Especial

Malhando a mente: formas de exercitar o cérebro e se manter saudável

Assim como os músculos do corpo, o cérebro precisa ser exercitado. A ginástica cerebral ajuda a combater doenças e problemas psicológicos e proporciona bem-estar

Raquel Ribeiro*
Carolina Marcusse*
postado em 28/11/2021 08:00 / atualizado em 28/11/2021 11:43
Ao ver o equilíbrio emocional
Ao ver o equilíbrio emocional "virar de cabeça para baixo" durante a pandemia, Neusa Maria Nora buscou exercitar a mente - (crédito: Carlos Vieira/CB/D.A.Press)

Nem todo mundo sabe que exercitar o cérebro é fundamental para a qualidade de vida. Do mesmo jeito que os músculos do nosso corpo precisam estar fortalecidos para realizarmos os movimentos necessários ao longo do dia, as células cerebrais também precisam ser ativadas para o bom desempenho das habilidades cognitivas e emocionais. Na pandemia, a importância da prática da ginástica cerebral se tornou mais evidente, uma vez que aqueles que ficaram doentes — física e mentalmente — acabaram sentindo maiores impactos neurológicos.

"O cérebro precisa ser treinado e estimulado para ser mantido forte, funcionando bem e dando conta das demandas e necessidades que vamos enfrentando no dia a dia. Como vamos perdendo algumas capacidades ao longo do tempo, precisamos potencializar o funcionamento do nosso cérebro. Por isso, é muito importante que tenha esse caráter preventivo, para que a gente consiga manter cada vez mais nossas funções preservadas", explica a neuropsicóloga com especialização em saúde do idoso e reabilitação cognitiva Julliana Regina.

Originada do campo da neurociência e da neuroaprendizagem, a ginástica do cérebro é um trabalho voltado para a potencialização das capacidades cognitivas e emocionais por meio de atividades mentais. A pedagoga e educadora do Método SUPERA Lago Norte, rede de escolas de ginástica para o cérebro, Laís Guedes, aponta que, à medida que o cérebro vai recebendo estímulos, as conexões neurais vão se ampliando e, consequentemente, se desenvolvendo. "Quanto mais estímulo, mais conexões acontecem. Essas conexões são reações químicas, que eu costumo chamar de luzes. Então, quanto mais estímulos, mais iluminado vai ficando o nosso cérebro, e isso nos permite potência e qualidade de vida."

Ao contrário da crença comum de que o cérebro só deve ser estimulado na infância ou na velhice — quando a pessoa tende a apresentar perdas cognitivas —, a neuropsicóloga Julliana Regina destaca que o ideal é que o treino cerebral seja feito ao longo de todas as fases da vida. O que muda é que cada etapa vai receber um estímulo de forma diferente.

De acordo com ela, começamos a envelhecer quando estamos na barriga materna. "Por isso, é importante trazer essa conscientização da importância de cuidar também do nosso cérebro, da nossa cognição, de fazer esse estímulo ao longo de toda a nossa vida. Quanto mais cedo a gente começar, melhor vai ser. Cada vez mais, vamos ter habilidades para conseguir enfrentar as dificuldades que surgem, criando uma reserva cognitiva, que vai nos ajudar a pensar em estratégias para lidar com os desafios quando estivermos mais velhos e com capacidades mais limitadas", completa Juliana.

A covid-19 e o cérebro

No início da crise sanitária, uma das preocupações de neurologistas era relacionada aos possíveis impactos da infecção por coronavírus nas funções cognitivas. Isso ocorreu devido ao surgimento de casos de hipometabolismo cerebral, dores neuropáticas, cefaleia e outras consequências em pacientes, mesmo após a recuperação. Hoje, conhecida como "long covid", a condição se trata do aparecimento e sequelas de sintomas mesmo quando não há mais quantidades significativas do vírus no organismo. Essas consequências variam e podem afetar diversas áreas do corpo, além de não ser exclusividade de casos graves — alguns casos leves podem sentir a consequência da falha na memória e da perda de concentração. No entanto, não há um consenso do porquê desses impactos, que podem chegar a meses após o teste positivo.

