Criado no Recife, na década de 1920, o famoso e prático cobogó continua atual mais de um século depois. A ideia dos comerciantes Amadeu Oliveira Coimbra e Ernest August Boeckmann, com o engenheiro Antonio de Góes, era fazer uma espécie de tijolo vazado para melhorar a ventilação nas casas pernambucanas. O modelo foi nomeado a partir da primeira sílaba do sobrenome de cada um deles: Co-Bo-Gó.
Mas indo além da funcionalidade inicial, recentemente a peça voltou a ser também um elemento decorativo queridinho por arquitetos e designers. A arquiteta Thaís Helena, que trabalha na área há 14 anos, diz gostar de utilizar cobogós em seus projetos porque eles agregam múltiplas funções: separam ambientes, permitem passagem de iluminação e ventilação permanentes, trazem um colorido ou uma textura quando necessário.
É comum imaginar e encontrar paredes de cobogós em muros em áreas externas ou na fachada de casas, mas também é uma boa ideia trazer as peças para dentro do lar. “Já usei em áreas externas para divisões de ambiente, porém é benéfico aplicar cobogós em áreas internas. Uma vez, fiz a divisão de uma copa, que não tinha iluminação natural nem ventilação. E, por meio do uso do cobogó, foi possível ter as duas características dentro do apartamento”, conta Thaís Helena.
Quem também acha vantajoso usar cobogós para dividir ambientes dentro de casa é a arquiteta Daniela Engel. Ela atua na área há 28 anos e comenta que uma parede de cobogós pode ser utilizada para marcar melhor as divisões de cômodos, como sala de estar e jantar, ou criar uma separação para o hall de entrada.
Variedade que encanta
Apesar de os cobogós serem artifícios de decoração antigos, nem sempre as pessoas cogitam colocá-los em suas casas. Tanto Thaís quanto Daniela comentam que elas costumam sugerir essa opção para os clientes, quando acham condizente com o espaço projetado. “Nem todos pedem, mas a maioria acha interessante. Ainda mais pela variedade de modelos, materiais e cores existentes no mercado”, diz Thaís.
Quando foi criado, o cobogó era produzido somente com concreto, mas, atualmente, é possível encontrar no mercado peças feitas de vidro, cerâmica, gesso e até madeira. A variedade de cores e texturas aumenta também as possibilidades para decorar seu espaço, associando beleza e funcionalidade.
*Estagiária sob a supervisão de Sibele NegromonteRevista