arneitz explica que a remoção da cutícula é feita com as mãos secas. Isso permite identificar o que é pele morta e o que, na retirada, pode agredir as mãos e os pés.
"Quando ela está úmida, é mais difícil saber o que é a cutícula a ser removida e o que o organismo vai considerar uma agressão. Quando se sente ameaçado, o corpo produz mais pele e, por isso, em algumas pessoas, a cutícula cresce, de novo, tão rápido", explica.
Anastacia Kozhukhovskaya, sócia da Nord Nails Brasil, acrescenta que, quando invadida pelo alicate, além de produzir mais pele para compensar, a cutícula tende a crescer de maneira desigual, deixando um aspecto descuidado poucos dias depois. Lixando com as brocas e removendo somente a pele morta, garante, ela cresce mais delicada e de forma equilibrada.
A partir de três meses usando a técnica, a cutícula começa a crescer cada vez menos, no limite natural do corpo. Segundo Juliana, essa é uma das grandes vantagens da manicure russa: permitir que as pessoas passem até 40 dias sem precisar refazer as unhas.
Lilly Rank, outra sócia da Laju, explica que a unha fica com o mesmo aspecto de limpeza da manicure tradicional. "A ideia é sempre respeitar como é a unha e a mão de cada pessoa. Não vamos remover em excesso por uma questão estética, pois não vai fazer bem e pode machucar", explica.
Apesar de, em geral, ser conhecida por ser livre de corte, na manicure russa há também a técnica combinada. Nesse caso, todo o preparo é feito no motor e, na hora do corte da cutícula, ele pode ser feito com uma tesoura ou um alicate.
Essa técnica costuma ser usada em pessoas com a pele muito úmida, com cutículas muito hidratadas ou com hipersensibilidade e pele fina. "A combinada é muito aplicada também em quem não pode ter nenhum machucadinho por questões de saúde. Mesmo com instrumento de corte, a cutícula é removida de uma vez e inteira", acrescenta Juliana.
Possibilidades infinitas
Para Anastacia, a principal diferença da manicure russa é que, com as brocas, todo o processo de remoção se torna mais delicado e menos invasivo, além de mais higiênico e seguro. A esmaltação também é um diferencial. Primeiro, é feita uma camada de gel, que, em alguns lugares, conta com um ponto de tensão — um excesso de gel no meio da unha que a deixa mais barrigudinha e ajuda a evitar a quebra.
Em seguida, é a vez de colocar as camadas de esmalte, que também são em gel. Todas as etapas precisam passar pela cabine de led para a secagem. Antes da esmaltação, é possível, ainda, incrementar o design com glitter, folhas de ouro, adesivos e uma série de desenhos que podem ser criados na hora.
"O sofrimento é só na hora de escolher a cor, são mais de 200 tons disponíveis", brinca Anastacia. "E o gel não lasca, não solta e não perde o brilho. É uma garantia de que as unhas estarão perfeitas por, no mínimo, duas semanas", acrescenta.
O procedimento completo leva de uma hora e meia a duas horas e pode ser feito simultaneamente nos pés, local em que a esmaltação dura ainda mais tempo, podendo resistir a até dois meses. A remoção, porém, é um pouco mais trabalhosa do que na esmaltação comum. O mais indicado e seguro para a saúde das unhas é que o processo seja feito no salão. O gel é retirado usando brocas específicas, lixando as camadas que estão por cima da unha.
Quando o objetivo for refazer o procedimento, a remoção não precisa ser tão intensa. Juliana explica que, nesse caso, 80% do gel é removido e 20% reaproveitado. Quando o intuito é sair da técnica, um algodão embebido em acetona ajuda na retirada completa.
É possível fazer a remoção em casa, lixando o gel com uma lixa comum e usando algodão embebido em acetona — embrulha-se a unha em papel alumínio para aquecer e amolecer o material. Porém, as chances de atingir a unha e acabar removendo camadas protetoras além do gel e enfraquecê-la são grandes. O excesso de acetona também não faz bem para o organismo.
"Acho importante que as pessoas saibam remover em casa, para o caso de uma emergência. Mas o ideal é fazer sempre no salão. Não achamos legal a pessoa se sentir refém da técnica, então oferecemos a remoção gratuita para nossas clientes", conta Juliana.
Pioneirismo
Anastacia é russa e junto com a amiga e sócia Elina Zhabrailova abriu o primeiro salão de manicure russa de Brasília há três anos. Quando se mudaram para o Brasil, não encontravam lugar que fizesse a manicure como elas conheciam. "Quando perguntava, as pessoas nem sabiam do que eu estava falando, e vimos ali uma oportunidade", lembra Anastacia. As duas abriram a Nord Nails Brasil e começaram a difundir a técnica, muito conhecida e usada na Europa. Anastacia comenta que nem se lembra da última vez em que viu a esmaltação tradicional ser usada em seu país e que a técnica de cutilagem com brocas é bem antiga.
Depois de se encantar com a técnica como cliente da Nord Nails, Juliana, Lilly e a terceira sócia da Laju, Alyne Perfeito, fizeram diversos cursos e conversaram com várias especialistas russas ao redor do mundo. Envolvidas em muito estudo e pesquisa, resolveram abrir seu espaço de relaxamento, com spa dos pés e manicure russa. Uma das particularidades da Laju é que todos os produtos usados são veganos.