O doutor em neuroimunologia Felipe von Glehn, do Hospital Sírio Libanês, explica que existem muitas hipóteses sendo debatidas e avaliadas no momento, mas a sequela mental pode ocorrer devido ao vírus chegar ao cérebro e afetar alguma região — o que é raro —, à falta de sangue em alguma região, em casos graves, ou até uma reação emocional, dadas as inseguranças do período. O médico reforça que situações de estresse podem ter consequências diversas e levar a distúrbios mentais. Durante a pandemia, com casos de famílias perdendo entes queridos, ao mesmo tempo que tinham que cuidar da própria saúde e do próximo, muitas ocorrências inesperadas foram registradas.

A perda da memória, um dos sintomas mais comuns na pós-infecção, tende a melhorar após seis meses, assegura o médico. Existem tratamentos e cuidados que atuam como facilitadores nesse processo, mas são individualizados, assim como as manifestações da doença. O profissional afirma que a consulta médica é indispensável e, dependendo dos casos, é possível utilizar medicações para melhorar os sintomas associados a medidas não farmacológicas, como trabalhos multidisciplinares com neuropsicólogos, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos. Não existem formas de prevenir os tipos mais graves de impactos neurológicos, mas o médico afirma que práticas saudáveis e uma vida ativa podem evitar uma série de complicações.

Emocional abalado

Além de impactos na cognição, o surto da covid-19 gerou abalos no emocional, agravando transtornos psicológicos. A neuropsicóloga Julliana Regina avalia que problemas mentais, como depressão e ansiedade também afetam o desempenho das funções cognitivas do cérebro: "Ainda tem os transtornos mentais que, muitas vezes, a gente acaba expressando, principalmente agora na pandemia, como ansiedade e depressão, que podem causar danos às funções cognitivas. A depressão é a porta de entrada para uma demência, porque ela tende a deixar a pessoa mais apática, perde a motivação, faz menos atividades e, assim, ativa menos o cérebro".

A professora aposentada Neusa Maria Nora, 73 anos, viu o equilíbrio emocional "virar de cabeça para baixo" na pandemia. Acostumada a ter um cronograma recheado de atividades e de convívio com os entes queridos — hidroginástica, aula de inglês, trabalho voluntário e reunião com o grupo de idosos —, dona Neusa teve que paralisar tudo. Por ser uma pessoa bem ativa, sentiu bastante falta da rotina animada. Como consequência, ela teve problemas de pressão alta e passou a ter, pela primeira vez na vida, crises de ansiedade.

Para compreender a nova realidade e gerir melhor as dificuldades emocionais, a professora aposentada começou a fazer exercícios de treino cerebral. "Quando começava a sentir alguma coisa ruim, eu mudava o foco, porque aí aprendi a controlar esse mal-estar. Na hora que começava a sentir que ia ter uma crise, corria, pegava um exercício para fazer ou folheava um livro", conta Neusa. Além disso, ela adaptou as atividades para que pudessem ser realizadas com segurança. Enquanto a aula de hidroginástica deu lugar a uma caminhada de sete quilômetros, o inglês presencial foi substituído por encontros on-line.

De março de 2020 até os dias de hoje, Neusa já preencheu inúmeras folhas de exercícios. Sudoku, exercícios de lógica, raciocínio, memória e linguagem foram alguns dos companheiros da professora aposentada durante o tempo de confinamento. No processo de treinar as habilidades cognitivas, ela superou limites e se descobriu mais capaz do que imaginava. "Todos esses exercícios fizeram eu trabalhar a minha compreensão e percepção sobre as coisas. Outra coisa ainda mais importante foi perceber o meu desenvolvimento, e como eu melhorei desde que comecei", relata, orgulhosa. Os planos de Dona Neusa, aliás, são continuar crescendo e se mantendo ativa. Para ela, se acomodar nunca será uma possibilidade. "Eu falo que não quero parar de jeito nenhum".

