O estilo de vida moderno tem influenciado as mudanças climáticas no planeta. E é fundamental nos adaptarmos, em todas as áreas, em nome do compromisso mundial com a sustentabilidade. Isso inclui a arquitetura. Reduzir os impactos ambientais gerados pela construção e criar espaços que beneficiem a evolução das relações interpessoais são as principais características da arquitetura sustentável.
Na CasaCor Brasília, que se encerra hoje, esse conceito esteve presente em diversos ambientes. O elenco de arquitetos e designers considerou desde a escolha dos materiais até como os espaços seriam utilizados pelos visitantes da exposição para criar projetos sustentáveis.
Carolina Gomide e Carolina Nathair, as profissionais à frente do Liê Arquitetas, projetaram o Lounge Brasal. No espaço, que teve como inspiração a natureza, as peças de design são feitas com madeiras de florestas de manejo, e os tecidos utilizados são naturais, orgânicos ou compostos de elementos reciclados. Nas peças, não há plástico, mas, sim, material biodegradável, que pode ser absorvido pela natureza no período máximo de um ano e meio.
"O conceito de sustentabilidade é amplo, abrange várias áreas", esclarece Carolina Gomide. "Mas, em geral, remete à ideia de materiais naturais, contato com natureza e produtos que tenham sido fabricados dentro desse conceito. No Lounge Brasal, nós buscamos projetar um ambiente inovador, mas também sustentável."
Os elementos de inovação do projeto estão na iluminação, no som, nos painéis de LED de última geração e no mobiliário produzido em alta tecnologia. Os destaques sustentáveis então nas pedras irregulares, resíduos de troncos, que servem como bancos, e nas divisórias e tapetes feitos com palha trançada de maneira artesanal.
Sobre estas últimas peças, Carolina Gomide acrescenta mais uma face do conceito: "Valorizar o artesanato e a mão de obra local também é tema da sustentabilidade. Fazer a economia girar de forma saudável, incentivar o pequeno produtor são ações sustentáveis. Então, a gente usou essa palha natural no nosso ambiente para compor o espaço e dar mais um passo em direção à arquitetura sustentável", explica a arquiteta.
Cultivar o espaço
"Um ambiente de convivência foi o espaço que as pessoas mais desejaram durante a pandemia. A casa virou a protagonista da história, então, a gente trouxe essa proposta de conexão. O ambiente conta com elementos naturais, como pedras, a parede verde e o nosso foco na sustentabilidade com uso da madeira 100% proveniente do reflorestamento nos móveis da Dell Anno", conta Cybele Barbosa, designer de interiores responsável por projetar o Espaço Com Vivência.
O ambiente é um living integrado com cozinha e varanda onde as pessoas podem confraternizar reunidas em uma atmosfera acolhedora e intimista. A designer explica que, juntamente com sua equipe, buscou idealizar espaços de descompressão para transmitir o tema deste ano, Casa Original.
O Espaço Com Vivência valoriza o contato com a natureza por meio de elementos biofílicos. A presença do verde no projeto promove a sensação de relaxamento proposta pela designer e os outros elementos em madeira com cortes orgânicos, a parede de pedras, que foi destaque, ajuda a proporcionar conforto emocional.
Além disso, a sustentabilidade se encontra em outros detalhes, como a ventilação cruzada, que mantém o ambiente sempre fresco e dispensa um gasto constante de eletricidade para resfriar os cômodos. Cybele ressalta que projetar ambientes que conectem as pessoas à natureza promove não só aconchego, mas, também, a saúde dos moradores, por isso se preocupou em "cultivar o espaço do morar bem".
Natureza viva
Os arquitetos Ney Lima e Walléria Teixeira, vencedores do Prêmio CasaCor Correio Braziliense na categoria categoria Melhor Projeto, apresentam um ambiente que traz a materialidade da natureza, com elementos como pedra, madeira e artesanato. O espaço de 168m² remete ao aconchego do lar, com objetos rústicos. Com muxarabis de madeira natural, o ambiente tem ventilação cruzada e conforto térmico, com revestimento de madeira 100% sustentável da Duratex nas paredes e tetos.
Já o ambiente Botânico, vencedor do prêmio na categoria Melhor Projeto de Área Externa, tem como conceito a reconexão com a natureza e o equilíbrio num cenário pós-pandêmico. Com 267m², o projeto da arquiteta Priscila Gabriel, do Studio Pippa, traz, na estrutura, madeira, metal, tela solar, porcelanato e vegetação. O espaço conta com aplicação da mecânica na ventilação cruzada das fachadas soltas e suspensas, permeabilidade da chuva no ambiente, por meio da cobertura que não toca as paredes, e tela solar para fechamento como artifício para livre ventilação e proteção dos raios de sol.
Tendo em mente que ambientes de trabalho exigem saúde e conforto, o arquiteto Roberto Lecomte e a designer de interiores Sheila Beatriz projetaram um home office de 48,98m² no jardim de casa. No espaço, foram utilizadas madeiras amazônicas oriundas de manejo florestal sustentável. O trabalho tem chancela do Cipem, que atesta o caráter ecologicamente correto do produto e sua origem. A construção pré-fabricada possibilita sucessivas montagens, com mínima geração de resíduos, soluções construtivas e ventilação natural e cruzada.
*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte
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