Fazendo uma poupança cognitiva

Uma vez por semana, Marlene Ribeiro frequenta aula presencial de ginástica cerebral: meta de chegar aos 100 anos lúcida e independente
Uma vez por semana, Marlene Ribeiro frequenta aula presencial de ginástica cerebral: meta de chegar aos 100 anos lúcida e independente (foto: ED ALVES/CB/D.A.Press)

Como forma de tornar a mente mais preparada para enfrentar possíveis dificuldades, ter uma boa reserva cognitiva é uma mão na roda. A pedagoga Laís Guedes, do Método SUPERA, compara a ideia da reserva cognitiva com a financeira: "Desde a juventude, é importante buscar adquirir conhecimento, experiência e recursos pensando na velhice. A reserva cognitiva funciona do mesmo jeito. Fazemos o mais cedo possível essa poupança de experiências e estímulos focados na ginástica cerebral para que, quando haja um declínio lá na frente, a gente utilize essa reserva de habilidades que foram potencializadas e armazenadas".

Enquanto as perdas cognitivas fazem com que "as luzes se apaguem", nas palavras de Laís, o desenvolvimento de habilidades "deixa o cérebro mais iluminado". "É importante criar uma reserva cognitiva para que o nosso cérebro não escureça. Ao criar novas conexões, outras luzes se acendem e, como resultado, o cérebro não vai perdendo essa química de processamento. A gente pode até perder algumas habilidades, mas, como outras estão fortalecidas, elas serão supridas. Portanto, não vai ter uma queda drástica, mas, sim, uma queda menos acentuada", pondera a educadora.

Em qualquer idade, a ginástica mental pode ter um caráter preventivo, como é o caso de Marlene Ribeiro, 72 anos. Ela deseja chegar aos 100 lúcida e com independência. "Quero poder lembrar o nome das minhas amigas, poder sair, dirigir, me divertir e, claro, tomar uma cervejinha", brinca a aposentada. Ela conheceu os exercícios para o cérebro em um programa televisivo e, como estava tendo problemas de memória, interessou-se. Há cerca de três meses começou a praticar os exercícios e já percebe uma mudança profunda na rotina.

Ela conta que, antes das aulas, sempre precisava realizar anotações para não esquecer demandas ou coisas simples, como itens do mercado. Agora, memoriza os itens e pega tudo o que precisa sem auxílio do papel. Percebe, também, que consegue recordar com mais clareza horários e outras informações. Os exercícios fazem parte dos cuidados que Marlene tem com a saúde. No entanto, eles não são restritos ao cérebro. "Não adianta ficar mentalmente bem e fisicamente, não."

A socialização e o bem-estar físico também são vitais para o equilíbrio e a plena função cognitiva. Sabendo disso, caminhadas, aulas de dança, pilates e ioga fazem parte da rotina da aposentada que procura manter ainda os cuidados médicos e as vacinas em dia.

Marlene procura tirar o máximo de proveito de todas as atividades, em especial da ginástica do cérebro, que tem um potencial de trazer qualidade de vida e é recomendada para todas as idades. Na unidade do SUPERA, uma vez por sema, ela realiza exercícios e convive com jovens e adultos. Além das aulas presenciais, tem uma apostila e atividades que faz em casa, complementando o trabalho realizado nas aulas.

No último mês, contaminou-se com o novo coronavírus após e precisou ficar completamente isolada por duas semanas. Teve apenas reações leves e continuou realizando os exercícios a distância, adaptados para o momento. As atividades são estimulantes e ajudam a manter a mente ativa, além de ocupar o tempo e fortalecer a atividade cerebral.

O poder da experimentação

É importante existir um acompanhamento profissional com técnicas voltadas para a reabilitação e a estimulação cognitiva, principalmente para otimizar os resultados e traçar objetivos individuais. Em complemento, a neuropsicóloga Julliana Regina recomenda a realização de diversas atividades em casa, como a leitura. A especialista recomenda a experimentação. "O principal é achar atividades que você goste, que se sinta confortável. E, por meio disso, sair do automático, porque é no automático que mora o perigo."

Devido à estratégia natural do cérebro de economizar energia, tendemos a querer fazer somente o mais fácil, o que demanda menos estímulos. No entanto, quando levamos em consideração o envelhecimento saudável, isso não é interessante. É importante, portanto, que as atividades estimulantes sejam incluídas na rotina desde cedo, para, assim, existir constantes novidades e atividade mental.

Até mesmo atividades simples podem ser adaptadas para melhorar a compreensão e o constante aprendizado Na hora da leitura, por exemplo, em vez de ler o livro diretamente, uma tática interessante é fazer pausas, refletir sobre o que foi percebido, recontar a história e até tentar adivinhar o que ocorrerá a seguir.

Aprender novas línguas e instrumentos musicais também são formas interessantes de sair da zona de conforto. "Música é um recurso ótimo, inclusive, é o único, que já foi comprovado, que trabalha o cérebro inteiro, tanto cognitivo, quanto emocionalmente", explica a neuropsicóloga. Palavra-cruzada e caças-palavras podem ter resultados interessantes, desde que não tenham sido realizados durante toda a vida, pois se é algo no qual o indivíduo já é habituado, não estimulará os sentidos de forma diferente.

Atenção às atividades do cotidiano também é um modo de fortalecer a memória, pois, com a atual cobrança de atividades na qual nos submetemos, é normal que diversas atividades sejam realizadas simultaneamente, o que faz com que a atenção seja dividida. Com essa falta de foco, acabamos esquecendo de diversas coisas, como onde algum objeto estava localizado ou se realizamos ou não alguma demanda. Por isso, até mesmo pessoas sem qualquer transtorno diagnosticado podem reclamar de problemas de memória, quando, na realidade, são falhas de atenção.

Conhecimento oriental

A pedagoga Laís Guedes afirma que existe um leque amplo de exercícios cognitivos que vêm principalmente do Oriente, como o sudoku, que é um dos mais famosos e está tradicionalmente presente em jornais. Semelhantes, mas com desafios diferentes, existem o hitori e kakuro. Estes têm desenhos diferentes e variam na percepção visual, além de apresentar novas regras e graus de dificuldade. Outra possibilidade é o tangram, um quebra-cabeça que surgiu na China. São peças com figuras geométricas em geral que formam casas, pássaros e pessoas, e auxiliam a desenvolver a habilidade visual espacial e a trabalhar a atenção e o raciocínio lógico.

Laís afirma que o carro-chefe do método SUPERA é o soroban, o ábaco japonês, que é uma calculadora milenar. "A neurociência descobriu que a realização de contas no ábaco fortalece, cria novas conexões neuronais nas partes do cérebro responsáveis pela atenção. Então, há uma grande movimentação, ativação da região do córtex frontal e, diante disso, essas conexões são utilizadas em outros momentos da vida", explica.

Como as funções cerebrais estão diretamente conectadas, trabalhar uma parte com a ginástica mental é contribuir com o cuidado com o todo, principalmente em uma época tão automatizada e acelerada. Os trabalhos que envolvem o aprendizado e estímulos mentais são um modo de ter uma sociedade "mais viva, bem cuidada, com mais qualidade de vida", segundo a pedagoga.

Superando as dificuldades

Depois que teve covid-19, Dayla Suênia passou a ter problemas de memória e a fazer anotações para se lembrar dos compromissos
Depois que teve covid-19, Dayla Suênia passou a ter problemas de memória e a fazer anotações para se lembrar dos compromissos (foto: Arquivo pessoal)

Ao contrair covid-19 não apenas uma, mas duas vezes, a analista de mídias sociais Dayla Suênia, 25, percebeu o agravamento de quadros da ansiedade e depressão, além de uma série de dificuldades cognitivas relacionadas, principalmente, à compreensão, à interpretação de texto, ao desenvolvimento de pensamento, ao raciocínio, à memória e à atenção.

Dayla conta que quando teve covid-19 pela primeira vez, em agosto de 2020, resolveu assistir a um reality show e se surpreendeu ao ter que voltar em algumas partes do episódio porque não estava conseguindo assimilar o que estava vendo.

Outra surpres,para ela, foi perceber que precisava ler várias vezes mensagens de WhatsApp para compreender o que estava sendo dito. "Foi aí que eu percebi que tinha algo errado", diz. Depois, começou a ter perdas de memória: não lembrava de tomar remédios e de compromissos importantes, como consultas médicas e reuniões de trabalho. "Isso me prejudica bastante, principalmente no meu trabalho. Estou rendendo muito menos, tendo mais dificuldade de desenvolver as tarefas", desabafa. Como ainda não retomou à vida social devido à pandemia, não sentiu tantos impactos nesse campo.

Apesar da ansiedade e depressão já diagnosticadas antes terem piorado na primeira vez que Dayla teve covid-19, elas foram ainda mais intensificadas na segunda vez que ela manifestou a doença, no final de agosto de 2021. A analista de mídias sociais afirma que até precisou trocar a medicação para uma mais forte devido à piora dos sintomas. "Até hoje eu tenho crise de ansiedade quase todos os dias, estou muito mais deprimida, praticamente em todos os momentos. Os períodos de tristeza ficam mais longos também. Então, tudo está mais intenso."

Como estratégia para lidar melhor com as dificuldades, Dayla passou a evitar distrações, exercitar a mente com jogos on-line e reorganizar os próprios horários para ter mais tempo de dedicação a cada atividade. "Foi uma estratégia de me ajustar ao que eu podia estar fazendo, de ser mais flexível e me adaptar à minha nova realidade", ressalta.

Um caderno de anotações e um grupo só com ela no WhatsApp também serviram de grande ajuda para que pudesse lembrar dos compromissos do dia. "De tempos em tempos, entro nesse grupo para ver as coisas que tenho que fazer. Além disso, anoto tudo no meu caderno, porque funciono analogicamente. Eu gosto muito de anotar as coisas no papel, só que, como estou mais lenta, tenho menos tempo para realizar essa escrita. Como não consigo ficar sempre vendo na agenda, eu registro também no celular." O próximo passo dela será um tratamento no Hospital Sarah Kubitschek para treinar a memória e as dificuldades de compreensão.

Envelhecimento

O processo de envelhecimento é gradual, contínuo e se inicia desde o momento em que somos fecundados. "No início, a gente está subindo a ladeira, adquirindo novos conhecimentos, novas habilidades, criando a nossa reserva cognitiva. Quando chegamos à fase adulta, começamos a diminuir a aquisição de habilidades e a ter mais dificuldades. A nossa atenção fica mais seletiva, a memória recente vai ficando um pouco mais falha, a velocidade de pensamento, mais lenta. Naturalmente, a gente vai envelhecendo e perdendo as nossas capacidades", comenta a neuropsicóloga Julliana Regina.

Para a manutenção de um envelhecimento ativo e saudável, a neuropsicóloga recomenda um programa de intervenção que englobe um treinamento cognitivo, além de um trabalho das habilidades socioemocionais e comportamentais. "Precisamos ter cuidado com o todo. Estamos vivendo muito mais do que antigamente porque estamos cuidando mais da nossa saúde, temos mais consciência da nossa alimentação, da importância de fazer atividades físicas, de tomar medicamentos corretamente, da ingestão de água e de um bom sono. Então, precisamos ter consciência que é importante também cuidar do nosso cérebro."

De acordo com Julliana, antes mesmo de aparecer algum dano, é importante estimular o cérebro. "Se você já chega com algum dano, não consegue recuperar aquilo que foi perdido. Nesse caso, vamos trabalhar com a compensação, pegar essas habilidades que estão preservadas e criar estratégias para compensar as dificuldades, o que é diferente de manter tudo preservado". Ou seja, agir de forma preventiva é o melhor caminho para preservar as funções cognitivas e empurrar os danos do envelhecimento lá para a frente."

Quando as funções ainda estão boas, conseguimos potencializar, ampliar a nossa reserva cognitiva. É como se a gente conseguisse fazer a plasticidade cerebral e aumentasse essas conexões neurais, criando novos caminhos por onde passam as informações. Com os neurônios vivos, preservados, podemos criar cada vez mais caminhos, e é isso que vai te manter independente e autônomo", conclui a neuropsicóloga.

*Estagiárias sob a supervisão de Sibele Negromonte

 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

  • Uma vez por semana, Marlene Ribeiro frequenta aula presencial de ginástica cerebral: meta de chegar aos 100 anos lúcida e independente
    Uma vez por semana, Marlene Ribeiro frequenta aula presencial de ginástica cerebral: meta de chegar aos 100 anos lúcida e independente Foto: ED ALVES/CB/D.A.Press
  • Depois que teve covid-19, Dayla Suênia passou a ter problemas de memória e a fazer anotações para se lembrar dos compromissos
    Depois que teve covid-19, Dayla Suênia passou a ter problemas de memória e a fazer anotações para se lembrar dos compromissos Foto: Arquivo pessoal
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação